"Pesadelos são sonhos que ocorrem durante a fase de movimentos rápidos dos olhos e que traz sensações fortes, e sem escapatória, de medo, terror, angústia ou ansiedade extrema, normalmente acordando a pessoa."
Dizem que pesadelos são resultados de movimentos que nossos olhos fazem a noite, ou pensamentos do seu subconsciente, e até mesmo seus medos mais profundos que nem mesmo você sabe.
A verdadeira definição de pesadelo não existe. Talvez sejam seus demônios mais profundos querendo te atormentar, ou talvez um segredo que você jurou guardar até o túmulo e acabou contando, e agora seu subconsciente está brincando com você. Ninguém sabe. Essa é a verdadeira resposta. Ninguém sabe a definição de pesadelo, porque ela não existe. Cada um tem seus pesadelos, seus medos, suas mentiras, seus demônios interiores. E ele é o meu.
Talvez você está se perguntando quem é ele. Nem eu sei a resposta. O que ele quer comigo, só Deus sabe. A única coisa que eu sei, é que ele não irá desistir de mim. E não é de uma forma romântica. É da pior forma possível que alguém possa querer uma pessoa.
Ás vezes sinto que estou adormecida, ou talvez hipnotizada. Será meu subconsciente brincando comigo? Ou isso tudo é real? E o pior... Quem é ele?
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Abro meus olhos. Estou numa estrada. Está escuro, e frio. Ninguém, não há ninguém. Não ouço barulhos. Só eu estou aqui. O caminho é longo, e vazio, há algumas árvores, mas os galhos estão secos. Minha pele está arrepiada, o ar está extremamente frio. Eu corro, apenas corro pela longa estrada. Meu coração acelerado, minha pele arrepiada, e estou suando frio. Morte. Estou à beira da morte. Paro num penhasco. Minhas pernas estão bambas, porque quase caí. Choro, apenas choro.
Qual é a necessidade da vida? Grita me subconsciente. Não, não vou cair nessa. Meu corpo apenas se move para frente. Sei o que estão tentando fazer. Estão brincando comigo. Mas eu não vou cair nessa.
Caio. Qual a necessidade da vida?
Acordo. Estou num banheiro. Me parece familiar, mas sei que não é. Olho para imensa banheira, e quando menos percebo, estou ligando a torneira. Me olho no espelho, pareço exausta. Olheiras profundas e escuras estão debaixo dos meus olhos. Olho para a banheira mais uma vez, e está cheia. Decido entrar. Não entre Samantha, não entre. Eu entro. A água está quente, tão relaxante em meus músculos. Decido mergulhar.
Qual a necessidade da vida? Meu subconsciente grita novamente. Não vou cair nessa, não dessa vez. Me afogo. Me afogo por vontade própria. Qual a necessidade da vida.
Levanto. Estou num quarto escuro. Meu quarto. Há uma menina, que aparenta uns oito anos , na cama com um ursinho. Eu. Sou eu. A criança está brincando com seu ursinho, e na janela, há alguém a observa- la. Olhos negros, sombra negra. Me afasto, mas sinto que ele já me notou. A garotinha está a chorar, insistindo a sua mãe que há alguém no quarto, mas ninguém acredita. Ninguém acreditava em mim. E era verdade. Me afasto do quarto, onde a porta do mesmo se fecha e não há nenhuma fonte de luz. Mas eu não sou a única. Ele está a me olhar. Eu sei que está. Tento correr, mas o local é pequeno, e sinto minhas costas encostarem na parede. Quem é você? Não consigo dizer em voz alta. Quem é você? Tento novamente, mas a tentativa é falha como antes.
"Eu sou o seu pior pesadelo'' , a voz rouca me diz. Será que ele consegue me ouvir?
"Eu sou o seu pior pesadelo" , a voz repete.
"Qual a necessidade da vida?"
"Qual a necessidade da vida, Samantha?"
"Um dia todos morrem, por que não morrer hoje?"
Uma risada ecoa por todo o local, e ela não termina. Ela toma conta do local, e conta dos meus pensamentos. Estou tão fraca. Mas eu não quero desistir.
-Quem é você?
- Já disse que sou seu pior pesadelo! - a voz grita.
-Não tenho pesadelos!
- Então a pequena Samantha que ninguém acreditava não tem pesadelos?
-O que você quer de mim?
Sou respondida por uma risada
-O que todo inferno quer.
-Você é o diabo?
-Diabo?
A imensa risada ecoa de novo. Minha cabeça roda.
-Eu sou um demônio.
-Demônio?
Demônio? O que está acontecendo? Estou tremendo.
-Sim, você não ouviu? Eu estava lá, Samantha. Estava nos seus primeiros passos. Estava quando você falou pela primeira vez, e quando seu dente caiu. Estava lá te observando todas as noites, até que você começou a perceber. Mas a pequena e tola Samantha não era ouvida por ninguém. Até que você e seus amigos me invocaram, não é mesmo? The Devil's House, não é?
Risadas e mais risadas.
-Eu sempre te observei, e essa foi uma brecha para eu aparecer. Eu sabia que você iria ficar com medo, e olha você aqui, sem amigos, sem ninguém. Suicídio duas vezes seguidas? Qual a necessidade da vida, não é, Samantha?
Suicídio?
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Maryxx
