Somewhere New

60 7 4
                                    

Dois anos se passaram do tal e horrível acidente. Deve estar achando que eu e o garoto que suspostamente me salvou do meu suicídio viramos melhores amigos para sempre ou tivemos algum tipo de relacionamento mas nem chegou perto. Eu não suporto ele, ele não me suporta. Apesar de ser meu vizinho e ter que ver ele quase todo dia porque eu sou completamente amiga do colega de quarto dele, Calum, mas nós não aguentamos um ao outro.

E o garoto tem nome sim, Michael Gordon Clifford e é claro que eu chamo ele de Gordon só para implicar porque implicar com ele é o ponto alto do meu dia, mentira, tenho coisa melhor para fazer do que chatear com o garoto que muda mais de cabelo do que um camaleão. Tinha lá seus contras de morar aqui mas era um lugar novo e isso para mim é melhor do que antes, sem padrasto, sem mãe e o melhor sem coração quebrado.

Mas enfim vamos falar da minha rotina, não que interessa a vocês mas vou falar do mesmo jeito. Eu trabalho de 4 da manhã ás 10 horas, e olha que trabalho com fotografia e como fotografa eu tenho que tirar foto (nossa, jurava que não, tinha certeza que trabalha no circo.) geralmente querem que eu tire as fotos de paisagem da madrugada, não sei porque eles são pessoas estranhas mas me pagam bem então não ligo. Chegar ás 10 horas em casa é igual a ver Hayley saindo de casa para poder ir para a universidade e depois ela ia para o emprego de meio período em uma livraria, ou seja, eu ficava em casa sozinha até de noite.

Iludidos vocês que acham que a Hayley me deixaria sozinha depois da minha tentativa de suicídio, podia se passar dois anos mas ela nunca mas me deixou sozinha em casa, fazer o que, acho que isso se chama amizade. Hayley deixa o Calum ficar lá em casa enquanto eu estou lá porque ele não tem nada para fazer da vida, porém com Calum junta a Michael.

-Querida, Cheguei! –gritei sarcástica sabendo que Cal estaria lá. É eu chamo ele de Cal mas pelo menos ele gosta. –Cal? –chamei estranhando já que ninguém respondia.

-O pequeno Cal não esta. –Outra voz respondeu. A voz que me fez revirar os olhos porque eu sabia quem era. –Mas aqui estou para ser sua babá. –Michael apareceu na minha frente, com o cabelo preto e mechas coloridas. Eu avisei, pinta o cabelo mais que camaleão.

-Primeiro: Ele não é minha babá. –respondia enquanto fazia o número um com a minha mão esquerda e com um tom irritada na voz. –Segundo: Eu prefiro ficar sozinha do que aqui com você.

-Não esqueça que eu te salvei, baixinha. –Michael respondeu cruzando os braços e se aproximando de mim.

-Não esqueça que eu escrevo as músicas para a SUA banda, Gordon. –Eu revidei cruzando os braços também e olhando brava para ele. Sim, o multicolorido tem uma banda junto com Calum, o baixista, Ashton que é um garoto que também vinha aqui direto e também o baterita e por final Felix, o cantor e guitarrista da banda.

-A banda que infelizmente não existe mais porque o Felix decidiu entrar para igreja. –Ele me respondeu meio irritado com a situação mas não deixei de rir. Felix? Igreja? Imagine uma pessoa usando skinny jeans preta com corrente, all star preto, aquelas luvas pretas de bicicletistas, uma mecha vermelha no cabelo e camisa do Iron Maiden indo á igreja. –Isso ria, nem te culpo eu ri quando ele contou. –Confessou enquanto sentava no sofá estressado.

-É só procurar outro vocalista, não deve ser tão ruim assim. –Tentei ajudar na situação dele. Sim, eu odeio ele mas é um sonho de uma pessoa sendo desmoronado, não sou um monstro sabia?

-Você fala como se todo mundo soubesse cantar. –Ele ainda parecia meio chateado, então sentei do lado dele, não muito próximo. –Mas você não quer me ouvir reclamar.

-Eu não me importo, quando Cal tá aqui eu sou pior que você. –comentei e ele deu uma risada abafada e um sorriso de canto enquanto nós dois ficamos encarando a T.V que estava desligada.

Jet Black Heart (m.g.c)Onde histórias criam vida. Descubra agora