Fim de tarde

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O sinal da última aula bate, saio correndo, mas Alex me tromba e entrega um bilhete com o número do seu celular. Explodo de tanta felicidade. Bom, já é um começo.

O motorista esta à minha espera, entro na carro.

- Como foi o primeiro dia de aula Sr.Finn? - O motorista é legal, amigável.

- Já disse pra deixar o Sr. de lado - dei uma gargalhada meio forçada - mas foi ótimo, logo eu me acostumo. E então o silêncio reinou enquanto seguiamos para minha casa.


- Entregue. - Desci do carro e fui abrir a porta imensa.


Estava tudo quieto.


- Mãe? Pai?! Não ouvi nenhuma resposta. Não havia ninguém em casa.

Mandei uma mensagem para Alex, o convidando para vir pra cá. E le aceitou!!! Daqui a poucos minutos ele estaria aqui.

Estava ansioso, nervoso. Fui para meu quarto para arrumar mas acabei desistindo, coisas arrumadas não combinam nada comigo.

Meu celular toca, é Alex avisando que esta na porta, corro na escada quase tropeço.

Dou uma bagunçada no meu cabelo antes de abrir a porta. E então...


- Fico feliz por ter vindo. - Digo casualmente.


- Eu que estou feliz por ter recebido tal convite. Diz ele com um carisma imenso.


- Vamos, entre. Entra em longos passos, não quero lhe apresentar todos os cômodos da casa. - O guio até meu quarto.

- Quanta originalidade. - Ele está olhando para meus quadros. -
Eu pinto às vezes.

- Obrigado. - Pego o maço de cigarro que esta no meu criado-mudo. - Quer?


- Sim. - Ele pega o cigarro da minha mão acariciando-a suavemente.


- Que tipo de música você curte? - Pergunto antes de acender, tenho uma mania de fumar ouvindo músicas.


- Alternativas como Lana Del Rey, HAIM, Melanie. - Então pego meu CD da Lana e coloco para tocar.

Sentamos na varanda do meu quarto, estamos vendo o mar, o céu. Queria poder parar este momento. Seu sorriso é como o reflexo do sol no mar. Ele se vira para mim e diz:

- Posso te fazer uma pergunta? - Está olhando diretamente nos meus olhos.

- Sim, claro. Mil coisas se passaram em minha cabeça.

- Posso te beijar? - Ainda tem que perguntar? Claro que pode, penso rapidamente. Antes que eu pudesse responder senti seus lábios tocarem os meus, seu beijo é leve, ardente como algodão-doce. 

É uma sensação única. Estamos nos beijando no pôr-do-sol, depois que termina olha para mim, o sol reflete perfeitamente seu rosto.

- Não podia mais esperar por isso. - Eu estava sem reação.

- Nem eu. - E então me beijou novamente.


- FIIIN CHEGUEI!! - Grita minha mãe exageradamente. E agora o que ia falar pra ela? Escondo rapidamente o maço de cigarro e falo para Alex que ele é um colega da sala que veio fazer trabalho.


Descemos a escadaria.

- Mãe esse é Alex meu colega da sala, ele veio fazer um trabalho comigo. Até que estamos disfarçando bem.

- Oi Alex, sou a Tifanny mãe do Finn, garotos vou prepar um lanche pra vocês, devem estar famintos.

Quando termina sua frase segue em direção a cozinha, eu e Alex vamos para a sala.

- Desculpa. Eu estava um pouco envergonhado.


- Não precisa se desculpar. - Como ele podia ser tão ingênuo?


- Se quiser meu motorista pode te levar depois. Ainda continuo um pouco envergonhado.

Minha mãe entrou na sala com dois sanduíches e dois copos cheios de coca. Sinceramente eu tenho muita vergonha de comer perto do meu crush. Pra minha sorte ele não estava me olhando.

- Mãe será que nosso motorista pode levá-lo? - Já estava um pouco mais relaxado.


- Claro que pode filho. - E foi chamar o motorista. Inventei que ele tinha esquecido um caderno no meu quarto só pra poder me despedir.

- Foi um belo fim de tarde, inesquecível. Realmente, eu não esperava que isso fosse acontecer. Eu não sabia o que dizer, apenas o beijei. O acompanhei até o carro e disse um até amanhã.

O lado mais obscuroOnde histórias criam vida. Descubra agora