Capítulo 1

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Elis fecha a porta do seu apartamento e solta sua pasta no chão ao lado da porta, chuta seus sapatos, dá uma olhada na correspondência e suspira — isso pode esperar. — Deixa os envelopes na mesa e vai tomar um banho quente. Entrando no quarto, coloca as inúmeras sacolas de compras na cama; se sentindo esgotada pela manhã exaustiva de trabalho, e pela energia inesgotável de sua mãe, sorriu lembrando à tarde que passou com ela no shopping fazendo compras. Para sua mãe sua ideia de compras era entrar de loja em loja e comprar tudo que Elis olhasse com interesse. A mulher era uma força da natureza, não adiantava tentar argumentar que não queria nada, ela sempre voltava para casa com mais coisas do que poderia usar em um ano. A única coisa que sua mãe não aceitava era que Elis morasse tão longe de Chicago. Desde que ela se mudou para a Rússia, esse era um assunto que gerava discussões, mas Elis nunca cedia e nem poderia ficar com raiva. Ela entendia que sua mãe queria sua única filha por perto e não do outro lado do oceano.

— Eu preciso me arrumar e sair antes que minha mãe me ligue perguntando por que estou atrasada. Resmungou indo para o banheiro. Ia se encontrar com sua mãe e Robert para um jantar de despedida, eles estavam voltando pra Chicago na manhã seguinte. Depois do banho, já se sentindo um pouco mais relaxada, escolheu um vestido vermelho alguns centímetros acima do joelho, fez uma maquiagem leve valorizando seus olhos, deixou os cabelos soltos levemente ondulados. Olhou-­se no espelho e notou que seus olhos pareciam cansados, com uma tristeza que teimava em aparecer em momentos inoportunos. Resultado do trabalho duro que vinha fazendo com Isabella para fechar um contrato com o governo Russo. Era um processo lento e desgastante, mas felizmente ser filha de Ianov Petrovich tinha suas vantagens. Seu pai era um membro do alto escalão do Parlamento Russo, e isso lhe abriu portas. Petrovich ainda era lembrado por pessoas mais velhas, da época em que estava vivo. Ser metade Russa era uma parte que ela gostava, só de não ter que se sentir deslocada em um país diferente era uma coisa boa. Seu nome era incomum para os Russos, Elis Meghan Petrovich Harris. Escolha de sua mãe. Após conferir se em sua bolsa tinha tudo que precisava, fechou a porta e jogou a chave na bolsa já entrando no elevador. Elis morava na cobertura de um prédio de oito andares perto da praça vermelha em Moscou. Foi paixão a primeira vista, sua casa era linda e ela decorou tudo para ficar com sua cara. Quando chegou à garagem, e avistou seu segurança, logo percebeu que teria um motorista aquela noite. Slade Darel era um homem grande, com uma voz rouca, que poderia se passar facilmente por um sujeito mal encarado, para quem não o conhecia tão bem quanto ela. Para Elis ele era um homem brincalhão e muito feliz; Casado com sua assistente pessoal Gabrielle. Slade era Australiano, e largou tudo em seu país pra ficar perto da sua amada. Tinha sido promovido a chefe de segurança, mas sempre falava que não nasceu pra ficar parado atrás de uma mesa enterrado em serviços burocráticos. Mas acabou aceitando; E sempre que Elis saia à noite, o que não era frequente, ele sempre estava por perto. Chegou a um ponto que ela nem falava para Gabrielle que pretendia sair a noite. Ela era muito protetora e sempre dava um jeito de avisar Slade.

— Boa noite Mis Harris! – disse ele com olhar de riso.

Elis olhou feio pra ele, e ele caiu na gargalhada.

— Por que você não está em casa com sua esposa e seu filho Sr. Darel? Foi à vez de ele olhar feio pra ela, que começou a rir logo em seguida.

— Não sou de cristal sabia? Eu não vou me quebrar. E você e Gabrielle tem que parar de me tratar como uma garotinha.

Ele apenas balançou a cabeça e disse: — Tudo bem Elis, tudo bem! Ela sabia que iriam continuar tratando-a como uma criança para sempre. Suspirou resignada e sentou­-se no banco do carona. Depois dele se acomodar atrás do volante, saíram para a noite agitada de Moscou. Conversaram amenidades até chegar ao hotel onde Robert e sua mãe estavam hospedados. Eles eram muito teimosos e não aceitaram ficar com Elis na cobertura. Sempre usavam a desculpa de não querem tirar sua privacidade, como se ela se importasse com isso. Desde que Anatoli viajou a mais de um mês, para resolver problemas da empresa do pai, ela se sentia muito sozinha. Eles namoravam há dois anos, mas ele queria passar para o próximo nível do relacionamento. Elis estava pensando seriamente em dar o próximo passo também.

_ Chegamos Elis Já descendo do carro, Elis teve que fazer uma cena para obriga-lo a ir pra casa.

— Slade eu vou ficar bem! Robert tem mais seguranças que o presidente, nada vai me acontecer, ok? Vá pra casa homem, Gabrielle está te esperando. A contra gosto ele cedeu e foi embora, mas não sem antes verificar a posição dos seguranças de Robert. O que a fez revirar os olhos.

— Ôh homem obcecado com segurança! Entrando no Lob do hotel viu Robert conversando com um casal, quando ele a viu pediu licença e veio ao seu encontro.

— Elis, você está linda pequena!

— Obrigada Robert. Você também não está nada mal! Ela sorriu enquanto ele a abraçava e lhe dava um beijo no rosto. Robert era uma pessoa maravilhosa, bem diferente do filho... Não posso pensar nele agora.

— Como você está pequena? Tem deixado o trabalho te consumir muito? — Não Robert, eu não estou deixando! Disse sorrindo.

— Onde está minha mãe? ­ Perguntou olhando ao redor.

— Eu estou aqui minha princesinha! Elis escutou a voz alegre da sua mãe e virou-se para vê-la.

— Mãe! Você não pode me chamar de princesinha para sempre, me sinto com cinco anos de idade!

— Mas você sempre será minha princesinha! – Falou Valentina

— Tá eu desisto! ­ Falou novamente revirando os olhos. Robert sorriu:

_­ Pensei que você já tivesse desistido há muito tempo! ­ E ficou olhando pra ela com aquele olhar de solidariedade misturado com diversão, que ela sabia muito bem o que queria dizer. "Ainda bem que não é comigo"

— A propósito você está linda mãe! – o elogiou lhe rendeu um belo sorriso. — Obrigada. Pensei que ninguém estivesse notado.

— Eu sempre noto sua beleza meu amor! – Robert não perdia a oportunidade de elogiar a mulher. Elis olhou pra ele com ar de riso e sussurrou: — covarde!

— Eu prefiro dormir na minha cama. Rebateu Robert.

— Bem, acho que devemos nos apressar, nossa reserva está marcada para às 21:30 h. Depois de Robert dar o braço direito a esposa e o esquerdo a Elis, saíram em direção ao carro que os aguardava.

— Tenho certeza que todos os homens do restaurante ficarão com inveja de mim, pois estou com as duas mulheres mais lindas do mundo!

Obrigada por terem lido até aqui, espero que tenham gostado.

Beijos! Graça. ♥ 

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Coração FeridoOnde histórias criam vida. Descubra agora