Histórias que curam... a alma feminina.

Coaching para ser mulher

A moda agora é coaching. Tem coaching pra tudo, pra transição de carreira, coaching financeiro, coaching para ser presidente de empresa, coaching para brincar com as crianças e agora coaching para mulheres que estão infelizes com suas carreiras e suas vidas e querem ter mais equilíbrio entre a vida pessoal e a vida professional.

Dia desses, uma amiga master coach me procurou para saber como havia sido minha experiência de ter saído de uma multinacional para assumir uma vida com mais tempo para minha família. Tive dificuldade para responder às perguntas até me dar conta de que eu não me enquadrava no tipo de mulher que havia feito uma transição de carreira, eu havia feito é uma transição de mulher, de uma com um lado masculino forte para outra genuinamente feminina. Isso é completamente diferente de simplesmente trocar de trabalho.

É claro que sair de um trabalho que exigia uma dedicação quase exclusiva, em que o trabalho deveria ser prioridade sobre os outros aspectos da minha vida, foi essencial para estabelecer um novo ritmo, mas acho que para muitas mulheres a questão não é simplesmente mudar de trabalho. Muito frequentemente as mulheres que acabam fazendo essa transição de carreira continuam infelizes e não sabem o porquê.

A grande questão é por que as mulheres estão tão infelizes com suas vidas hoje, mesmo tendo um bom emprego, marido e filhos e uma situação financeira estável?

Ao longo dessa minha jornada, venho aprendendo que nós mulheres temos uma essência feminina reprimida desde que nascemos. Somos educadas para fazermos tudo o que os homens fazem, da forma como eles o fazem. E assim vamos levando a vida, usufruindo do dinheiro de forma objetiva, traçando metas e objetivos, terceirizando a educação dos nossos filhos, comprando comida pronta, exaurindo nossas energias em trabalhos desgastantes, tendo uma sexualidade sem estímulos e nos sentindo infelizes. Que vida mais sem graça!!

Quando trabalhava para uma multinacional, era bem remunerada, casada e usufruía de um status de mulher bem-sucedida. Mas estava me tornando uma mulher infeliz. Quando nasceu meu primeiro filho, tirei o pé do acelerador para poder ter um pouco mais de tempo para ele. Quando nasceu minha filha, três anos depois, a situação ficou dramática. Sentia que não havia me envolvido profundamente com a criação do primeiro filho e estava prestes a perder a minha segunda chance. Depois de uma grande crise de valores, decidi pedir demissão, para espanto de muita gente.

Descobri, ao longo do tempo, que estava me tornando um homem na maneira de viver a vida. Objetiva, racional, assertiva, sem graça, sem o colorido de uma vivência verdadeiramente feminina. Percebi, então, que meu lado feminino estava escondido lá no fundo da minha alma, como um animal enjaulado, lutando para se libertar.

Portanto, transição de carreira não foi o meu caso. Eu iniciei uma transição de mulher, de uma tipo "executiva" para uma mulher com brilho nos olhos. Resolvi aprender a ser mãe, esposa, amante e mulher. E isso é muito mais complexo do que simplesmente trocar de trabalho... Costumo dizer que apenas comecei a minha transição de papeis... Quando vou terminar? Acho que só quando morrer....