o4. No one can hurt you now.

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Louis

Louis não sabe dizer de que horas se tratavam quando acordou com um choro baixinho, mas não eram seus gêmeos e sim Harry.

Ele sentou rapidamente, ligando a luz do abajur na mesa de cabeceira e se aproximando do marido que ainda dormia, choramingando e tremendo sob o edredom.

Louis já leu sobre isso, além de ter certeza que é uma reação normal para qualquer pessoa que tenha se envolvido com coisas relacionadas à guerra, principalmente fuzileiros que sempre vão na linha de frente, à mostra.

- Harry. Amor. Hey meu amor, acorda, isso é só um pesadelo. H, só um pesadelo, você está em casa, está à salvo comigo. - Louis tentou acordá-lo devagar, beijando e tocando seu rosto. - Vamos lá, acorde.

Aos poucos Harry foi despertando e parando de chorar, começando a ofegar e tremer menos enquanto olhava assustado em volta, se dando conta de onde e com quem está enquanto Louis permanecia grudado à ele, sussurrando contra sua pele.

- Está tudo bem, você está bem. Eu te amo, eu te amo muito, estou bem aqui. Você está em casa. - Louis murmurou, limpando os olhos do marido que assentiu tentando parar de ofegar, não conseguindo falar. - Ok?

Harry assentiu de novo, colocando a mão no coração e respirando fundo enquanto Louis levantava devagar, tendo cuidado para não tropeçar.

- Eu vou fazer chá para você, yeh? Respire fundo. - Tomlinson murmurou, esperando o maior concordar antes de sair do quarto e passar rapidamente para ver os bebês.

Ele colocou água para ferver e sentou em uma cadeira, suspirando ao pensar que talvez fosse precisar levar Harry em algum psicólogo disponibilizado pelo governo para ex soldados e militares, mesmo que não fosse nada preocupante ou grave sempre é bom conversar com alguém que entende do assunto e Louis não quer ver o marido atormentado para sempre com as cenas que viu.

Harry chegou algum tempo depois na cozinha, sentando e puxando Louis para seu colo enquanto o menor permanecia quieto, sentindo o coração desacelerar aos poucos contra seu braço.

- Liam virou amigo de um cara chamado Leo no ano passado, e eu achava ele um otário mas nós acabamos nos entendendo depois de precisar viver sempre perto. Leo morreu baleado e eu nem sei se foi perdida ou direcionada à ele. Estava uma confusão, barulho por todos os lados, poeira alta e gente gritando, eu queria vigiar e ao mesmo tempo tirar uma mulher dali de perto, quando tudo já havia "passado" eu fiquei desesperado procurando por Liam e achei ele chorando em cima de Leo. - Harry murmurou, talvez ele tivesse revivido a cena no sonho, explicando seu choro e corpo trêmulo. - Queriam nos culpar por não ter dado cobertura.

- Harry... - Sem saber o que fazer Louis aproximou o marido e enlaçou os braços em seu corpo, permanecendo daquele jeito por alguns momentos. - Eu sinto muito.

- Acho que é difícil ver qualquer pessoa morrer, você fica pensando na família dela, nos filhos, no que ela deixou para trás. - Harry murmurou, finalmente deixando Louis saber detalhes além de noites de futebol ou raros momentos felizes naqueles acampamentos. - Desde que eu te conheci, morrer virou meu maior medo. Soa estranho eu dizer que antes tudo o que me preocupava era levar um tiro e não poder continuar protegendo Liam, mas é verdade. E esse ano eu parecia mergulhado todas as horas em puro medo, medo de morrer e dei-

Harry não conseguiu continuar antes de cair novamente no choro e Louis permaneceu com ele pressionado firmemente contra seu coração, a pulsação acelerada soava forte em seus ouvidos.

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