Estávamos andando a quase 3 horas. E eu morria de sede.
Minhas barras de cereal haviam acabado e eu começava a achar que iria morrer da pior forma possível:
Comida por jacarés junto com o meu professor insuportável de matemática.
"Paulinho eu to com sede"- reclamei manhosa.
Ele me apertou em um abraço de lado.
"Vamos tentar achar a nascente daquele riacho"- ele disse confiante.
"Não conseguimos nem achar os outros alunos. O que te garante que vamos achar a nascente do rio? Ou melhor. O que te da a porra da esperança de que um dia iremos conseguir voltar para aquela droga de clube?"- despejei por incrível que pareça calmamente.
"O fato de além do 1º ano outra sala também está aqui"- meu rosto se iluminou ao ouvi-lo.
"Outra sala?"- perguntei com um sorriso bobo.
"O terceiro ano"
"Qual terceiro?"
"B vespertino."
Devo dizer o tamanho da minha felicidade?
Era a sala do Schneider.
E se ele me encontrasse e me resgatasse daqui. Ia ser simplesmente maravilhoso.
"Ah eu não acredito!!!"- gritei animada e pulei em seu pescoço por puro impulso. -"Me desculpe"- disse afastando-me ao perceber o que fiz.
"Sem problemas"
"Qual a probabilidade de eles nos encontrarem?"- perguntei fazendo um coque em meu cabelo devido ao calor.
"Maior que a da sua sala nos encontrar. O terceiro ano tem mais alunos"
"Isso é incrivelmente ótimo"- gritei pulando e fazendo sinais positivos com as mãos.
"Sim. Isso seria realmente bom"- ele respondeu-me passando a mão pela testa retirando o suor que ali surgia.
"Imagina quando chegarmos. Irei direto para cama dormir"- falei me ventilando com a minha blusa.
"E você acha que eu não?"- ele disse fazendo o mesmo que eu.
"Cara! Que calor!"
"Nem me fale"- ele me olhou por um tempo e tirou a camisa.
"O que é isso!?"- perguntei me afastando um pouco dele.
"Uma barriga?"- ele disse e eu revirei os olhos.
"Coloque a camisa de volta!"
"Não! Está muito calor!"
"Eu também estou com calor, mas nem por isso estou me despindo na sua frente"
"Nada te impede de fazer isso"- ele disse dando de ombros.
Parei e pensei um pouco.
O que eu perderia tirando a blusa?
Ninguém além do Paulinho me veria, eu me refrescaria, ele com toda certeza não tentaria nada para cima de mim e eu ainda teria a chance de tirar todo esse suor do meu corpo.
"Ok"- disse e tirei a minha blusa guardando-a dentro da mochila.
Ele apenas me olhou e lançou um sorriso positivo como se apoiasse a minha ação.
"Se quiser tirar o resto eu também não me importaria"- falou o Paulinho desviando os olhos ao chão.
Apenas joguei uma pedra nele e continuei a jorrar o inseticida ao meu redor..
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School, who never?
Humor"Pessoas que se gostam nem sempre ficam juntas, ao menos não naquele estilo colado. Mas quem se gosta nunca se separa eternamente... Afinal amizade verdadeira não é ser inseparável, é estar longe e nada mudar!"