Capítulo 4 - O Convite

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                                                                               CAPÍTULO 4 – O Convite

 

Rodrigo


Cheguei ao escritório e encontrei Silvia parada no meio da recepção, impecável como sempre, porém com cara de poucos amigos.

- Será que estou ficando louco? Não me lembro de você ter me avisado que voltava hoje – aproximei-me lhe dando um beijo, que ela retribuiu não muito entusiasmada. Silvia estava em Nova Iorque resolvendo alguns assuntos de um de nossos clientes.

- Eu não avisei mesmo. Quis fazer uma surpresa – resmungou com os olhos fixos na porta da copa.

- Poderia até dizer que foi uma ótima surpresa, se você não estivesse com essa cara de quem comeu e não gostou.

- A surpresa não era para você. Era para o Pedro – cruzou os braços de forma indignada, agora me olhando de frente.

- Ah, entendi – seu olhar soltava faíscas e deduzi que meu amigo não foi receptivo da forma como ela gostaria.

- Quem é a coroa? – resmungou.

- Coroa? Do que você está falando?

- Da tal loira que chegou aqui e ele saiu correndo da sala atrás dela, me deixando lá plantada feito idiota, como se eu nem existisse.

- Paola está aqui?

- Então esse é o nome dela? É a atual comida dele?

- Silvia, isso é jeito de uma dama como você falar?

- Vai se foder Rodrigo! Eu falo do jeito que quero. E de mais a mais estamos só nós dois aqui – estendeu aquele dedo comprido em minha direção. – Vamos, me diga quem é ela?

- Bem, pela forma como você está olhando para aquela porta, como se conseguisse ver através dela, deduzo que eles estejam na copa então?

- Sim, estão lá trancados. Fazendo sabe-se lá o que!

- Será? Uau, então a loira dele não é tão comportada quanto parece – imaginei meu amigo se dando bem ali naquele cubículo.

- Loira dele? Ah Rodrigo, vou ter que te enquadrar para você me dizer o que está acontecendo? – bufou novamente, um tom rubro já tomando conta da sua face.

Lembrei-me então da conversa que tive com Isadora a respeito desse comportamento de minha irmã. Até quando ela iria com aquela sandice?

Mas antes que eu falasse mais alguma coisa, Pedro e Paola saíram pela porta, em direção onde estávamos. E pela cara dos dois, com certeza tinha rolado uma rapidinha ali.

Fiz as devidas apresentações e obviamente o santo das duas não cruzou. E depois que elas se foram, precisei ir até a sala de Pedro para tirar a limpo o que ele havia falado ali para mim e minha irmã. E o vi babando pela contadora, visivelmente apaixonado, quase sem acreditar no que ele me dizia.

Após revisarmos a papelada da ação que enfrentaríamos, fomos para o tribunal. E lá passamos a tarde, aproveitando os intervalos para descontrair, observando e comentando a respeito das advogadas e estagiárias que por ali passeavam.

Não era comum advogarmos juntos em uma mesma ação, mas quando isso se fazia necessário, devo dizer que nos tornávamos o centro das atenções. Afinal, não era todo dia que dois homens viris como nós desfilavam por aqueles corredores. Cada um a seu modo, éramos ambos garanhões de primeira estirpe.

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