Novas portas podem ser abertas

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Belo dia hoje! Me acordo com uma beleza do nascente iluminando o nosso quarto... Voltei a realidade tomei um relaxado banho e fui para cozinha preparar o café da manhã para papai e para a Prim.
Quando passo pela sala, para ir a cozinha me deparo no chão com um envelope, tipo uma cartinha e não  tinha o nome de remetente, fiquei curiosa e logo abri, está escrito assim:
"Já que tivemos a conhecidencia de esbarrar com você no primeiro dia de aula, de estudar na mesma sala, de comer na mesma mesa e de morar na mesma vizinhança, por que não poderia passar aí para irmos juntos a escola?
Obs.: Nem precisa né, de remetente?"
Instantaneamente rir, alto. Quando percebi botei a mão na boca para não acorda nem a Prim nem o papai.
Ok, ok. Não vou dizer que não gostei. Mas oque que tem? Nada haver? Ele só não gosta de ir só, assim como eu também não gosto!
Depois acordei papai e Prim, pelo visto eles adoraram o café da manhã, não restou quase nada para mim. Papai foi para o trabalho e Prim fez os deveres de casa e quando acabou me ajudou a arrumar a casa. Eu e Prim sempre gostamos quando papai sai e nos fica arrumando a cama, conversamos sobre tudo e sempre botamos músicas aleatoriamente.
Mais tarde almoçamos, e falei com o papai:
"Papai hoje pode ir deixar só a Prim, ok?"
"E você?"
"Um colega meu da nossa vizinhança disse que vai passar por aqui a gente estudar na mesma sala"
"Certo, cuidado mocinha!"
Ele saiu e logo atrás estava Prim olhando para mim com um sorriso malicioso.
Como já estava pronta sente e esperei Peeta chamar na porta, o tempo foi passando, e fui percebendo que a gente ia se atrasar se ele não chegasse em menos de 3 min. E foi isso que aconteceu, ele não apareceu. Eu fui só para escola, cheguei atrasada, não assistir a primeira aula e nem uma pista do que havia acontecido com Peeta, se é que aconteceu algo.
Ele não veio para escola, comi sozinha, na sala olhei para tras e nada dele. Será que havia acontecido algo com ele ou será que ele só quiz me fazer de palhaça me fazendo esperar ele e me atrasar? Não sei, espero que ele apareça logo para eu tirar satisfações com ele.
Volto para casa só e sento um pedaço na calçada para ver se ele aparece na porta de sua casa, mas foi só perda de tempo.
Quando estou me levantando para entrar, meu pai vem chegando do trabalho, com uma cara um preocupada.
"Oque houve pai?"
"A mulher do meu patrão, filha..."
"Oque tem? Aqui você disse que era mão de vaca?"
"Sim filha, ela mesma. Ela morreu!"
Vou até ele e lhe dou um abraço apertado, eu sei quanto é doloroso perde qualquer pessoa, e imaginei os filhos dela, sofrendo o mesmo que eu sofri quando a minha mãe morreu.
"Tenho que ir mais tarde lá, se você não quiser ir,não precisa"
"Eu vou, eu vou com você. Quem sabe eu não posso ajudar em algo..."
"Obrigada, acho que você poderá conversar com os filhos dela, tem um que tem apenas uns 10 anos"
Novamente lhe dei um abraço e disse eu te amo e ele respondeu eu também. Só isso bastou. Levei ele para a mesa e servi a comida a ele e a Prim, ele não comeu muito, em compensação a Prim comeu até demais. Mais tarde nos arrumamos e deixamos a Prim na casa de outro vizinho que fez amizade com ela, e seguimos para o funeral, não tinha tantas pessoas, as pessoas não gostam de ficar a noite, na maioria das vezes ficam só a família e amigos próximos. E enquanto o papai fala com o chefe eu me sento em um banco meio perto da porta e fico olhando para a lua cheia, quando sou surpreendida por uma voz familiar.
"Desculpa por não ter passado lá pela sua casa, hoje mais cedo!"
"Porque você não mandou um recado? Ligou? Ou algo do tipo?"
Antes que ele pudesse falar algo continuei...
"Você sabia? Precisei ir só, perdir aula..."
"Eu não fui pois precisei cuidar do funeral de minha mãe" percebo seus olhos cheios de lágrimas e ele deu uma rápida olhada ao caixão que estava a vista. Foi a mãe dele. O chefe do meu pai é o pai dele. A mulher mãe de vaca é a mãe dele. E a mãe dele que morreu hoje. Por isso ele não pode ir para escola.
Não acredito o quão fui cruel. Juguei sem saber oque poderia ter acontecido para ele ter me dado um bolo. Lágrimas encheram também os meus olhos, por vergonha, culpa e até mesmo lembrança de quando eu tava no lugar dele e minha mãe no caixão.
Sem pensar, lhe dei um abraço, demorado e apertado. Não sei se ele pensou se eu sou uma doida ou o que... Mas eu lhe deu um abraço. E cochichei:
"Me Desculpa, eu não sabia"
Ele retribuiu o abraço com força e disee:
"Não tem problema, mas por favor..."
"O que? Eu faço qualquer coisa"
"Fica comigo" disse ainda entre o abraço, e senti sua lágrima caindo sobre meu ombro. "Claro, eu vou ficar aqui, até quando você me mandar sair. Já passei por isso, por isso sei que não é fácil e por isso também sei que não vai acabar amanhã a dor e nunca vai parar de doer, as vezes vai é crescendo, mas você como todos consegue ficar mais forte que a dor".
Me distancie um pouco dele e peguei suas mãos, ele olho para mim e eu não consegui me desviar daqueles lindos olhos azuis encharcado de lágrimas, nos estavamos interligados de certo ponto que me fez sentir uma criança novamente, acolhida.

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⏰ Última atualização: Sep 04, 2015 ⏰

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