Capitulo 20

564 62 7
                                    

- Como você?... - falei espantada.

-Achou que eu estava morto não é? - falou rindo - pois é, não estou.

-Por que você fez isso?

-Você saberá. Vim aqui te fazer uma proposta, mais uma ameaça falando a verdade - falou sarcasticamente.

-O que você quer? - falei irritada, minha vontade era de pular no pescoço dele e matá-lo de verdade.

-Primeiro vamos até um lugar mais reservado.

Fomos até um armário de vassouras que quase ninguém entrava. Esperei ele falar.

-Estamos com aquela sua amiga insuportável, e se você não desistir dessa guerra e se render aos julgadores, vamos matá-la - despejou tudo em cima de mim.

-Vocês não podem fazer isso, ela não tem nada a ver com essa história - falei nervosa, eu queria desesperadamente ir ao encontro de Ivy e tirar ela das mãos desses malditos.

-Podemos e vamos se você não ceder as nossas condições.

-Eu vou matar você, e agora de verdade. Estamos em um armário e aqui ninguém entra, posso acabar com você fácil, fácil. - falei avançando para cima dele, a raiva tomando conta do meu ser.

-Poderia até matar - falou despreocupado - mas se eu não voltar em meia hora eles matam a garota. Você que escolhe - falou com um sorriso triunfante. Dei alguns passos para trás derrotada. Então era minha vida pela dela, bom que seja.

-O que você quer de mim? - falei tentando conter as lágrimas.

-Que você se entregue e que fale para aquele seu capacho que desista dessa guerra - ai eu entendi o que estava se passando. Eles estavam com medo. Medo que os vampiros se unissem e os derrotassem.

-Por que você está fazendo isso? - perguntei jogando verde.

-Os motivos não interessam a você, só faça o que mandamos.

Tentei fazer um teste, e como eu estava com sede não seria tão difícil. De repente senti meu corpo mudar, as presas nasceram e meus olhos mudaram de cor. Rosnei para ele e o olhei com uma cara ameaçadora. Parece que deu certo, ele se encolheu e vi seus olhos se arregalarem. Por pouco não saiu correndo.

-Vocês estão com medo - falei agora em voz alta.

-Estamos apenas tentando nos proteger.

-Me matando? Matando a Ivy?

-É o único jeito, Calarram não vai ceder... - parou no meio da frase e se arrependeu.

-Então o carrasco chefe não sabe de tudo isso, ele quer a guerra. Vocês é que não querem. - deduzi.

-Não é nada disso... - começou a falar.

-Me poupe, fale logo onde Ivy está.

-Encontre-nos ás duas da manhã no galpão abandonado aqui perto da escola. E vá sozinha ou ela vai sofrer as consequências.

-E como vou saber que vocês libertaram ela depois que eu for capturada?

-Não se preocupe com isso, nós queremos você. Nossa intenção não é ferir gente inocente, mas se não fizer tudo do jeito que foi combinado, seremos obrigados.

-Deixe-me pelo menos levar Micael, ele ficará do lado de fora esperando Ivy  sair para levá-la em segurança.

-Tudo bem, mas não quero que ele entre em meu campo de visão - falou e foi embora.

Depois que ele se foi, sentei ali mesmo no armário e fiquei um tempo pensando. Eu iria a esse encontro, é claro que iria. Talvez Estevan saiba disso e irá me ajudar a escapar na hora. Mas era pouco provável, senão ele teria me dito algo sobre isso. Infelizmente teria que lidar com o fato de que estava ferrada. Eu não teria condições de voltar para a aula então fui para casa. Chegando lá subi e me tranquei em meu quarto. Fiquei ali o resto do dia andando de um lado para outro impaciente, quando minha garganta começou a arder, fazia tempo desde minha "última refeição". Pulei a janela em um salto ágil e corri até o hospital sem ser vista. Eu não sabia que tinha tantas habilidades. Entrei no banco de sangue e bebi ali mesmo duas bolsas de sangue. Micael me falou para ir devagar, mas com essa noite seria de meu triunfo ou minha destruição, resolvi passar um pouco da conta.

Inimigos de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora