26 capitulo// Um padrão de beleza

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"Tire os pés do painel"- ele resmungou e eu o obedeci.

Eu tinha essa irritante mania de sempre andar de carro e colocar os pés no painel.

Pois como diz o Victor o conforto vence tudo.

"Lucas.. Por que você não usa uniforme na escola?"- eu perguntei.

Estava ocasionalmente me lembrando da primeira vez que falei com ele e então minhas lembranças se focaram em seus braços e em como eles ficavam sexy com a camisa vinho.

Mas então o meu cérebro (nada ocioso diga-se de passagem) reparou em algo além de seus músculos.

Talvez não fosse ele em si que chamava tanto a atenção das meninas mas sim o fato de ele estar diferente de todos.

O olhei e ele sorriu com a minha pergunta...

Pensando bem acho que é ele sim.

"O uniforme não é obrigatório na primeira semana de aula"- sua árdua resposta foi essa.

Eu apenas voltei minha atenção ao trânsito.
Algo parecia incomodá-lo.

"Você está bem?"- eu perguntei me sentindo desconfortável pelo modo como ele me olhava.

"hum.. Não."- E eu tinha razão ao falar que algo o incomodava.

"O que houve?"

"Seu namorado.."

"O que tem ele?"

"Nós.. Bem.. O que você decidiu afinal de contas?"

Essa pergunta me pegou de surpresa.

Nem eu sabia o que queria ou ao menos o que iria fazer dali pra frente.

Eu gosto do Schneider, não quero entristece-lo.

Mas, eu também gosto do Lucas.

Acho que só o colo de uma amiga pra me consolar e me dar a chance de achar uma luz nesse túnel inacabável.

Eu apenas o olhei e ofereci um sorriso.

"Espero que esteja me levando a um lugar com comida caseira. Ando pouco saudável ultimamente"- eu disse sorrindo o máximo possível.

Agradeci silenciosamente ao meu cérebro por conseguir mudar de assunto.

O seu rosto tinha mudado de expressão como sempre fazia.

Ele sorria agora.
Me perguntei se havia sido pelo exagerado desespero em mudar de assunto ou pela piada infame.

"É um lugar muito saudável"- ele disse olhando para mim.

Permanecemos por mais alguns minutos no carro e então ele parou a porta de um restaurante.

"Você sempre vem aqui?"- eu perguntei.

"Vim algumas vezes".

Entramos no local e havia uma atendente a porta.

Ela o analisou dos pés a cabeça e pelo seu sorriso pareceu gostar do que viu.

Me olhou com desdém e voltou seu rosto a ele novamente.

"Bom dia. Me chamo Jennifer. Mesa para dois?"- perguntou a atendente alegre demais para quem vai apenas levar duas pessoas a uma mesa.

"Sim"- ele a respondeu.

Ela nos levou a um lugar ao lado de um imensa janela de vidro.

"Irei chamar a garçonete para vocês. Só um minuto"- ela disse (mais para ele que para mim) e saiu saltitante.

School, who never?Onde histórias criam vida. Descubra agora