capítulo 2

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Sr. Generoso
Stephan apertou minha mão calorosamente quando partimos. Ambos amávamos o sentimento na decolagem. Ela representava boas coisas para nós dois. Novos lugares. Novas aventuras. Deixar as coisas ruins para trás. Enviei- lhe um sorriso rápido, afetuoso, antes de olhar pela janela à minha direita, evitando olhar para o Sr. Cavendish durante o máximo de tempo que eu pudesse.
Finalmente, eu dei um olhar furtivo para ele, e fiquei perplexa com a
mudança que vi nele. Ele estava imóvel como uma estátua agora, seus olhos positivamente glaciais. Eu segui seu olhar para onde minha mão estava ligada com a de Stephan sobre o pequeno espaço entre os nossos assentos. Me ocorreu que ele deveria estar pensando que somos um casal.
Stephan e eu muitas vezes agimos dessa maneira, mesmo eu o incentivo
às vezes. Todos, dos nossos amigos próximos aos amantes de Stephan sempre pensam em nós dois como um pacote só. Mas isso me deixou desconfortável, pensar que o Sr. Cavendish está fazendo essa suposição. Mesmo assim, isto
não poderia justificar seu comportamento repentinamente hostil. Eu mal conhecia esse homem.
Nós rapidamente atingimos 10 mil pés. Com o aviso que indicava a
altitude, me levantei, e rapidamente comecei a preparar o serviço de toalhas quentes, enquanto Stephan fazia os anúncios habituais. Ele se inclinou contra meu corpo, quase me abraçando, enquanto falava no meu ouvido.
- Se importa se eu for ajudar a classe econômica? Ele me perguntou. - Eles estão com todos os assentos ocupados.
Eu lhe lancei um olhar intrigado. - Eu vou fazer isso depois de oferecer
as toalhas quentes. É a minha vez, lembra-se?

Era a nossa rotina habitual, ajudar os outros comissários, quando a
primeira classe estava vazia e a classe econômica com sua capacidade
máxima. Nós certamente não precisamos de duas pessoas para servir cinco passageiros, que estavam provavelmente prestes a desmaiar. Mas ele tinha ajudado a cabine no último vôo, portanto ambos sabíamos que agora era a minha vez de ajudar.
Ele só beijou o topo da minha cabeça, sacudindo a sua. - Eu preciso falar com Jake sobre esse relatório de incidente da semana passada, e ele já
separou o carrinho de frente, para que possamos conversar enquanto
trabalhamos. Boa sorte aqui. - E com isso, ele desapareceu.
Eu suspirei, exasperada. Pela primeira vez, eu realmente queria trabalhar lá. Isto me daria uma pequena pausa do Sr. Magnífico na minha frente. Mas eu certamente não ia causar um barulho sobre isso, então eu teria apenas que lidar com a situação.
Sr. Cavendish mal olhou para mim agora, enquanto eu lhe entregava as
toalhas quentes, em seguida, recolhendo-as. Por que isso me incomoda tanto? Eu não queria me aprofundar demais nesse pensamento.
Eu levei os pedidos de bebidas, e servi a primeira rodada de bebidas
rapidamente. O casal na última fila da primeira classe pareciam ser bebedores pesados, mas os outros só queriam água, e claramente estavam perto de cair no sono. Eu ficaria surpresa se a maioria deles não estivesse dormindo, antes mesmo que eu terminasse o meu curto serviço.
Eu levei o carrinho para fora, oferecendo queijo, bolachas, e um canapé de manjericão e azeitona. Levei menos de cinco minutos para servir a cabine inteira. Sr. Cavendish aceitou um pequeno prato de queijo com água, e o casal atrás pegou alguns itens, mas os outros dois declinaram e foram dormir, antes mesmo que estivesse de volta na cozinha.
Quando eu recolhi os pratos, fiquei surpresa ao descobrir que o casal
que estava bebendo coquetéis tinha adormecido. Eu tinha lido tudo errado.
Eles apenas quiseram beber um pouco a mais para relaxar e conseguir
dormir. Eu tinha imaginado com tanta certeza que eles estavam apenas
começando.
Sr. Cavendish era de repente, o único passageiro acordado na cabine.
Isto me deixava um sentimento estranho, como se estivéssemos sozinhos. A cortina foi fechada de forma segura na primeira classe, e as luzes diminuíram para quase escuridão por todo o avião.
Ele estava trabalhando tranquilamente em seu laptop, um olhar alerta e nem perto de dormir. Será que ele vai trabalhar a noite toda? Eu me perguntava. Eu não poderia imaginá-lo chegar a Nova York e tirar um cochilo.
Ele provavelmente trabalhava o tempo todo. O nosso tempo de voo eram de quatro horas e 43 minutos, e agora era o meio da noite. Algo urgente deve ter acontecido para mantê-lo trabalhando, sem nem mesmo poder tirar um breve
cochilo no voo.
Eu me aproximei dele, me inclinando para falar com ele calmamente,
consciente dos outros passageiros adormecidos, embora todos eles estivessem na parte de trás da primeira classe, e ele estava quase na frente.
- Posso pegar mais alguma coisa, senhor?
Pela primeira vez, desde que tinha tirado o paletó, ele me deu toda a sua
atenção.
- Posso te perguntar uma coisa, Bianca? - Ele me pediu, em um tom
brando com cuidado.
Eu levantei minhas sobrancelhas com a questão. - Sim, senhor. Como
posso ajuda-lo?
Ele suspirou, indicando o assento vazio ao lado dele. - Você pode se
sentar por um minuto para conversar?
Olhei em volta, nervosa, sem saber o que fazer com o seu pedido.
Parecia pouco profissional me sentar ao lado dele, mas ele pediu, e
provavelmente seria o único a me ver fazendo isso.
- Sente-se, Bianca. Todo mundo está além dos seus cuidados agora.
Eu amava o jeito que ele falava meu nome. Adorava e ficava desconcertada com isso. Não era nada que eu poderia apontar
especificamente, mas algo em seu tom fazia soar quase íntimo.
Eu tomei uma respiração profunda e, finalmente, apenas me sentei ao
lado dele. Eu inclinei um pouco em sua direção, as minhas mãos no meu colo, puxando minha saia para baixo e alisando o material cinza escuro
nervosamente.

sr. magnificoOnde histórias criam vida. Descubra agora