Tudo Sempre À Frente

Só me abraça...

Eu não consegui processar tão cedo aquilo, essa notícia me pegou tão de surpresa que eu mal acreditei nas palavras de Leo...

Eu estava muito mal, não comia a dias e ainda me cortei um pouco... Só que Ju descobriu quando entrou no banheiro no momento em que eu ia tomar meu banho. Ela viu meu braço, e disse que se eu não contasse o que eu tinha feito ela falaria ao meu pai.

E eu me arrependi no momento em que a água bateu na ferida e ardeu mais do que tudo... Por que eu fiz aquilo? Eu amava o Marcos, ele não podia ter feito aquilo comigo.

Depois de uma meia hora debaixo do chuveiro, uma raiva repentina começou a tomar conta de mim... O que aquele idiota fez comigo? Ele não poderia ter feito isso! Agora eu iria esquece-lo de uma vez.

~Cinco anos depois~

Cheguei em casa vomitando, Leo veio do caminho da escola até aqui perguntando se eu não queria ir ao médico, e em todas as vezes eu havia respondido que não... Acreditava que seria apenas um mal-estar passageiro...

-Isa, você precisa ver o que está havendo. -Ele disse preocupado.

-Leo, eu já disse que está tudo bem.

Subi as escadas e fui para o meu quarto, mexi um pouco no celular até que Leo chegou na porta e me olhou por um tempo, ele queria me dizer alguma coisa, mas a cada vez que abria a boca, pensava um pouco mais e a fechava novamente.

-Leo, você está me assustando. -Larguei meu celular e pedi para que ele chegasse mais perto.

Ele recuou, e ai eu comecei a ficar preocupada também.

-Isa, lembra da semana passada... Quando... Quando...

-Quando o que Leo???

-TA ISA! Lembra na semana passada? Quando a gente ficou meio que sem querer? Eu só ach..

-NÃO ACHA NADA LEO! Você está pensando que eu... Que...

-Sim Isa, exatamente isso. -Ele disse por fim.

-Não pode ser Leo! A gente cuidou de tudo... -Fiquei pensando por um tempo. -A não ser que você não tenha colocado.... Ah Leo, me diz que sim.

-Eu não lembro Isa, acho que não.

Eu não poderia estar grávida, eu só tinha 17 anos, meu pai ia ficar uma fera comigo, e eu perderia a minha fase de ir a festas, de beber, de conhecer pessoas (embora eu estivesse em um rolo com o Leo), de sair, de tudo. Eu não poderia, eu não queria estar grávida.

-Leo, me leva na farmácia. Quero fazer um teste...

-Tá Isa. -Ele estava nervoso e tremendo muito.

LEO:

Eu não deveria ter deixado isso acontecer, eu deveria ter cuidado... Isso é tudo culpa minha.

Não disse nada no caminho até a farmácia... Já a Isa foi enchendo a minha cabeça de preocupações, e de coisas que eu não queria ouvir naquele momento.

-Leo, se eu tiver com algo aqui dentro, você vai ter que vender seu carro, vai ter que comprar as fraldas desde já, por que eu vi uma promoção no mercado e... -Blá blá blá.

Não prestei mais atenção no que ela disse apenas fiquei olhando para frente enquanto eu dirigia. Ela estava ficando louca, mesmo sem saber se havia algo ali mesmo.

Chegamos à farmácia em 20 minutos e ela já foi logo pegando uns 8 testes.

-Pra que tudo isso Isabela? -Perguntei assustado.

-Eu preciso ter certeza Leo... -Ela disse e correu para o caixa sem dar tempo de eu reclamar daquilo.

Chegamos em casa e ela correu direto para o banheiro.

ISA:

Aquilo teria que dar negativo, não poderia estar grávida, queria deixar isso de lado então logo fiz o teste...

LEO:

-NÃOOOOO! -Ouvi a Isa gritando do banheiro, já tive a ideia do que poderia ser... Eu seria uma pessoa morta, o pai da Isa me mataria...

A Isa abriu a porta e pude ver sua cara de espanto, ela estava chorando muito... Puxei-a para perto e a abracei forte...

-Isa, eu vou estar com você sempre, e isso que está aqui, -Apontei para sua barriga. -vai ser mais um motivo para que a gente possa ficar junto.

-Eu te amo Leo! -Ela soluçava.

-Eu te amo mais meu amor, agora viramos uma família, oficialmente... Eu estarei do seu lado até o fim. -Abracei-a mais forte, pegando seu braço e levando-a para a cama, deitamos ali e adormecemos.

ISA:

Acordei com Leo acariciando meu cabelo, olhei pra ele que me deu um beijo demorado... Senti algumas dores na barriga, mas não eram do neném, mas sim nervosismo, comecei a pensar no meu pai e a forma em que eu iria contar à ele...

Eu estava encrencada!