CAPÍTULO 2 – Um bom sexo
Maitê
A água morna e perfumada da banheira de hidromassagem me envolvia, os jatos massageando sutilmente meu corpo levemente dolorido depois daquela sessão de sexo intenso. Juntamente com o blues que tocava ao fundo e a penumbra do ambiente, era perfeito para relaxar e deixar a mente divagar. Eu gostava de ficar assim, quieta, perdida em meus pensamentos, curtindo as sensações depois de um bom sexo. Acho que era o único momento em que eu me mantinha em silêncio, reclusa em mim mesma.
"Seal – A change is gonna come" (Mudança vai vir)
It's been too hard living but I'm afraid to die
(Tem sido muito difícil viver, mas tenho medo de morrer)
Cause I don't know what's up there beyond the sky
(Porque eu não sei o que está lá em cima além do céu)
It's been a long, a long time coming (Tem sido um longo, longo tempo que vem)
But I know a change gonna come, oh yes it will
(Mas eu sei que uma mudança virá, oh sim ele vai)
https://www.youtube.com/watch?v=c-_paw0g_kE
Fred sabia disso e respeitava. Mesmo ali à minha frente, dividindo o espaço da banheira comigo, não avançou na conversa. Era uma das poucas coisas que combinávamos. Além do sexo. Costumávamos dizer que éramos a muleta um do outro. Quando nada mais dava certo, procurávamos um ao outro para extravasar a tensão acumulada.
Nos conhecíamos há pouco mais de um ano, quando trabalhamos juntos em um projeto de uma grande construtora.
Engenheiro civil, trinta e cinco anos, loiro, olhos azuis, um metro e noventa de pura gostosura, Fred era o típico homem que fazia parar o trânsito. Muita mulher gostaria de estar no meu lugar. Ele era uma boa pessoa, cumpria seu papel para aquilo que eu precisava. Sexo. Era só o que eu queria dos homens em geral. Nada mais. Do resto, eu me bastava.
Como uma típica mulher independente, eu não suportava ninguém me dando ordens, me dizendo o que fazer e de que forma fazer. Claro que profissionalmente isso era meio difícil, mas no restante, tinha que ser do meu jeito. Homem nenhum, jamais mandaria em mim. Não mais.
- Amanhã estou livre. Podíamos combinar de nos encontrarmos aqui mesmo o que acha? – sua voz chegou suave até mim.
- Já tenho outro compromisso – falei simplesmente.
- Outro homem?
- Não que seja da sua conta, mas não é outro homem. Clube da Luluzinha – respondi e continuei me deliciando com a sensação da espuma me envolvendo.
Era o encontro das insanas. Nos víamos uma vez por mês para colocar o papo em dia pessoalmente, já que no virtual muitos assuntos se perdiam. Afinal, era muita mulher falando, ou melhor, escrevendo junto. Ficava difícil concluir algum pensamento. E estávamos todas curiosas a respeito do tal advogado que Paola havia conhecido. Seu novo cliente, que ela dizia ser um gostoso de marca maior.
Eu adorava nossas conversas. Ali naquele grupo, não havia julgamentos, podíamos ser verdadeiras. Havia tempo para tudo. Brincar, zoar uma com a outra, falar sério, desabafar.
Senti a água remexer mais avidamente a minha volta e abri os olhos. Era Fred que vinha em minha direção, com certeza na intenção de um repeteco. Era uma das coisas que apreciava nele. Sua forma de chegar até mim, sem me enfrentar, me coagir ou se impor.
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RomantizmA obra, postada integralmente na plataforma, ficará disponível dessa forma até o dia 14/10/2020, quando então será retirada. OBRA REGISTRADA NA FUNDAÇÃO DA BIBLIOTECA NACIONAL - PLAGIO É CRIME! O que você faz quando a vida lhe dá uma segunda oportun...