32 capitulo// Perguntando-me desnecessariamente

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Estávamos andando a quase 3 horas. E eu morria de sede.

Minhas barras de cereal haviam acabado e eu começava a achar que iria morrer da pior forma possível:

Comida por jacarés junto com o meu professor insuportável de matemática.

"Paulinho eu to com sede"- reclamei manhosa.

Ele me apertou em um abraço de lado.

"Vamos tentar achar a nascente daquele riacho"- ele disse confiante.

"Não conseguimos nem achar os outros alunos. O que te garante que vamos achar a nascente do rio? Ou melhor. O que te da a porra da esperança de que um dia iremos conseguir voltar para aquela droga de clube?"- despejei por incrível que pareça calmamente.

"O fato de além do 1º ano outra sala também está aqui"- meu rosto se iluminou ao ouvi-lo.

"Outra sala?"- perguntei com um sorriso bobo.

"O terceiro ano"

"Qual terceiro?"

"B vespertino."

Devo dizer o tamanho da minha felicidade?

Era a sala do Schneider.

E se ele me encontrasse e me resgatasse daqui. Ia ser simplesmente maravilhoso.

"Ah eu não acredito!!!"- gritei animada e pulei em seu pescoço por puro impulso. -"Me desculpe"- disse afastando-me ao perceber o que fiz.

"Sem problemas"

"Qual a probabilidade de eles nos encontrarem?"- perguntei fazendo um coque em meu cabelo devido ao calor.

"Maior que a da sua sala nos encontrar. O terceiro ano tem mais alunos"

"Isso é incrivelmente ótimo"- gritei pulando e fazendo sinais positivos com as mãos.

"Sim. Isso seria realmente bom"- ele respondeu-me passando a mão pela testa retirando o suor que ali surgia.

"Imagina quando chegarmos. Irei direto para cama dormir"- falei me ventilando com a minha blusa.

"E você acha que eu não?"- ele disse fazendo o mesmo que eu.

"Cara! Que calor!"

"Nem me fale"- ele me olhou por um tempo e tirou a camisa.

"O que é isso!?"- perguntei me afastando um pouco dele.

"Uma barriga?"- ele disse e eu revirei os olhos.

"Coloque a camisa de volta!"

"Não! Está muito calor!"

"Eu também estou com calor, mas nem por isso estou me despindo na sua frente"

"Nada te impede de fazer isso"- ele disse dando de ombros.

Parei e pensei um pouco.

O que eu perderia tirando a blusa?

Ninguém além do Paulinho me veria, eu me refrescaria, ele com toda certeza não tentaria nada para cima de mim e eu ainda teria a chance de tirar todo esse suor do meu corpo.

"Ok"- disse e tirei a minha blusa guardando-a dentro da mochila.

Ele apenas me olhou e lançou um sorriso positivo como se apoiasse a minha ação.

"Se quiser tirar o resto eu também não me importaria"- falou o Paulinho desviando os olhos ao chão.

Apenas joguei uma pedra nele e continuei a jorrar o inseticida ao meu redor..

School, who never?Onde histórias criam vida. Descubra agora