"Quantas chances, desperdicei, quando o que eu mais queria, era provar pra todo mundo, que eu não precisava provar nada pra ninguém". ( Maria Gadú )
O dia começa perturbador, a rotina me toma a paciência, ninguém merece, fazer a mesma coisa todos os dias...Acordar, trabalhar, faculdade, casa... Acordar, trabalhar, faculdade, casa... Que tédio. Estou mesmo precisando de um tempo longe dos superiores.
- Anna! - grita minha irmã.
- Oi Carol.
-Tenho notícia pra você mana.
-Boa ou ruim? Chega de notícia ruim.
-É boa. Mas agora eu preciso ir trabalhar que a vida não tá fácil, aliás sua preguiçosa, levanta daí e vai arrumar a casa que hoje é seu dia de folga - diz em um tom brincalhão e joga um travesseiro em mim.
Hoje é minha folga! Essa é a notícia boa. Será?
Era 09:00, levantei e fiz todas as obrigações, fui preparar o almoço e recebo uma ligação inesperada.
Ligação On
-Alô?
-Anna, quanto tempo minha filha!
-Quem é?
-Ah menina! Sou eu, Clara!
-Oi tia, que surpresa boa, está por aqui?
-Sim, quanto tempo que não te vejo minha menina, podemos nos encontrar? E sua irmã como está? Peguei seu número com sua mãe.
-Vem aqui em casa tia, te passo o endereço por mensagem. Beijo.
-Tá bom filha, beijo.
Ligação Off
Minha tia sempre foi um amor, mas sempre falou muito, cresci rindo de suas histórias de vida, era uma peça! Ela nunca me negou como sobrinha, ao contrário de minha mãe que...
Ligo para Carol dizendo tudo o que aconteceu e a louca corre pra casa, em minutos minha tia chega, o almoço seria em família hoje!
Depois de uns 30 minutos, Carol chega, toma um banho rápido e me ajuda a preparar a mesa, logo depois a companhia toca, peço para Carol atender e vou me arrumar, aliás, arrumei tudo e esqueci de mim!
Enquanto estava no banho ouvia minha tia rindo com Carol, estavam felizes, isso me deixa feliz.
-E aí tia, qual é a boa? - Chego abraçando-a.
-Menina, como você mudou, está tão bonita!
-Que nada tia, você tá precisando de óculos - diz Carol.
-Cala boca Carol, então tia, como estão as coisas lá?
-Na mesma, Túlio fala todos os dias de você.
-Túlio? Meu Deus, nem me fale, como sinto falta do meu irmãozinho.
Túlio é meu irmão mais novo, e eu o amo mais que qualquer coisa na vida.
-Sua mãe queria vir pra cá.
-Oba!!! - grita Carol igual a uma criança.
-Vamos almoçar? - mudo de assunto.
Almoçamos e conversamos sobre várias coisas, minha faculdade, o trabalho da Carol, e os nossos primos.
-Anna, venha aqui por favor.
-Fala tia.
-O que tem contra sua mãe, minha filha?
-Ah tia, você sabe, as brigas do passado e as mágoas, eu não devia provar nada pra ninguém, sair de casa foi a melhor coisa que fiz na vida. Mas eu sou completamente apaixonada pelo Túlio, o amo demais, e ficar longe do meu campeão está me matando aos poucos.
-E se ela vir?
-Caso venha, com certeza Carol vai querer deixá-los aqui. E eu só vou concordar por causa do Túlio.
-Bem, preciso ir, volto hoje para casa, só passei para ver você e sua irmã.
Se despediu e foi.
Carol e eu estávamos felizes, mas eu sentia falta e queria o meu irmão comigo. Lembro-me que cantava "Quase sem querer" para ele dormir, e ele já acordava cantando. Que saudade.
Carol me desperta do luto de ter que lidar com a ausência de Túlio, perguntando-me suas baboseiras.
-Mana, o que acha do Gustavo? - fala se jogando em cima de mim.
-Primeiro, você é obesa e a cama é de solteiro, então vaza. Segundo, acho ele ridículo.
-Gorda é você. E ridícula é você.
-Você pediu minha opinião, vaca.
-Eu estou apaixonada por ele, o que eu faço?
-Esquece.
-Anna!
-O quê? Eu hein, você é estranha garota.
Ela sai batendo pé, e resmungando alguma coisa. Pego meu celular e vejo umas mensagens no Facebook, nada em especial. Deito na cama e pego meus fones, ouço músicas aleatórias, lembro-me de Natália, e lágrimas ousam em cair, antes de me entregar a saudade vou ao banheiro lavar o rosto, olho no espelho e vejo apenas uma simples garota apaixonada por uma mulher que não está mais ao meu lado.
-Anna, irmã linda, amor da minha vida, única mulher que eu amo...
-Pode parar - digo secando o rosto - fala aí, o que você quer?
-Tem uma festa hoje, vamos? Vai ter umas gatas pra você, e o meu Gustavo.
-Tô afim não mana.
-Por favor, sem você não terá graça.
-Carol, você vai chegar e se agarrar com aquele inútil, e eu vou acabar pegando uma vadia qualquer, chegar em casa sozinha e bêbada.
-Dessa vez vai ser diferente.
-Já ouvi isso antes. Mas não vou não.
-Anna, por favor!!!!!!!!!!!!!!!!!!
-Não.
-Vai.
-Não.
-Vai.
-Não.
-Vaaaaiiii
-Não.
-Não.
-Tá.
-Aeee - diz com tom vitorioso
-Droga - sussurro.
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A Lua - Lésbico
Romance"Quando a noite chega, sento-me na janela do segundo andar, observo A Lua, e lembro-me de quantas vezes essa lua nos ilumina, nos enche de amor"