Acordei com minha mãe aos berros, olhei pela janela e vi que estava garoando um pouco, e percebi que minha mãe estava dizendo que eu estava atrasada para a escola, mas eu nem liguei, afinal, era o primeiro dia de aula e ninguém ia no primeiro dia. Mas minha mãe estava tão animada (acho que era porque eu estava voltando para a escola de novo, e ela teria a paz que não teve nas férias) que eu me rendi e acabei me arrumando, mas eu enrolei um pouco para que eu não chegasse na primeira aula...
Eu até estava com saudade das minhas amigas, só que a minha vontade de ir pra escola era "tanta", que eu poderia ficar mais um mês em casa de boa, fazendo a única coisa que sei fazer, nada.
Fiquei um tempinho no sofá, esperando a minha mãe terminar de se arrumar, que aproveitei e dormi um pouco mais ali. Minha cara ficou com um lado amassado, olhei no espelho, e ri de mim mesma por isso.
Minha mãe ficou pronta e descemos até o estacionamento do prédio, entramos no carro e eu dormi mais um pouco ali ouvindo minha música preferida do Coldplay, "Fix You". Mamãe estava falando coisas e eu só concordava, não estava dando a mínima importância, eu não acordava de bom humor, tá legal? Principalmente com minha mãe.
Chegamos na escola cerca de 40 minutos depois, e eu desci do carro. Sai correndo e escorreguei fora da entrada do salão, o piso estava molhado e vi que todos estavam me olhando. Percebi que tinha molhado minha calça atrás, mas eu nem liguei, comecei a rir alto de mim mesma e entrei na escola gargalhando.
Esperei uns minutinhos até que deu o sinal da próxima aula, dei tchau às pessoas que estavam falando comigo (e que por sinal, chegaram atrasadas também), e entrei na sala. Vi primeiro a Carol, e dei um super abraço nela, depois chegou a Sara, que também dei um abraço. E assim abracei todas as minhas amigas e ficamos conversando por um tempo, contei do meu tombo e elas riram junto comigo, eu adorava vê-las assim, sorrindo.
O professor ainda não tinha chegado, e a sala estava sozinha... Estávamos conversando quando chegou a inspetora da nossa ala (havia duas inspetoras, uma na ala de cima, e outra na de baixo, no caso a nossa era em baixo) ela veio e nos avisou que teria um aluno novo, todos ficaram curiosos e querendo saber quem era o tal "aluno". Até que o professor que estávamos esperando chegou com um menino bonito ao seu lado, percebi que ele estava meio trêmulo, por ser o seu primeiro dia. Fiquei com vontade de abraçá-lo, mas eu não faria isso de jeito nenhum, eu não era assim.
Os meninos da sala (idiotas como sempre) já começaram com as perguntas sem graça e sem sentido (mas por um acaso eu ri), e, para a minha surpresa, o menino as respondeu com a maior facilidade e felicidade do mundo. Ele estava feliz de estar ali, eu vi em seus olhos, que eram cor de mel, maravilhosos... Tinha um sorriso enorme no rosto e estava olhando pessoa por pessoa até que me viu, e parou o olhar ali, nos meus olhos, que estavam admirados também. Ele abriu um sorriso ainda maior, e para disfarçar o ocorrido, seguiu olhando o resto da sala. Os meninos pararam com as perguntas, e o professor que o tinha trazido falou:
- Bom crianças, esse aqui é o Leo. - Leo? Nossa, eu nem havia prestado atenção se os meninos tinham perguntado seu nome também. - E ele veio estudar aqui com vocês.
- Não diga. - eu sussurrei, mas algumas pessoas me ouviram e deram fortes gargalhadas.
- O que disse? - o professor me encarou sem entender.
-Nada professor. - senti meu rosto queimando, e Leo me fitou por um tempo, e eu percebi que ele havia escutado o que eu tinha dito, e riu baixinho.
A inspetora pediu para que nós o acolhêssemos bem e blá blá blá, todo aquele discursinho idiota que ela faz a cada vez que entra gente nova. Ela terminou, virou e saiu.
O professor estava procurando um lugar para Leo se sentar, e vendo que atrás da minha carteira tinha uma vazia (pois minha amiga havia saído da escola a umas duas semanas), ele pediu para que o garoto sentasse ali, bem atrás de mim. Ouvi umas meninas do outro canto da sala reclamarem por ele estar longe delas, achei aquilo ridículo e fingi que não tinha ouvido.
Fiquei meio nervosa por ele estar bem atrás de mim, mas de repente ouvi uma voz suave e doce vindo de seu lugar.
- Como você se chama? - ele perguntou, e na sua voz senti um pouco de insegurança.
- Me chamo Isabela, mas pode me chamar de Isa.
- Gostei do seu nome, Isa... Aproveitando que estamos aqui, queria te fazer uma pergunta.
- Pode falar. - eu disse, meio sem graça com aquilo.
- Você poderia me mostrar a escola, e os seus amigos? - ele disse de cabeça baixa imaginando que eu diria algo negativo.
- Claro! - respondi. - mas fiquei curiosa, por que quer conhecer os meus amigos? - eu disse dando ênfase.
- Pois achei você diferente, e se virarmos amigos, gostaria de me comunicar com pessoas que você gosta também.
Aquela resposta me pegou de surpresa, ele mal me conhecia e eu mal conhecia ele. Só que naquele momento, senti um carinho tão grande, que Ocupou todo o meu coração.
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Tudo Sempre À Frente
RomanceA história relata Isa, uma menina cheia de sonhos e que não faz esforços para conquistá-los. Possuía muitos amigos, e que sempre colocava a felicidade deles em primeiro lugar.