Capítulo 2

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Estávamos andando a muito tempo, essa mulher só pode morar no fim do mundo ... Por que, que quando nós falamos de algo, esse algo acontece? Tipo a pessoa fala," só falta o teto cair." ... Aí o teto cai. Não que eu ache que o teto vá cair na vida real, só que ... Ah, mas vocês entenderam o que eu quis dizer!
Bem, foi só eu falar que havíamos chegado, na casa da da Liz. Pra uma senhora, essa casa dela era bem, assustadora. Parece que a luz pegava em todas as casas, menos naquela.

- É essa, a casa? - perguntei.

- Sim. Esquisita, né? - concordei com a cabeça. - Minha vó sabe ser bem esquisita, quando quer.

Caminhamos até lá, sabe aquele lugar que te dar arrepios? Bem, aquela casa me dava arrepios. Não sei se era a falta de iluminação, ou o frio mesmo, até porque eu tava usando só uma mísera blusa branca. Liz bateu na porta, tipo fazendo uma música, que se não me engano eu conhecia. Olhei pra ela com cara de dúvida.

- Que foi? - Liz perguntou, fiz cara de tédio. E olhei pra porta como se fosse o óbvio - Eu te falei que ela sabe ser bem, esquisita.

- Hum. - respirei fundo, sentindo aquele vento bate forte nos meus cabelos.

- Ah, e não encara muito ela não, e também não liga pra tudo que ela fala. Como eu disse ela sabe ser bem, esquisita.

Peguei um susto, quando sem aviso algum a porta se abriu, revelando uma velhinha gordinha, com o cabelo branco em um coque, olhos verdes, sorrindo com os dentes meio amarelados, ela usava um vestido floral, parecia simpática. Senti a Liz me cutuca com a cotovelo, aí percebi que eu encarava a vó dela. Desviei o olhar, olhando pro chão.

- Oi vó, tudo bem? - perguntou a Liz, entrando na casa e eu fui junto.

Passei pela velhinha que tinha aquele cheiro de idoso. A casa tava meio bagunçada, com primeiramente a sala cheia de livros com uma mesinha no centro e o sofá ao redor, não tinha televisão, o que eu achei bem esquisito, também tinha vários cachorros, mais ou menos uns 15, e o engraçado é que nenhum deles veio até nos ou latiu.

- Bem eu não tô não, sua mãe some sem ligar por 7 dias, pensei que vocês haviam até morrido. - a velhinha falou, fechando a porta e sentando no sofá. - Sai cachorro! - ela disse pro cachorro, que saio preguiçosamente. - Pode sentar querida.

- Obrigada vó. - disse a Liz.

- Não tava falando com você, tava falando com sua amiga que até agora continua anônima. - senti o meu rosto esquenta. - Tô brincando querida, então como você se chama?

- Rebecca, Rebecca Bennett senhora. - disse sentando ao lado da Liz de frente pra velhinha.

- Por favor, não me chame de senhora, não estou tão velha assim. Me chame de nonã. - ela falou com um sorriso no rosto. - Lembra criatura quando me chamava assim. - ela perguntou pra Liz, que tinha a cara de tédio.

- Ah, claro. Se brinca lembro como eu nasci. - a Liz falou com sarcasmo.

- Menina sem educação! - exclamou a "nonã". - Então Rebecca, de onde você é? - ela perguntou olhando pra mim com uma cara de curiosidade. - Você fala meio diferente.

- Só dos Estados Unidos, meus pais se separaram quando eu tinha 4 anos. Então eu vim morar com a minha mãe aqui. - sim aquele assunto me doía, mas fazer o que, meu pai era um alcoólico, que não sabia a hora de parar. Minha mãe uma mulher que cuidava do pobre bebê indefeso, e ainda tinha que cuidar da casa.

- Por que eles se separaram? - nonã perguntou delicadamente.

- Foi em uma briga, meu pai chegou bêbado em casa quebrando tudo, e minha mãe foi discutir com ele. Eu não sei o que aconteceu depois, eu era bem pequena. - falei sentindo os meu olhos arderem.

- Sinto muito querida. - a nonã disse com ar de pena. - Quem quer biscoito?! - essa mulher só podia ser bipolar.

- Vó eu so vim trazer as suas almofadas. A gente já ta indo embora! - a Liz disse já se levantando.

- Que, que isso? Mal chegou e já vai embora? Senta ai e fique um pouco com a sua vó. - nonã disse indo pra cozinha, enquanto a Liz sentava bufando.

- Ninguém merecê. - ela falou revirando os olhos. - Foi mal pela minha vó, sei que o assunto do seu pai ainda dói. - ela disse olhando pro chão envergonhada.

- Tá tudo bem Liz. - eu disse sorrindo pra ela, enquanto ela levantava a cabeca e sorria também. - Sua vó parece legal.

- Vai por mim, só aparência mesmo. - ela disse sorrindo.

- Por que fala assim? Ela parece gosta de você.

- Sei lá, ela é meio macumbeira, sabê? - ela falou sorrindo divertido.

- Como assim? - falei.

- Ela vê o futuro. - Liz disse baixo pra nonã não ouvi.

- Isso é impossível! - eu disse rindo. Tipo é impossível vê o futuro, dá outra pessoa.

- Dúvida? ... - me assustei, quando a nonã apareceu do nada na porta, segurando um bandeja cheia de biscoitos.

- Não vó, ela não duvida! - Liz disse querendo fugir do assunto.

- Será mesmo? - ela disse colocando a bandeja na mesinha do centro, que foi infestada de cachorros. Okay, eu não toco nisso.

- Não, senhora ... quer dizer nonã, eu não dúvido, não! - eu disse, também querendo fugir do assunto.

- Bom, então vamos jogar um pouco! - ela disse se levantando indo até uma instante pegando, cartas?

- Não vó, temos que ir embora agora! - a Liz disse se levantando, indo até a porta.

- Vamos Rebecca, tire três cartas. - nonã disse, ignorando a Liz.

Olhei pra Liz, tipo pedindo permissão e ela concordou com a cabeça. Okay, aqui vamos nós ...

- Tá bom. - tirei uma carta, depois tirei outra e por fim a última. Ela girou as três cartas, e por fim pegou a primeira. - Então? - perguntei desconfortavelmente, pois o silêncio, havia se estalado na sala. Ela pegou a segunda carta, e depois a terceira. Ela olhou pra mim com cara de espanto.

- Céus ...

Garota DepressivaOnde histórias criam vida. Descubra agora