Você de novo

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Domingo: 01h00min

Acordei assustada, eu estava em casa. Não me lembrava de como havia chegado inteira, se é que me entende. Levantei-me da cama cambaleando pelo quarto inteiro, meu corpo estava pesado, eu me sentia suja. Entrei no banheiro praticamente nu, estava precisando de um banho. Fiz minha higiene matinal e já foi entrando no Box. Fiquei mais ou menos uma hora de baixo do chuveiro, estava parecendo uma velha enrugada.

Procurei uma roupa decente naquele guarda-roupa. Estava precisando fazer compras, só que antes precisaria pagar as contas e a Judite. Coloquei uma saia jeans e uma blusa cigana azul escura. Coloquei uma rasteirinha simples. Fiz um rabo de cavalo alto e para finalizar passei um perfume. Queria saber onde estava meu celular, o achei em baixo da cama junto com minha carteira. Estiquei meu braço e por fim os peguei. Minha carteira estava volumosa, tinha uma boa quantia de dinheiro.

Desci as escadas chamando por minha mãe.

- O que foi Bianca? - minha mãe gritou em resposta.

Entrei na cozinha e vi o balcão cheio de contas, ela tinha uma expressão de preocupada.

- Se for pra pedir dinheiro e melhor voltar pra trás, eu não tenho um centavo. Estou quase mandando Judite embora. - Ela falou tão tristonha, aquilo era de doer o coração.

- Não vim te pedir dinheiro, eu vim te entregar. - Coloquei no balcão praticamente todo dinheiro que eu havia ganhado na noite passada.

- Onde você arrumou esse dinheiro Bianca? - ela disse assustada.

- Lembra-se da entrevista que eu fui fazer na Starbucks? Então, eu passei. Queria te fazer uma surpresa. - disse sorrindo.

- Que susto, já estava pensando que você tinha roubado ou estava se prostituindo. - ela deu uma gargalhada alta e saiu em direção à sala.

Engoli em seco, odiava mentir para minha mãe.

***

08h30min.

Ouvi batidas na porta do meu quarto, me levantei da cama e fui abrir a porta.

- Mãe? Aconteceu alguma coisa? - perguntei confusa. Ela estava toda arrumada, usava um vestido azul escuro com um decote enorme na frente, a maquiagem pesada e um salto preto enorme.

- Só vim avisar que vou sair, não sei que horas volto. - ela sorriu.

Como eu gostava de ver ela feliz, ela estava tão sorridente.

E do nada a porta se fechou, minha mãe e esses encontros.

Como não tinha nada para eu fazer decidi dormir. Afinal, amanha tenho aula.

***

Segunda-feira

Acordei com o maldito som do alarme, pra variar já estava atrasada. Eram 06h25min da manhã, me levantei correndo. Fui em direção ao banheiro fiz minha higiene matinal e tomei um banho extremamente rápido. Coloquei aquele maldito uniforme, aquela maldita gravata e aquela saia ridícula.

Fiz uma maquiagem simples (lápis de olho, rímel, delineador e um batom rosa claro). Passei bastante perfume, deixei o cabelo solto com a franja jogada para o lado. Peguei a mochila e desci correndo a escada, pego 10 dólares dentro do pote de biscoito e saio correndo.

Nem cheguei direito na escola e já dou de cara com aquela Barbie humana.

Estava mais pra noiva cadáver, dava para ver as veias do rosto dela. Os ossos do pescoço todos a mostras, Deus me livre.

- Bia, que saudades - ela disse me abraçando.

- Eu já não posso dizer o mesmo - falei mais para mim do que para ela.

- Como? - ela se fez de confusa.

Graças ao bom Deus o sinal bateu, nem me dei o trabalho de responder fui direto para a sala.

A primeira aula começou, e para alegrar meu dia era aula de biologia.

Até que as três primeiras aulas passaram rápido, o bendito sinal para o almoço tocou. Fui a primeira a me levantar, desci as escadas rapidamente.

Fui em direção à cantina, comprei um hambúrguer médio.

Coloquei praticamente um frasco inteiro de molho, quando estava indo em direção as mesas levo um esbarrão.

Eu estava toda suja, minha blusa estava encharcada de molho.

- Desculpa, foi sem querer... É que eu sou novo e... - O menino disse todo nervoso.

Eu não ouvia mais nada do que ele estava falando, me perdi naquele sorriso lindo.

Ele tinha olhos azuis, cabelos escuros, um tom de pele claro e algumas sardas.

- Ei, você esta ai? - ele perguntou estalando os dedos.

- Não tem problema, foi um acidente. Acidentes acontecem - disse sorrindo.

- Desculpa mais uma vez. A propósito me chamo Felipe. - ele estendeu a mão.

- Bianca. - disse sorridente.

Ficamos o intervalo inteiro conversando, Felipe era lindo, algo nele me chamava atenção.

Já estava imaginando mil e uma besteiras envolvendo ele.

Acordei Dos meus pensamentos com a Tiazinha me chamando.

Esperei todos subirem, eu não iria ficar mais três aulas suja de molho.

Fui para a sala de aula, ela estava vazia. O pessoal já deveria estar na quadra, peguei minha mochila e sai correndo de lá.

Fui para o pátio, como não tinha ninguém olhando pulei o muro.

Pulei o portão de fora e lá estava eu livre.

Estava cansada demais para ir apé, peguei um ônibus.

Quinze minutos depois eu estava em casa, achei completamente estranho o fato de ter um carro estacionado na garagem.

Abri a porta de casa, minha mãe não estava na sala, muito menos na cozinha.

Achei um pouco estranho, fui para o meu quarto.

Tomei um banho mais demorado, e joguei aquela roupa para lavar. Coloquei o pijama iria dormir a tarde toda de noite eu iria trabalhar, eu precisava descansar.

Ouvi minha mãe me chamando, desci as escadas rapidamente.

Ela estava na sala com um sorriso enorme no rosto, vi a porta aberta.

Dava para ver algumas flores e um sapato masculino.

- Bianca, eu queria te falar uma coisa. - ela disse tímida

- Não precisa dizer nada, fico tão feliz por você. - disse indo em sua direção para abraça lá.

- Obrigado por me entender. - Ela sorriu. - Entra amor.

Eu fiquei paralisada, que porra era aquela.

Era meu pai, o cara que me abusou, o cara que trocou minha mãe por uma vadia qualquer.

Ele se aproximou de mim junto com minha mãe e disse.

- Seremos uma família de novo. - Ele disse cinicamente olhando diretamente para mim.

- É oficial eu e o seu pai voltamos - ela disse sorrindo. O sangue subiu a cabeça eu iria acabar com aquela palhaçada toda.

Como minha mãe era burra, como ela caiu no papo dele.

Ele se aproximou de mim, me abraçou de lado e disse no meu ouvido "Espero que você tenha camisinha e se não tiver não tem problema, eu Tenho." Ele desceu sua mão até minha bunda disfarçadamente e a apertou.

Eu estava literalmente fodida.

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Forever bitchOnde histórias criam vida. Descubra agora