Flores e perguntas

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- Você está atrasada. - Sophia repreendeu a amiga.

- Não estou não.

- Ele já deve estar te esperando.

- Eu sei, mais um motivo para sairmos depois, já que ficarei lhe devendo uma novamente.

- Nikki, como você sabe que seu plano dará certo?

- Não me chame de Nikki, já disse, aqui sou Stephanie, pode me chamar de Steph.

- Seu pai não ia gostar do que está fazendo.

- Meu pai está morto. - retrucou com raiva. - E seu assassino vai pagar por isso.

- Boa sorte, continuarei te ajudando no que posso.

- Obrigada. - sorriu. - Nos falamos mais tarde.

Brian olhou o relógio em seu pulso pela milésima vez, odiava chegar cedo demais, mas gostava menos ainda de atrasos. Os pontos que a mulher ganhara na noite anterior, foram se perdendo a cada minuto de atraso.

- Me desculpe. - ergueu os olhos para fita-la. - De novo.

- Tudo bem. - mentiu. - Aconteceu alguma coisa?

Stephanie pensou em citar o transito, mas ele saberia que era mentira.

- Nada demais, apenas alguns problemas na loja.

- Então a Colace Pianos é sua?

- Sim. - se ajeitou na cadeira. - Chegou faz tempo?

- Uns trinta minutos. - foi sincero, queria vê-la com peso na consciência por ter feito esperar tanto.

- Oh meu Deus, sinto muito de verdade, poderia ter cancelado e...

- Não tenho seu número para informar. - a interrompeu.

Encarando-o surpresa, ela pegou um cartão de sua loja, direcionando ao rapaz.

- Agora tem.

- Isso quer dizer que vamos nos encontrar novamente?

- Se você quiser. - flertou.

Brian a observou por uns segundos. Fizera isso na noite anterior, e pensou que a beleza fosse devido à maquiagem, mas se enganara. Agora, percebeu que ela era bonita mesmo sem os olhos pintados, ou bochechas destacadas com blush. Os olhos negros delineados, com cílios longos, lhe fitavam com curiosidade, mas ele não se importou. Continuou com a sua análise, parando nos lábios carnudos, levemente rosados.

Valeria a pena insistir.

Não que quisesse algo sério, talvez nem Stephanie queira. Nova na cidade, com certeza estaria à procura apenas de diversão, o que seria perfeito para ele. Não a deixaria passar despercebido, e se o destino os juntou na noite anterior, porque dizer não a oportunidade?

- Bem, posso te ligar depois. - observou o cartão, guardando-o em seguida.

- Não vou dizer que aguardarei ansiosamente.

- Nós dois sabemos que você não vai desgrudar do telefone. - riram.

- Talvez.

Stephanie deixou que Brian pedisse o almoço. Durante a refeição trocaram poucas palavras, mas ele não iria deixar tudo tão quieto assim.

- O que lhe trouxe à Califórnia? - perguntou deixando o talher de lado.

- Hum... Bem, sabe quando nos cansamos de viver no mesmo lugar? Eu e Sophia resolvemos começar do zero, e cá estamos nós.

Perdoe a minha vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora