3-O começo do fim

93 1 0
                                    


Sua garganta dói de tanto segurar o choro. Lembranças boas passam pela sua cabeça. Seus momentos juntos. Seu cheiro, seu sorriso e seu olhar.
Começando a recolher aqueles papeis espalhados por toda casa, para melhor analisá-los. Depois de todos pegarem, ele se senta novamente no sofá que minutos antes tinha se derramado ali. Respira fundo, com os olhos fechados, e por um segundo enxerga seu sorriso. Mas já vê-se com os olhos no chão novamente, olha para os papeis em sua mão, e meio confuso, os fita estranhamente.
Era uma espécie de papel de fichário. Nele desenhado: um potinho de tinta, as inicias J.A.D e um circulo no canto direito na folha, bem embaixo na orelha. Todos os papeis continham as mesmas coisas, desenhos, letras e formas. Ele tenta decifrar mas não entende.
Tinta? J.A.D? Circulo? . Essas palavras rodavam em sua cabeça, e rodaram por mais tempo.
Levantou-se, e foi até a cozinha, por ali rodou, e rodou até sentar-se num banquinho, e apoiar-se no balcão de mármore.
Foi então que se lembrou, J.A.D, as inicias da biblioteca, onde mandara ir, quando se viram da primeira vez. Era isso, tudo indicava que era ali que deveria ir. Ele talvez achasse mais pistas, mas preferia acreditar que a encontraria ali.
Mesmo que não fizesse sentido, ela estar ali. Mas alguma coisa tinha que estar. Ainda que fosse lembranças, queria/tinha de ir.
Desesperado, pegou sua chave, seu casaco, subiu até seu quarto ligeiro. Parou na porta do quarto, correu os olhos, e foi até o guarda-roupa. Pegou um dinheiro que guardara para um futuro próximo com Julie e saiu porta a fora.
***
Ele lembrara de mandar mensagens de texto para seus ajudantes na loja, que ficaria ausente por alguns dias, mas que não se preocupassem, pois tinha quadros de sobra que ele pintara antes do acontecido.
As vezes a vida nos dá pistas. Mas não coloca á nossa frente, apenas diz, faça isso hoje e agora, daqui a pouco vamos precisar delas.
Dirigindo e, desesperado, Dave decide seguir só nessa estrada. Sempre foi orgulhoso, e gostaria de achá-la sozinho.
A cidade ficava longe, ele mal conhecia o caminho direito. Tanto tempo que não ia lá, deu-te um branco. Mas torcia para que o GPS estivesse certo.
Sem pensar em nada, nervos a flor da pele. Acelerando cada vez mais, Dave corria feito uma bala, e depois desacelerava o carro, e enfim, chorava. Porque Dave não é de ferro.
Dave talvez estivesse desesperado o bastante. E gostava disso. Isso provava que gostava dela o suficiente para se preocupar, ir atrás, chorar, para finalmente poder abraçá-la novamente e enfim, AMÁ-LA mais do que nunca.
Dave, conseguiria chegar até lá? Dave iria se perder? Dave estava cansado, saira no meio na noite, depois de um dia cansativo no trabalho. Teria forças para chegar?
Até onde vai seu amor por Julie?
Em breve...

Ele queria o mundo mas o mundo não o queriaOnde histórias criam vida. Descubra agora