Enquanto ia buscar a bebida do rapaz fui apalpada demasiadas vezes o que me irritava profundamente, mas faz parte do trabalho e se eu realmente quero continuar a pagar as minhas conta tenho de deixar de lado as palavras rudes.
Rapidamente preparei o pedido do jovem e fiz o meu caminho de volta onde ele se encontra.
Coloquei a bebida em cima da mesa redonda empinado o meu rabo de forma a provocá-lo, ele agarrou a minha cintura e puxou-me para o seu colo. Fiquei mais tensa quando senti pequenos beijos molhados ao longo do meu pescoço. Arrepios percorriam a minha pele e uma explosão de sensações atingiu-me deixando-me desconfortável. Saí de cima dele calmamente para que ele não percebesse a minha situação e deixei que ele colocasse o dinheiro da bebida na minha saia. Peguei no mesmo e contei-o. Ele deu-me dinheiro a mais por isso eu sou obrigada a fazer algo para agradecer a gorjeta. Virei-me de frente para ele e, quando vi pela primeira vez a cara dele dei um passo para trás, é impossível ser ele, mas os cabelos encaracolados e os olhos verdes escuros não enganavam ninguém.
Afastei-me e senti a mão dele agarrar o meu braço e, quando ele olhou bem para mim, largou-me, senti a sua cara de choque a observar-me.
"Não te atrevas a fugir dele, ele é um cliente demasiado importante para te armares em miúda mimada." Steve disse através do auricular e eu queria morrer aqui e agora.
"Porquê?" Harry disse ainda em choque deixando-me constrangida, afinal era eu que estava a trabalhar neste lugar sujo.
"Não tens nada haver com isso" Sentei-me no seu colo, metendo uma perna de cada lado do seu corpo, comecei a mexer-me em cima dele fazendo com que o seu amigo desse sinais de vida. Senti as mãos dele agarrarem a minha cintura o que me fez virar de frente para ele.
"Não me podes tocar" Disse-lhe agarrando nos seus pulsos e meti-os atrás das suas costas suavemente. Passei as minhas mãos pelo seu peito, passando pelos seus abdominais, parando bem a cima do seu material de forma a provocar uma reação da parte dele.
"Não me tortures" A voz dele estava ainda mais rouca do que o normal. Ambos mexiamos as ancas e tenho a certeza que pequenos gemidos escapavam pela sua garganta. Não gosto de fazer isto, é nojento uma vez que eu não nutro qualquer sentimento pelo rapaz de olhos verdes, mas faz parte do meu trabalho. Não estou a dizer que acredito no amor, muito pelo contrário, acho que isso simplesmente é uma ideia que as pessoas criaram para se sentirem felizes e realizadas quando na verdade existe sempre uma sensação de vazio dentro de nós.
Depois de o ter deixado bem alterado, saí de cima dele andando na direção oposta. Pelo canto do olho vi que ele se levantou e foi embora.
(...)
Por hoje a minha noite de trabalho chegou ao fim. Troquei de roupa e apertei o meu casaco, sendo que a esta hora da madrugada está frio e dirigi-me aos dormitórios.
Passados quinze minutos encontrava-me a pôr a chave na fechadura, depois de ter aberto a porta tentei não fazer muito barulho pois pensava que a minha querida (só que não) colega de quarto estava a dormir, mas esta não se encontrava no quarto. Depois de tomar banho vesti o pijama e fui dormir, o dia de hoje tinha sido exaustivo.
(...)
Acordei com uma forte dor de cabeça, sentei-me na cama a pensar na noite de ontem e ainda fiquei pior. O que é que um rapaz como ele faz num lugar daqueles? É muito difícil imaginar alguém tão jovem, com a vida toda pela frente num lugar que tem como clientes habituais homens barrigudos com uma idade entre os 40 e os 75 anos?
Hoje só tenho aulas às 9:30, por isso consegui dormir um pouco mais. Peguei em tudo o que precisava e encaminhei-me aos balneários que se encontravam com um número significativo de pessoas. Quando acabei de tomar banho não se ouvia uma única rapariga, o que é estranho sendo que ainda há 15 minutos atrás se ouviam gargalhada e lamentos de adolescentes, não que eu esteja a reclamar, eu até agradeço, apenas achei estranho.
Sentei-me num dos bancos de madeira e vesti o meu robe de banho, espalhei creme hidratante nas minhas pernas e deixei que o mesmo fizesse efeito de modo a não me manchar a roupa que eu pretendo vestir hoje.
Senti alguém aproximar-se de mim, e, quando senti a pessoa em questão perto demais, levantei-me encostando-o à parede com o meu braço na sua garganta fazendo força suficiente para o manter neste sítio.
"Andas a seguir-me?" Perguntei diretamente ao rapaz de cabelos encaracolados que olhou para mim espantado.
"Sabes defender-te" Ele disse e agarrou no meu braço colocando-o atrás das minhas costas virando-nos ficando eu entre ele e a parede sendo que as mãos dele se encontravam com a difícil tarefa de segurar os meus braço.
Consigo sentir a respiração dele bater suavemente na minha cara, fiquei com uma sensação diferente ao olhar novamente nos olhos verdes dele, desta vez mais claros, um verde esmeralda lindo, mas no fundo triste, como se ele estivesse perdido...
Abanei a cabeça e parei com a minha análise aos seus olhos dando-lhe uma joelhada nas partes baixas do rapaz à minha frente o que me libertou do seu aperto.
"Tu nem fazes ideia" disse num tom alto o suficiente para ele ouvir. Continuei a passar o creme pelo meu corpo enquanto Harry ainda gemia de dores. Entrei numa das cabines para tomar banho fechando a cortina atrás de mim para conseguir vestir-me sem ser observada. Tentei executar esta tarefa o mais rápido possivel de forma a não correr o risco dele entrar e ver o que não deve.
Olhei para o meu telemóvel e as horas pareciam ter voado. Agarrei em tudo o que me pertence e saí do balneário.
Senti alguém empurrar a porta do meu dormitório sem sequer pedir autorização. Como tenho reflexos rápidos consegui desviar-me a tempo porque caso eu não tivesse reagido acho que ia dar os bons dias ao chão.
"Tu não podes fazer isso. Deixaste-me no balneário, deixaste-me no club..."
"Deixaste-me na festa." Disse firmemente, ele está a dramatizar e eu não tenho tempo para isso. Ia sair também do meu dormitório, mas ele agarrou novamente no meu braço e desta vez deixei que ele me encostasse à porta de madeira. Sinto os olhos dele percorrerem o meu rosto parando nos meus lábios. Senti que ele se aproximava demasiado e, por impulso virei a cara sentindo os lábios em forma de coração baterem docemente na minha bochecha rosada. Um arrepio percorreu o meu corpo e tenho a certeza que ele se apercebeu graças ao seu sorriso satisfeito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nyctophilia (H.S.) [Reescrever]
FanfictionNyctophilia- love of darkness or night ; finding relaxation or comfort in the darkness