E era isso o que eu iria fazer.

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Cheguei em casa e tinha uma notificação no meu Facebook, mas quem estava me enchendo? Que saco!

Vi que era uma solicitação de amizade, um homem, novo por sinal. Eu não o conhecia, então cancelei a solicitação e fui dormir um pouco.

Sonhei com o Leo pra piorar ainda mais.

Acordei com minha mãe me chamando, ela tinha voltado de viajem, chegou hoje.

- Oi filha!! Que saudade de você meu amor.

Ela disse me abraçando e me tirando do meu sonho.

- Oi mãe. - falei meio grogue.

Ela sorriu com o estado que eu estava, e desceu pra preparar o jantar.

Peguei meu celular pra passar um pouco o tempo, e vi que tinha uma mensagem. Torci para que fosse o Leo, mas infelizmente não era.

"Por que excluiu a minha solicitação?"

Era o cara que havia me enchido o saco um pouco mais cedo. Fiquei com uma sensação estranha dentro de mim, e enfim decidi responder.

"Quem é você afinal?"

Mandei aquilo e fiquei aguardando, até mais do que eu deveria. Minha mãe me chamou pro jantar, e eu desci correndo, estava morrendo de fome.

- Filha, quero saber das novidades. - ela disse ansiosa.

- Não tem novidades mãe. - eu disse pensando em tudo o que aconteceu nesses últimos dias.

Ela deu de ombros e então começou a falar da viajem que havia feito, não prestei atenção em nada. Quando ela acabou, percebeu que eu não estava ligando e suspirou, cansada.

Não queria deixar minha mãe triste, mas eu realmente não estava bem em relação á algumas coisas.

Subi no meu quarto e o "tal homem" havia me respondido.

"Bom... Vamos lá.
Meu nome é Marcos, tenho 14 anos, moro aqui em SP com meus pais (lógico haha), e não sei mais o que dizer."

Olhei para aquilo e achei estranho. Eu mal conhecia o menino e ele me disse algumas coisas sobre ele que eu nem tinha perguntado.

Mas aquilo mexeu comigo, meu coração deu um pulinho. E graças a isso resolvi respondê-lo.

"Oi haha, bom, meu nome é Isa, tenho 12 anos, moro só com minha mãe (meus pais são divorciados), e não sei mais o que dizer."

Olhei ansiosa para o computador, desejando que o tal "Marcos" me respondesse logo.

E ele respondeu. Conversamos a noite toda, ele era muito legal... E logo se tornou especial.

Eu havia esquecido completamente do Leo, mesmo. Nem percebi que ele tinha mandado umas 20 mensagens preocupado comigo.

"Isa?"
"Cadê você?"
"Tá tudo bem?"
"Aconteceu alguma coisa?"
....

Caramba! Fazia uns dias que eu não o respondia... Ele devia estar preocupado mesmo. Mas eu não tinha percebido, estava falando com o Marcos, e estava muito empolgada.

Contei boa parte da minha vida pra ele, e ele me contou também. Fiquei maravilhada, ele era gentil, legal, muito amigo, e bonito (pelas fotos, como ele era bonito hein), ele me passou tanta confiança, que tive que contar.

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Chegou segunda-feira, dia de escola, dia de dormir na sala de aula. Segunda-feira, o dia em que colégio deveria ser proibido.

E quem estava me esperando na porta da sala de novo? Sim, o mesmo, Leo, lindo como sempre, me olhando do mesmo jeito de sempre.

Só que ai lembrei da Bia, lembrei também do Marcos, e aí desencanei. Eu merecia, eu precisava disso...

Só não iria deixar de falar com ele, isso não, mas eu não falaria do mesmo jeito.

Falei com ele de um jeito tão diferente, que até eu percebi a frieza na minha voz. Mas logo me desculpei, e disse pra mim mesma que eu não deveria ser assim.

O dia passou voando, tirando a hora do recreio, que vi a Bia (aquela otária) se esfregando no Leo, mas ri muito quando ele fez uma cara de nojo e saiu de perto.

Não vi a hora de chegar em casa para falar com o Marcos, aquele menino estava me fazendo tão bem.

Tínhamos os mesmos gostos, os mesmos costumes, quase a mesma idade, ele me completava.

Agradeci mentalmente à minha mãe por ela ter chegado cedo para me buscar, eu não queria ficar na saída com o Leo, não queria agir diferente com ele, não queria fazer ele se sentir mal, ainda mais por uma escolha que eu tinha feito.

Chegamos rápido em casa, não estava trânsito, agradeci por isso também. Minha mãe foi fazer o almoço e eu subi correndo para o meu quarto.

"Oi florzinha, tudo bem minha princesa? Passei pra avisar que já estou com saudades viu? Me retorne assim que puder.
Milhões de beijos, Marcos."

Suspirei com aquilo, e o Leo passou em minha cabeça, espantei esse pensamento e respondi o Marcos.

"Oi Marcos, tudo bem sim e você? Como foi seu dia?
Beijinhos, Isa."

Enviei e meu coração acelerou, eu estava começando a gostar dele, de verdade...

Ele é o tipo de pessoa que me fala coisas que nunca ninguém havia me dito. Eu tenho o coração mole, muito mole. Mas ele estava se tornando alguém em minha vida.

Fui dormir.

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No outro dia cheguei em casa muito cedo também e vi minha mãe caída no chão. Mas o que estava acontecendo?

- MÃE! - fiquei desesperada com aquilo.

-Filha... - ela disse com a voz rouca. - não precisa se preocupar comigo. - ela disse e começou a tossir.

- COMO ASSIM NÃO MÃE? EU VOU LIGAR PRA AMBULÂNCIA AGORA! - eu disse e minha vista embaçou, eu estava chorando muito.

~oi, qual a emergência?~

~moço! Vem logo! Minha mãe está passando mal!~ As palavras saíam com dificuldade.

~se acalme senhorita, estamos indo já.~

Fiquei conversando com ela para que não dormisse, o carro da ambulância chegou em menos de 3 minutos. Levaram ela e eu fiquei ali, no chão mesmo.

Mas o que estava acontecendo? Eu não posso perdê-la.

Tudo Sempre À FrenteOnde histórias criam vida. Descubra agora