capítulo 3

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Sr. Enervante
A ponte que dava acesso ao desembarque fechado no aeroporto JFK1 de Nova York era diferente do que havia no McCarran de Las Vegas, assim todos os passageiros saiam pela primeira porta, tendo que fazer o seu caminho através da cabine de primeira classe. Isso significava que eu tinha que correr para conseguir as jaquetas dos passageiros rapidamente, de modo que os
passageiros da primeira classe não segurassem a saída do avião.
Eu balancei a cabeça educadamente para o Sr. Cavendish, quando lhe
entreguei o seu paletó. - Tenha um bom dia, Sr. Cavendish.
Ele me deu um olhar ligeiramente irritado.
- Por favor, me chame de
James.
- ele me repreendeu. Ele se inclinou mais perto, falando diretamente
em meu ouvido.
- Em privado, porém, você pode me chamar de Sr.
Cavendish.
- Com essa troca enervante, ele se afastou.
Stephan ergueu as sobrancelhas para mim, quando eu voltei para ficar
ao lado dele para acompanhar a saída dos outros passageiros.
-O que ele disse para você?
- Ele perguntou, obviamente curioso.
- O olhar em seu rosto, e depois a sua...
Eu só balancei a cabeça. - Você não quer saber.
Eu acompanhei os movimentos de nossa rotina de desembarque de
costume, não me sentindo completamente... como eu mesma. Ficar em torno daquele homem me fazia sentir estranha. Eu me sentia um pouco como se tivesse sido arrancada da minha própria vida ordenada e colocada no meio de algum tipo de jogo. Um jogo com regras que eu não conhecia o que era falado.
E eu não tinha um quadro de referência com o qual poderia aprender essas regras. Eu me falava firmemente que estava apenas aliviada que tenha dito não a James Cavendish. Ele era demais para mim. Ele era muito experiente, muito aborrecido, muito rico. E tudo isso tinha sido suficiente para me dissuadir se eu estivesse interessada em namorar, o que eu certamente não estava. Eu nunca estive.
E ele era envolvido, obviamente, em algum tipo de coisas de S & M2. Eu
já tinha meus próprios demônios para lidar, e esse tipo de negócio era a
última coisa que eu deveria estar interessado... Mas, ainda assim, a despeito de mim mesma, eu achei fascinante. E assustador. E emocionante. Eu sabia que era provavelmente por causa da minha infância violenta que um arrepio animado me percorreu, com a ideia de algumas das coisas que ele disse. Como me colocar sobre seu joelho...
Eu sabia de inúmeras visitas a um psiquiatra, que coisas que
horrorizam as pessoas na infância, também podem nos excitar quando
adultos. O pensamento era decepcionante. Eu trabalhei muito duro para não ser uma vítima da minha infância. Isso tornou ainda mais importante que eu ficasse longe de alguém como James Cavendish.
Demorou ainda para me convencer disso, mas quando nossas bagagens
chegaram, eu sentia que estava adequadamente convencida, e então esperei pelo resto da tripulação se juntar a nós.
Stephan e eu andamos na frente do nosso pequeno desfile de bordo,
caminhando rapidamente através do JFK.
-Mmmm, eu mataria por um café agora. Vamos pegar um no meio do
caminho?
- Stephan murmurou para mim quando nos aproximamos de um
pequeno carrinho de café à nossa direita.
Eu lhe atirei uma careta perplexa. - Você sabe que eu não prego o olho
se eu tomo café, mas eu vou esperar na fila com você, enquanto você pede um.
Ele deu de ombros, um pouco estranho, seus olhos atentamente sobre o balcão de café.
- Não, eu acho que vou esperar para depois do cochilo.

Eu segui seu olhar para ver o Sr. Cavendish esperando no balcão de café.
Ele nos deu um sorriso enigmático, acenando cordialmente para Stephan.
Minha cabeça virou para lançar um olhar desconfiado para Stephan. Ele
estava balançando a cabeça de volta para James Cavendish, sorrindo.
- O que você está fazendo, Stephan? - Eu rosnei para ele, minha voz
aguda baixa, para que o resto da tripulação não pudesse me ouvir.
Ele franziu os lábios. Eu balancei a cabeça rigidamente quando nós
passamos pelo Sr. Cavendish. Eu seria educada, mas fria. Eu penso que me
comportei muito bem.
- O quê? Eu não posso ser educado? - ele perguntou, seu tom de voz
todo inocente.
Eu não confiava de jeito nenhum naquele tom de voz. Quando eu
conheci Stephan, ele era um vigarista das ruas aos 14 anos de idade, que
poderia pegar a sua carteira como ninguém, com apenas uma tomada de
fôlego. Ele dominava há muito tempo a arte de jogar como se fosse estúpido.
Mas eu o conhecia melhor do que ninguém, e eu não seria enganada nem por um segundo.
- Aquele sorriso que você compartilhou com ele foi francamente conspiratório. Diga-me o que você fez. Você lhe deu o meu número?
Ele me lançou um olhar ferido.
- Eu não faria isso.
Fiquei aliviada. Stephan poderia patinar em torno da verdade como um profissional, mas ele nunca iria mentir para mim. Se ele disse que não deu a James meu número, eu sabia que era a verdade, então eu deixei o assunto quieto depois disso.
A van que levaria a tripulação para o hotel estava cheia com a conversa
animada sobre os planos para a noite. Aparentemente, todos estavam
planejando sair hoje á noite, para tomar juntos algumas bebidas no bar da esquina, perto do nosso hotel. Era um bar de Karaokê durante a noite. Eu me encolhi um pouco com o pensamento. Soou um pouco alto e embaraçoso demais para o meu gosto, ou o meu humor. Mas eu levaria isto na esportiva.
Era uma equipe nova, e eu odiaria ser a antissocial do grupo, quando todos
eles estavam tão obviamente animados.
Além disso, eu sabia que Stephan gostava de um dos bartenders naquele bar.
Eles estavam rodeando um ao outro lentamente nestes dois últimos meses. Nós íamos lá para almoçar ou jantar quase toda semana, quando
estávamos na cidade. Stephan tinha 90 por cento de certeza que o barman
estava flertando com ele, e não sendo apenas um cara amigável. Mas ele
levava um longo tempo trabalhando, até realmente chamar um cara para sair.
Stephan não saiu ainda do armário. Eu não sabia se ele estava pronto
para isso. Mas os gays que já assumiram publicamente, não levavam na boa namoros secretos, como se estivessem fazendo algo errado.
Eu sabia que Stephan também preferia namorar outros caras que ainda não saíram do armário, porque tornava mais fácil manter isso discreto. Mas isto tornou as coisas ainda mais difíceis para ele até o momento. Eu sugeri a ele que provavelmente poderia encontrar pessoas on-line mais facilmente,
considerando suas limitações, mas ele nem sequer considerou isso.
Ele disse que namoro on-line lhe fazia sentir mal. Ele era um pouco
antiquado sobre as coisas mais estranhas.
- Você está quieta, botão de ouro.
- ele sussurrou em meu ouvido.
Melissa estava descrevendo na van o que ela estava planejando usar naquela noite, e o que ela estava planejando cantar hoje no karaokê. Sua seleção de "Sexy Back", de Justin Timberlake não me surpreendeu em nada.
-Você vai vir com a gente, para o bar, certo?
- Ele me perguntou, já com um tom de argumento em sua voz. Ele pensou que eu estava pronta para tentar tirar o corpo fora. Eu não estava. O barman era o primeiro cara que ele estava interessado, desde um rompimento particularmente duro há um ano atrás, e se ele precisava de mim lá para dar apoio moral, eu estaria lá.
Eu olhei para ele. Seus olhos estavam arregalados e com a expressão
"Gato de Botas", sua melhor impressão para mim já. Uau, ele está pronto para mostrar as grandes armas para me levar lá hoje à noite. Eu decidi liberá-lo dessa tensão.
- Eu vou. Mas você tem que jurar que não irá me fazer cantar ou
dançar.
Ele assentiu com seriedade, sorrindo aquele seu mais feliz sorriso de
menino.
- Eu te conheço muito bem. Você teria que estar muito bêbada para
subir no palco. E eu não consigo me lembrar da última vez que tomou um drinque.

Fazia anos, eu sabia. O mês que eu iria completar vinte e um tinha sido
divertido, e eu dei um espetáculo em algumas festas depois, mas eu e álcool
apenas não misturamos muito bem. Era uma característica da família. Ainda assim, eu considerava tomar algumas bebidas com a tripulação. Eu estava tão malditamente tensa. Talvez, eu entrasse nessa hoje. Apenas para eu tentar relaxar por algumas horas. Eu não poderia encontrar uma boa razão para não fazer.
- Talvez eu tome algumas bebidas, esta noite.
- eu disse a ele.
Seus olhos se arregalaram.
- Verdade?
- Ele era um bebedor
moderado, mas ele quando bebia, se entregava ainda mais do que eu.
Eu dei de ombros.
- Talvez.
- Ok, pintinhoooo.
- disse ele, puxando o final da palavra em um longo
som de ooo. Ele colocou o braço ao longo das costas do meu assento, dando um aperto no meu ombro.
- Vocês dois são tão malditamente bonitos.
- Melissa jorrou, quando
ela viu seu gesto afetuoso.
Nós dois abrimos nossos sorrisos neutros. Nós não a conhecíamos bem
o suficiente para nos explicar a ela, e, francamente, eu duvidava que nós
algum dia fossemos conseguir ser amigos próximos o suficiente dela para fazer isso. Eu sempre tentava dar uma chance as pessoas, mas até agora nada em Melissa me impressionou. Eu a achava uma pessoa não confiável, mas eu não tinha nada de concreto até o momento para provar isso. Embora, ela admitisse abertamente que seu objetivo na vida era encontrar um homem rico para cuidar dela. O que parecia absolutamente sombrio para mim.
- E eu adoro todos esses nomes de animais que ele tem para você.
Stephan lhe deu seu sorriso mais encantador.
- Eu te chamo de pintinho também, se você quiser.
Ela deu uma risadinha. Ela sempre ficava assim quando os pilotos
estavam ao redor, uma maneira mais doce do que ela agia, se eles não
estivessem presentes.
- Eu acho isso adorável. Mas o meu favorito é Botão de ouro. Ouvi você
chama-la assim outro dia.

Ele me deu um sorriso suave, que era tudo para mim.
- Esse é apenas para uma abelhinha.


Ela bateu palmas.
- Oh, oh, oh, há uma história por trás desses

apelidos de bichinhos? Adoro histórias!


Meu nariz enrugou. Ela estava sendo claramente um pouco teatral hoje.


Lancei um olhar para os dois pilotos que estavam assistindo a nossa


interação, na primeira fila de cadeiras na enorme van. Eu estava adivinhando

que ela gostava de um deles, pela forma afetada que estava agindo.


O primeiro oficial era mais jovem e mais bonito do que o Capitão. Jeff,


me lembrei do seu nome. Ele tinha o cabelo castanho escuro, e atraentes


olhos castanhos. Ele era alto, com um corpo bem definido. Mas a minha


aposta era que ela gostava do capitão, já que ele ganhava o dobro do salário de Jeff.


O capitão, cujo nome eu tinha 90 por cento de certeza ser Peter, era


mais velho, com cabelos grisalhos, já um pouco calvo, e uma barriga de


cerveja, e olhos que nunca se desviavam para longe do peito de uma mulher.


Ela reafirmou o meu palpite quase como se adivinhasse meus


pensamentos, enviando ao capitão um sorriso positivamente radiante.
- Você também não apenas adora histórias de amor, Peter?
- Ela perguntou a ele.


Ele deu a ela o que eu pensava ser um sorriso um pouco gorduroso.
-

Pode apostar!


Stephan balançou a cabeça.
- Essa história é entre mim e abelhinha.


Mas, Peter, eu estou morrendo de vontade de descobrir qual a música que

você vai escolher para fazer uma serenata para nós esta noite.


Stephan mudou de assunto com facilidade, e com muito charme. Ele


havia feito Peter rir e se recusar a cantar, desviando a conversa na direção que

ele escolheu, sem esforço algum.

sr. magnificoOnde histórias criam vida. Descubra agora