Capítulo 2

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Mais um dia de trabalho. Entro para a casa da minha professora, e Elliot diz-me que o cliente do meu caso vem cá hoje para falar com a advogada. "Vou-me deparar com aquele monstro?", perguntas deste tipo surgiam à volta da minha cabeça e a ansiedade a cada momento era maior. Até que o relógio marcha 15h00, e um homem alto, de cabelos brancos, camisa azul e calças pretas entra dentro da casa, e dirige-se em direção ao escritório, e a professora chama-me.

Muito nervoso entro dentro do escritório:

- Boa tarde.

- Boa tarde! – diz o homem, com um sorriso na cara.

Mete-me confusão ver a cara deste homem, sabendo a situação onde ele está. Metia-me nojo olhar para a cara dele. Tudo nele me incomodava, até que ouço:

- Não é verdade, eu não fiz isto. Alguém me está a tentar incriminar, mas eu não fiz isto, não era capaz. – disse o homem.

Ele pareceu convincente, com uma lágrima no canto do olho, mas assassinos em massa como estes são isso mesmo, para parecer convincentes. Para eles, é conveniente parecer convincentes. Neste momento algo dentro de mim explodiu, e eu disse:

- Desculpe, mas no relatório diz que as suas impressões digitais estão nos locais e em todos os corpos, registos de unhas suas em todas as lesões que os corpos mostravam, e as gravações das câmaras de vigilância mostram que, em todos os locais onde foram assassinados os corpos, você esteve lá presente no dia em que os crimes aconteceram. Não parece mesmo que estejam a incriminá-lo.

- Acha que se eu quisesse matar alguém, eu faria isso num local com uma câmara, ou ia deixar as minhas impressões digitais em todo o lado? – disse ele, zangado – Iria ser muito mais cuidadoso, mas eu não sou criminoso nenhum.

Parece mesmo convincente. Aliás, o que ele acabou de dizer é verdade, ninguém iria ser tão descuidado quando se trata de matar mais do que uma pessoa, é estúpido, é uma burrice. Mesmo assim, mesmo que a verdade seja que este homem está a ser incriminado, vamos perder o caso. Não há provas. Mas eu não posso desistir, tenho de ir à procura de provas o mais rápido possível, apenas não sei por onde começar.

Chego a casa e sento-me no pequeno sofá que tenho, e começo a pensar eu tudo o que ele disse e a olhar para o caso, mas eu não tenho nada para o conseguir defender, para o conseguir inocentar. De repente, alguém bate à porta:

- Bruce, abre! Sou eu, a Emily!

Abro a porta, e lá estava lá, com uma toalha numa mão e noutra uma muda de roupa:

- Posso usar o teu chuveiro? Fiquei sem água quente. – diz ela, sorrindo.

- Claro que sim, é ali.

Ela dirige-se para a casa de banho, e eu volto-me a sentar no sofá a olhar para o caso que está a deixar-me doido a pouco e pouco, e de repente, quando olho para a porta da casa de banho, está aberta e lá está Emily, sem roupa, a olhar para mim. Eu olho para ela, e ela sorri para mim e fecha a porta.

Volto a olhar para o meu caso, ao ouvir o som da água a correr na casa de banho, e noto algo estranho. O médico-legista de todos os corpos era o mesmo. Pode ser coincidência, mas se há alguma coisa em que eu não acredito é nisso, coincidência.

- Que estás a fazer Bruce? – pergunta Emily, depois de sair da casa de banho.

- Estou a trabalhar, tenho um caso novo e não consigo encontrar provas suficientes para ganhar o caso.

- Vai procurá-las. Se há alguma coisa na tua vida que queres conquistar, tens que ir atrás disso. Não fiques sentado à espera, porque dessa maneira, ficas sem nada. – responde-me ela, e sai de minha casa.

"Ela tem razão. As provas não me vão aparecer à frente, amanhã vou falar com o médico-legista, talvez ele tenha respostas.", pensei eu, depois de ouvir as palavras dela. Então levantei-me, enchi o copo com whiskey e acendi o meu último cigarro.

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