Somos Irmãos

Capítulo 1

          Antes de tudo mudar completamente, eu era o tipo de garota que era praticamente um móvel da casa, não fazia nada ou mexia com alguém. Eu tinha ainda dois anos quando meus pais se divorciaram, a palavra ''divorciar'' é a mais certa para se explicar esse acontecimento por que meus pais nunca foram o tipo de casal que ia na igreja e declarava seu amor perante ao Senhor ou ir num cartório, trocar alianças e pronto, eram um casal e iriam viver até que a morte os separasse. Eles apenas namoraram, compraram uma casa, tiveram uma filha e viveram juntos. Meu pai nunca chegou a contar para minha mãe que já tinha se ''casado'' antes e tido um filho ou que a metade do salario dele iá para a conta bancaria de sua antiga mulher e o seu filho que em todas as suas viagens à trabalho era pra passar um tempo com o Mason, o meu meio-irmão ou também pode chamar ele de ''a praga por quem eu fui me apaixonar''. Por justa causa minha mãe ficou chateada com toda a historia de o meu querido pai tivesse mentindo todo esse tempo. Quando eu fiz nove anos, meu pai sempre viria em casa a noite e como eu era uma ótima atriz sempre fingia que estava dormindo pra ficar no telhado de casa observando as estrelas, eu sempre amei ficar parada durante horas e horas olhando o céu com aquela diversidade de objetos cintilantes e sempre desejando poder estar flutuando sobre aqueles objetos e nunca mais pôr os pés novamente no chão, apenas flutuar como uma balão quando solto por uma criança. Em umas dessas noite eis que eu ouço meu pai contando a minha mãe, que a mãe de Mason sofreu um acidente de carro voltando do trabalho e acabou morrendo. 

          Se passou um ano depois que eu ouvi isso e em um dia minha mãe me buscou na escola, uma coisa realmente rara e quase impossível de acontecer, e sempre quando isso acontecia eu já sabia que com a carona vinha algo junto que sempre eu voltava para casa no ônibus da escola. 

- Filha, tenho algo para lhe contar - Diz ela com o seu modelo clássico de roupa saia lápis preta e blusinha branca social. 

- Sim...

- Irei direto ao ponto, como você já sabe eu e o seu pai já estivéssemos conversando por um longo tempo e vimos que eramos melhor juntos do que separados, e eu ainda amo o seu pai e espero que você me entenda - Ela começa a tangarelar que nem doida, ela falava tão rápido que era dificil compreender. 

- Tá, mãe fala logo - Digo em um tom sério.

- Seu pai irá voltar a morar com a gente e o seu irmão também!

Eu não digo nada e com meu silencio acho que ela entendeu que ela compreendia que estava tudo bem, mas eu era uma criança não tinha direito de escolha, a única coisa que veio a minha casa era: 

- Ele vai ficar no meu quarto?

Mãe dar uma risada, olha pra mim e diz - Você terá um quarto maior, já esta tudo pronto, está tudo do mesmo jeito que estava no seu antigo quarto na nossa nova casa. Estamos indo pra lá agora. 

A única coisa que eu podia sentir naquele momento era a saudade que eu iria sentir dos meus objetos da minha casa, em outro lugar elas podiam ser diferentes, eu nunca pude me despedir dos meus objetos cintilantes.