As luzes da cidade

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Acabaram sozinhos em uma ilha bem em frente da cidade, uma casinha confortável de madeiras com varanda e bem em frente estava o barco desolado. Passaram o dia inteiro se esquivando tentando em vão conseguir passagem, aproximou-se a noite não houve jeito, conformaram-se. Ele tomou um banho e sentou- se no parapeito, celular na mão sem nenhuma carga na bateria. Ela chegou meia hora depois segurando uma tigela e vestindo uma camisola quase infantil. Sentou-se ao seu lado lhe entregando uma colher... teriam que jantar cereais. Ele se encolheu oferecendo um lugar ao seu lado, estranhando a aproximação. Na verdade escuridão causava medo nela, mas pouco a pouco, quanto mais negro ficava, pontinhos brilhantes surgiam ao longe, eram as luzes da cidade, e eles ali contemplando... Ela concentrada(?), ele não. Agradecia pelo escuro que lhe cobria o rubor das faces e disfarçava seu olhar curioso, querendo ver através dos ursinhos. Os dois fingindo que nunca foram apaixonados.
- Se não estivéssemos presos aqui, nunca saberia o quanto pode ser bonito.
- É um espetáculo!
Silêncio por 1 hora...
- Está ficando frio.
-... Vamos dividir meu casaco. Respondeu lhe oferecendo seu abraço. Ela se aconchegou e ele pôde sentir seu cheiro doce de amêndoas.
Estava ficando entorpecido, tentava ignorar que tinha uma mulher linda cheia de frio e medo ao seu lado. Não sabia o que se passava na cabeça dela.
Ficaram ali calados e a sós... abraçados, cada um lembrando do momento em que se conhecerem, em que se tornaram amigos... Depois quase namorados... e do nada inimigos. Existia um sentimento ali. Aquele bem poderia ser o momento... Ela foi cada vez mais lhe apertando... Ele não conseguia mais ignorar que ela era linda e sensual. Estavam a sós em um ilha! Olhando as luzes da cidade...
Ele baixou um pouco o rosto e ela lhe olhou nos olhos apaixonada... ele criou coragem e lhe puxou para um beijo, mas não esperava aquela reação. Ela lhe beijou com tanta paixão, tanto quanto quando lhe xingava enraivada, ele se entregou de vez e e ela ficou mole em seus braços. Fizeram amor sem pressa, e com vontade, apaixonados na verdade, e ali ao longe se viam as luzes brilhantes da cidade e entre eles era possível ver as estrelas.

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