Capítulo 4

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Lucy

Minha semana tinha sido realmente muito agitada. Descobri que Brandon estava com crise de abstinência, por isso me tratou tão mal a semana inteira, eu me sentia mal por ele afinal nós estávamos juntos a tanto tempo e eu sei que ele não teve a intenção de me machucar mas, quando eu paro para pensar, percebo que talvez eu não o conheça tão bem quanto imagino. Minha mãe percebeu algo estranho em meu comportamento e minhas blusas de manga cumprida em dias "ensolarados", eu queria evitar qualquer tipo de conversa sobre esse assunto. Estava evitando Brandon a semana inteira, ele deveria se acalmar primeiro ou sei lá, procurar ajuda, a verdade é que estou emocionalmente esgotada desse relacionamento e agora posso ver as marcas dele em mim, o que me assustava. Enquanto me arrumava para mais uma sexta-feira em que iria para a escola, olhei no espelho e vi aquele roxo em meu braço senti raiva por deixar as coisas chegarem a esse ponto enquanto procurava uma blusa de manga cumprida em meu guarda roupas, alguém bateu na porta.

— Querida, sou eu. Posso entrar? — Tudo o que eu não precisava era que minha mãe visse aquilo.

—É... Só um minuto mãe! Está meio bagunçado aqui — eu tentava pensar em algo que pudesse convencê-la de que estava tudo bem

— Precisamos conversar, estou entrando.

Eu não achava nada para cobrir aquele negócio no meu braço, ela estava entrando quando peguei o primeiro casaco que vi em minha frente e vesti sem nenhuma camiseta por baixo.

— Lucy para que você está vestindo esse casaco? Nem está tão frio lá fora.

— É que... Esse é meu casaco preferido e estou com saudade de usá-lo. Algum problema nisso? — Perguntei tentando não parecer nervosa.

— Não, problema nenhum... Aliás, não teria problema também se você me contasse o que está acontecendo e porque seu braço está machucado. — Ela

se aproximou bem de mim e tirou o casaco que eu vestia, me deixando apenas de sutiã. — Eu só vou perguntar uma vez e se você mentir vou contar a seu pai!

— Mãe, não é o que está pensando — não consegui conter as lagrimas, eu sempre contei tudo para minha mãe, éramos cúmplices de tudo.

— Vamos Lucy, conte-me! — Ela parecia brava, coisa que raramente acontecia.

— Eu bati... Não, eu quero me desculpar por te esconder isso, mas eu não quero preocupá-la com coisas bobas.

— Ele te bateu não foi? Eu sempre te avisei sobre isso Lucy, começou te xingando, gritando com você na frente das pessoas e olha aonde chegamos.

— Eu prometo que isso não vai mais acontecer! Estou me afastando dele, eu juro mãe! Só por favor, não fala nada para o papai, daqui a pouco eu estarei longe e vai ficar tudo bem, não se preocupe.

— Tudo bem, mas eu quero que me conte se algo mais acontecer. Você não pode deixar ele te tratar desse jeito. — Ela me abraçou o mais forte que conseguiu. — E outra coisa, tem que parar de fazer tatuagem querida, daqui a pouco não vai ter nem mais espaço.

— Pode deixar mãe, prometo que essa é a última — rimos enquanto ela me ajudava a passar pomada em minha nova tatuagem que por sinal tomava minhas costas quase toda. Era quase como uma floresta com galhos altos, finos, preto e branco. Minha mãe disse que parecia um pouco sombrio demais para mim.

Terminei de me vestir, desci para o café que foi rápido porque já estava atrasada. Peguei as chaves do carro e sai, a caminho da escola recebi uma mensagem de um conhecido que morava em Tempe que não é muito longe de Phoenix.

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