Começo sem começo

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Depois que Alex foi embora fui tomar um banho pro jantar. Eu estava exageradamente feliz, o que é muito raro.

Desci a escadaria rumo à cozinha. Minha mãe fez brócolis com queijo. BRÓCOLIS COM QUEIJO!!! AAAH COMO EU AMO ESSA MULHER.


- Finn que bom que está se socializando. - E colocou meu prato sobre a mesa enquanto eu me sentava.


- Ou eu me socializo ou eu me mato. - Vi logo sua expressão mudar.


- Brincadeira mãe. - Eu tinha um segredo que ninguém sabia, nem mesmo Lucy minha melhor amiga.

Quando eu era pequeno enfiei na minha cabeça que meus pais não gostavam de mim pois viviam para o trabalho e raramente tinham tempo para mim e então eu me mutilava, uma vez quase me matei, estava quase enfiando a faca na minha barriga quando minha mãe chegou e me impediu, depois disso ela largou seu emprego, me levava a grupo de apoios, até chegou a me levar em um 

psiquiatra. Essa é uma fase que não gosto de lembrar.

Mas tudo passa, mesmo que deixando marcas.

Não queria contar para minha mãe sobre Alex mesmo ela sabendo que curto garotos e me apoiando, eu não sou de falar essas coisas para ela.

Meus pais ficaram falando sobre seus novos empregos durante todo o jantar. Minha mãe não tinha tanta preocupação comigo mas eu sabia que ela tinha um pouco de receio de me deixar sozinho.

- Mãe a comida estava maravilhosa, agora vou subir para o meu quarto revisar o conteúdo de hoje, boa noite amo vocês. - Dei um beijo na testa deles e subi.

Peguei meu celular e tinha uma mensagem de Alex. Respondi e nem se passou um minuto e ele me respondeu de volta. Ficamos horas conversando até que ele parou de responder, acho que tinha caído no sono eram 02:25 da manhã e eu estava sem sono.

Deitado comecei a pensar como tudo entre nós estava indo rápido demais, eu sentia um pouco de insegurança pois nunca tinha acontecido nada igual comigo. Pensamentos e mais pensamentos. Será que Alex gosta mesmo de mim? Será que ele estaria me usando? Eu só obteria essas respostas com o passar do tempo.

Acabei caindo no sono.

- FIIIIN ACORDE VAI PERDER A HORA!! - Minha mãe me acordou aos berros.

- Que horas são? - Eu estava morrendo de sono.

- A hora de você levantar e se arrumar. - E saiu do meu quarto.

- Nossa mãe, obrigado pela gentileza!

Levantei da cama meio aos tropeços, estava caindo de tanto sono. Me arrumei rapidamente, joguei água fria no meu rosto, escovei meus dentes e desci.

Meus pais já tinham ido, minha mãe deixou dinheiro em cima da mesa da sala para que eu pudesse levar.


O motorista já estava à minha espera, apressei-me para entrar no carro.


- Bom dia S.. - Não deixei ele terminar a frase.

- Já disse pra deixar o Sr. de lado! - Tentei falar sem parecer muito grosso.

- Me desculpe. - E não disse mais nada.


- Chegamos.

Desci do carro e logo pude ver Alex no jardim, estava indo em sua direção quando Pitty surge do nada e quase me mata de susto. Sinceramente essa menina é estranha demais, surge do nada.

- Oi Finn, queria convidar você para conhecer minha turma no intervalo, eles curtiram seu estilo e querem te conhecer melhor. - Ela falava rápido demais, quase não entendi.

- Claro, vai ser legal. - Pensei que quando terminasse de falar isso ela sairia mas não, ela ficou na minha frente me encarando, senti um calafrio.

Eu comecei a andar e ela ainda continuava parada, estava indo falar com Alex quando o sinal tocou. MAS QUE DROGA!

Tive minhas primeiras aulas de arte. Depois história.

Estava caminhando para o refeitório, Pitty estava conversando com uma menina e logo que me avistou veio até mim.

- Vamos então. - E me puxou pelo braço em direção a um grupinho de 3 pessoas que estavam sentados em uma mesa separada no refeitório.

- Pitty vou ir comprar meu lanche e já volto. - Nem esperei a resposta dela e fui.

Alex estava lá, apressei meus passos.

- Quase não consegui falar com você hoje. - Disse tocando seus ombros, logo que sentiu minha mão se virou e sorriu.

- Pensei que tivesse me abandonado. - AH FALA SÉRIO .

- Claro que não abandonei! Ia falar com você na entrada, mas Pitty apareceu do nada e me convidou pra conhecer os amigos dela.


- Vejo que está ocupado. - Eu não tinha palavras certas, permaneci em silêncio.

- Você sabe aonde me encontrar. Essas foram suas últimas palavras.

Peguei meu lanche e não sabia aonde ir, resolvi ir pra mesa em que a Pitty estava.


- Achei que não fosse mais voltar. - Eu não ia dar satisfação pra uma estranha. Ela percebeu que eu não ia dizer nada.

- Bom essa é Hanna, Liz e Joan. - Os três sorriram para mim - Galera esse é o Finn, ele é novo por aqui.

- Não vai se sentar? Liz disse com tanta suavidade. - Me sentei.


- E então veio de onde? - Hanna me pergunta.

- Brasil.

-Lá é legal, já fui umas duas vezes visitar minha tia. - Comenta Joan.


Eles tinham muito estilo, cabelos coloridos, piercings, tatuagens. Hanna pericia uma barbie, os cabelos brancos com mechas rosas, já Liz era sombria, cabelo azul, piercing nas bochechas, gargantilha tattoo e Joan era alternativo, cabelo cinza, piercing no septo. Mas o que me chamou mais a atenção não foi o estilo deles mas sim um colar de pentagrama que os 4 usavam.


Liz percebeu que eu estava encarando o colar.


- Se quiser saber porque usamos terá que nos encontrar hoje à noite em frente da escola. - ATÉ PARECE MESMO QUE EU VOU.Não disse mais nada.


Minhas últimas aulas foram medianas, nem legais nem chatas. Precisava falar com Alex.


O sinal tocou. Saí correndo atrás dele e por sorte o achei.



- Me desculpe, é que sou novo aqui preciso conhecer pessoas novas.


- Está tudo bem.


O empurrei pra uma sala vazia e beijei seu lábio macio.


- Pensei em você à noite toda. - Foi só o que conseguir dizer.

O lado mais obscuroOnde histórias criam vida. Descubra agora