Inimigos de Sangue

Prólogo

                Corpos no chão, vidas perdidas, meu clã sendo destruído por aqueles que se denominavam benfeitores, mais conhecidos como os julgadores. Desde a criação da única arma letal que pode nos matar, os julgadores nos caçam e querem a nossa extinção. Eu era o responsável pelo clã, fiz tudo que estava ao meu alcance para protegê-los mas falhei e agora quase todos estão mortos. No meio do caos a única coisa que me sobrava era a responsabilidade de proteger minha única herdeira. Eu sabia que era errado sair assim no meio de uma batalha a qual estávamos perdendo, mas minha prioridade no momento era manter a futura rainha á salvo. Um dia ela cresceria e lideraria o que restara de nosso clã e nos vingaríamos daquele malditos que acabaram com tudo que tínhamos. 

                Fugi da zona de guerra com a pequena bebê em meus braços e a coloquei no carro e sem pensar duas vezes levei meu pequeno anjo para longe de tudo isso. Dirigi por duas horas até chegar em uma pequena cidade de Nova Jersey chamada Wayne. Mais alguns quilômetros pela frente encontrei o que procurava, uma mansão que pertencia a uma família  que cuidaria bem de minha princesa pois pesquisando o histórico do  casal descobri que eles sempre tiveram vontade de conceber uma criança, só que devido a problemas graves de infertilidade não tiveram a oportunidade. Minha filha seria bem criada e amada, não iria deixar meu bem mais precioso na mão de qualquer um. Estacionei um pouco antes dos portões da imensa casa e sai do carro pegando a cesta e minha filha. Saltei o enorme muro que cercava a casa e com uma tristeza enorme no coração lhe dei um ultimo adeus e levei-a para a porta de sua futura casa. Me escondi entre os arbustos e fiquei observando a mulher sair da casa e encontrar em sua porta uma cesta com uma criança dentro. Esperei ela entrar em casa e fui embora. Agora que tinha ela salva precisava acertar umas contas que uma hora ou outra iriam recair sobre mim. Dirigi de volta ao local da batalha e não havia nada além de corpos e destroços. Ouvi um barulho e ao virar-me encarei-o com uma raiva intensa como ele teve coragem de fazer isso? trair seu próprio clã... estava la ao lado do líder dos julgadores apontando uma arma em minha direção.

-Como pode fazer isso com a sua própria família? - Perguntei não acreditando no que estava acontecendo.

-Família?- perguntou em um tom sarcástico - ninguém me dava atenção naquele clã, eu era sempre o que ficava de fora, enquanto você liderava eu era deixado de lado, ninguém dava a mínima para o que eu pensava.

-Você sempre foi meu braço direito, sempre fizemos tudo juntos.

-É lembro bem disso eu ajudava nas ideias e você bancava o herói ficando com os créditos. Eu não me contentava em ficar sempre de lado então Calarram me fez uma grande oferta, se eu entregasse a exata localização do clã ele pouparia a mim e a minha família.

-É uma boa oferta não acha Nicolai - falou a mim Calarram - Onde está a menina?

-Ela está segura, você nunca a encontrará. Ela será a futura líder e vocês irão pagar por tudo isso.

Calarram deu um riso irônico - Bom se não a acharmos agora acharemos um dia, e se não for eu a achá-la meu filho Estevan terá o legado em suas mãos de destruir o restante de vampiros que sobrarem, isso se sobrou alguém além de sua filha. E um dia ele vai achá-la e irá destruí-la.

-Isso é o que veremos.

-Na verdade eu verei, porque você estará morto.

Com a arma apontada para meu peito Calarram acertou vários tiros em meu coração.

Meu único pensamento antes de morrer foi minha filha. Será que ela estaria realmente á salvo?