Encontro-me completamente sem jeito diante do psicólogo. Estava claro que ele não fazia ideia de quem eu era, e como podia? Fui apenas a diversão de uma noite, ele também teria sido se aquele dia não tivesse ficado marcado em mim. Estou constantemente reprisando cada detalhe de todos os acontecimentos daquele dia, inclusive do momento com o bad boy desconhecido, confesso que até esse momento, nunca dei muita importância para o que tivemos, mas agora, vendo-o na minha frente como uma figura importante e responsável por minha saúde e recuperação, é difícil ignorar as imagens do que fizemos e com a intensidade que fizemos. Nesse momento, pego-me implorando para que tivesse sido um velho tedioso, seria mais fácil de lidar com a situação. Mesmo que eu lembre daquela noite, não lembrava do quanto ele era bonito, o que piora ainda mais minha situação. Mas o que de fato importa, como um homem tão jovem poderia me ajudar? Mentalmente pego-me implorando para que minha mãe tivesse errado e confundido os psicólogos, essa seria minha única alternativa para fugir da brincadeira de mal gosto que o destino decidiu fazer comigo.
Enquanto pareço claramente descontente com a situação no geral, o homem a minha frente parece bastante tranqüilo e disposto a me ajudar. Há interesse em seu semblante, como se de fato ele se importasse com uma estranha que acabou de conhecer. O que me lembra da forma em que me olhou quando percebeu que eu tinha chorado naquela noite.Respiro fundo e balanço a cabeça tentando afastar as lembranças, não poderia deixá-las irem e virem tão livremente ou estragaria qualquer chance que teria de nossas sessões darem certo.
Analisando minha ficha, ele se ajeita sobre sua poltrona e volta sua atenção para mim, que levanto uma barreira emocional.
— Farei três simples perguntas. A senhorita não precisará responder se não se sentir a vontade com alguma delas, tudo bem? — O doutor pergunta assumindo seu tom profissional, mas sem deixar seu lado amigável de lado. Ele parece saber que para conquistar minha confiança a ponto de me abrir, ele precisará mais do que seu conhecimento em psicologia. Balanço a cabeça lentamente, concordando com ele, e volto a tirar o pirulito da boca. —Você evita contatos sociais ou determinadas atividades por medo de ter uma crise de pânico? — Sua voz pronuncia as palavras com maciez, calma e atenção. Não tenho duvidas quanto a resposta, então balanço a cabeça concordando outra vez.
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Panic Syndrome
Fanfic❝ A história de uma garota diagnosticada com a síndrome do pânico que recorre a um psicologo para ajudá-la.❞ Copyright © 2016 All Rights Reserved StealStyles_