Capítulo 17

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Ao amanhecer, Natasha acordou sem fazer barulho e arrumou as malas.

Renata estava de fora e a beijou.

— Preparada, Naty?

— Claro! Com a minha linda do lado, eu posso tudo.

Elas entraram no carro e saíram. O povoado em que morava o pai de Natasha ficava a uns 120 quilômetros da cidade. Durante o caminho, Renata colocou algumas músicas no carro. E assim elas iam cantando e dançando.

Logo, elas pararam em um restaurante na hora do almoço. O almoço estava muito bom. Tinha frango, pequi, couve, arroz, feijão tropeiro, salada, abóbora batida, macarrão e etc. Elas sentaram em uma das mesas e comeram bastante. Quando deram um selinho, algumas pessoas ficaram olhando, e elas nem ligaram para isso. Ao terminaram, saíram de mãos dadas, e um carro com cinco homens passou perto e um deles gritou para elas:

— Que desperdício, hein!

— Vai te lascar! — Natasha gritou.

Renata empurrou Natasha para a lateral do carro, e falou:

— Calma, amor! Não ligue para esses invejosos.

Renata a beijou, e as pessoas que passavam só ficavam olhando. Natasha se distanciou e disse a ela:

— Você não tem medo?

—Medo de quê?

— O seu pai é bastante conhecido, e as pessoas podem falar sobre nós...

— Fique calma! Nós estamos um pouco longe da cidade. Agora vamos?

— Ok!

Elas entraram no carro e saíram. Logo, chegaram até o povoado, era pequeno, mas tinha muitas pessoas por lá. A maioria vendia tapetes e peixes para os visitantes. Natasha estava um pouco emocionada, ainda não estava acreditando que iria reencontrar o pai. Elas andaram um pouco por dentro do povoado e chegaram até uma casa pequena, já com a pintura acabada pelo tempo e com um banco de madeira desgastada na frente. A rua não era asfaltada, e ao lado, três crianças de uns oito anos mais ou menos pulavam amarelinha. Natasha disse para Renata:

— É melhor fingirmos que somos amigas... Eu não sei como o meu pai reagiria se...

— Ok. Sem problema, Naty — Renata a interrompeu.

Natasha bateu palmas e uma mulher de quarenta anos as viu pela janela. Ela abriu a porta e sorriu ao ver Natasha. Era Odete, a irmã do pai dela. Em seguida, cumprimentou Renata, e as chamou para dentro da casa.

A sala era pequena, com um sofá de três lugares, uma cantoneira com um filtro de barro e uma mesa de madeira com quatro cadeiras. Odete fazia crochê e tapetes para vender. Ela disse para as meninas sentarem-se no sofá e começou a conversar com a Natasha:

— Eu fico feliz por ter vindo... Nós sabemos o quanto a carreira de modelo é cansativa.

— É. Mas falei com eles para me liberarem para ver como o meu pai estava. — Natasha ficou sem graça ao dizer.

— Ele está pescando no rio... Como você sabe, ele não está muito bem, mas insiste em trabalhar.

Natasha olhou os tapetes feitos em cima da mesa e a elogiou:

— A senhora continua fazendo tapetes maravilhosos.

— Obrigada, Natasha. Eu também estou limpando a igreja para ajudar mais em casa e você também ajuda mandando dinheiro. O seu pai anda gastando muito com remédios.

Eu te amo até o fim (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora