- Mellany! Mellany! Me ajude! Ele quer me pegar. Socorro!
Mellany escuta o chamado de Mellissa, levanta do chão onde se encontrava deitada e ao perceber que Apolo e Henrique continuam imersos em um sono profundo sai em direção a voz da irmã, sem pedir ajuda a eles.
Ao sair da caverna o vento e a escuridão a dominam. Apesar do medo Mellany não pensa no perigo que a floresta oferecia, ela somente pensava em encontrar a irmã.
Ainda se podia ouvir o eco dos gritos de socorro.
Mellany corre em direção ao som da voz.
Depois de alguns minutos de corrida Mellany encontra-se perdida no meio da floresta. Logo passa a correr novamente, porém desta vez após ouvir um rugido. Ela pensa que pode ser um animal feroz em busca de sua presa.
Ao parar novamente, o cansaço a domina. Mellany se encosta-se a uma arvore e adormece.
Quando acorda o dia já amanhecia. O céu desenhava nuvens de aspecto alaranjado, entretanto uma fumaça preenchia o ar.
- Estou salva. Encontrei um acampamento. - pensa.
Levanta-se e anda ate onde a concentração de fumaça era maior.
Ao chegar se depara com o horror.
Como se fossem esquilos dormindo pendurados em arvores estava sua mãe, seu pai e sua irmã. O sangue escorria de vários cortes em seus corpos.
- NÃOOOOOO.
- Mel? Mellany, acorde. - Apolo tentava acordar a irmã que se debatia em desespero.
Mellany abre os olhos e vê o irmão e seu coração se acalma, contudo ao lembrar-se do pesadelo começa a chorar.
- Calma Mell, foi apenas um pesadelo. Tudo vai ficar bem, se acalme. - Apolo abraça a irmã com o intuito de acalma-la.
Henrique se aproxima de Mellany com uma preocupação evidente em seus olhos. Pega as mãos da moça levando-a aos lábios depositando um beijo.
Apolo se enfurece com o ato do príncipe e o afasta da irmã.
Mellany experimenta um misto de emoções, primeiro o medo depois à incerteza.
- Apolo, vamos voltar para a casa, por favor! - implora Mellany que sentia um aperto no peito.
- Claro Mell. Vou lá fora da uma volta para verificar se não temos companhia. Henrique fica de olho nela. - Fala em tom ríspido com Henrique e se retira.
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Após Apolo sair, Henrique se aproxima novamente de Mellany, que não lhe da atenção.
- Não quero falar sobre isso Henrique, me deixa. - Mellany pede já prevendo que ele ia pergunta-lhe sobre o sonho.
- Mas desabafar ajuda. Quando eu tinha pesadelos, anotava tudo na manha seguinte, fazer isso me acalmava, pois os pesadelos me davam medo. - O fato chama a atenção de Mellany.
- Como eram seus pesadelos? - Pergunta Mellany curiosa.
- Ah, escrever é mais fácil que falar, mas irei te contar. - Henrique respira fundo e faz seu relato. - Eu sempre tinha dois sonhos em uma noite. O primeiro sempre era com os meus pais, a principio eu presenciava a destruição de Mecheville no futuro, depois eu presenciava o passado, o dia em que meus pais foram mortos. Tamanha era minha dor que eu acordava apavorado. Decidi então escrever, tenho uma espécie de diário, não ria. - pede Henrique ao ver a expressão no rosto de Mellany. - Neste " diário " eu relato os sonhos, era como se eu contasse para uma pessoa, mas na verdade era somente ilusão.
- Desculpe, é meio inusitado um homem escrever em um diário. E o segundo pesadelo era com o que, ou com quem? - Pergunta Mellany pensando em estar pisando em cacos de vidro. Ela não queria interroga-lo para depois ter que contar a coisas horrendas com que sonhou.
Henrique lhe da um sorriso. - Este não é exatamente um pesadelo, e sim um sonho muito bom que eu quero que se realize, é um segredo, não dizem que um sonho contado nunca se realiza? Então, não irei contar.
- Mas você não escreveu? - Mellany encontra uma falha na justificativa dele.
- Escrevi, e não contei para ninguém. - Responde Henrique
- Você também não contou sobre o pesadelo. - Mellany tentava faze-lo contar.
- Não é a mesma coisa, o pesadelo já aconteceu. - Diz Henrique com pesar.
- Mas Mecheville não foi destruído. - Diz Mellany
- E nem será!- Afirma Henrique
Por um momento os dois ficam em silencio.
- Então, vai me contar o pesadelo. - Pergunta Henrique finalmente.
Mellany solta um suspiro e se levanta. Anda ate a entrada da caverna, ao longe ela avista seu irmão voltando. Enfim se vira para Henrique. - por favor, não me peça para contar, é cruel demais.
- Tudo bem eu entendo. - Henrique responde, vai ate ela e a abraça.
- Estou interrompendo algo? - ao som da voz de Apolo, Henrique larga Mellany.
A raiva no olhar de Apolo é facilmente perceptível. Seu ciúme para com a irmã é irrevogável.
- Não. - Diz os dois ao mesmo tempo.
Apolo agora os olha com desconfiança.
- Vamos!
O caminho para a casa amarela é lento. Apolo anda ao lado da irmã, e Henrique segue atrás. A trilha que leva a caverna é composta de pedras que se agrupavam em subidas. Depois das pedras percebe-se um riacho, em que suas aguas cristalinas se estendem ate o castelo real. Podia se chegar à caverna atravessando o riacho, porem o caminho mais seguro era dando a volta em sua nascente.
Depois da nascente a trilha seguia em linha reta ate uma clareira, onde a casa amarela ficava.
Quando o trio avista a clareira pode-se perceber um odor forte de fumaça no ar.
Era a casa amarela em chamas.
Ao perceber de onde a fumaça saia Mellany sai correndo.
Apolo vai atrás dela seguido por Henrique.
Mais um capítulo amores. O que acham que irá acontecer agora que a Madeline e Mellissa morreram. Mellany irá se vingar? Aguardem, e que a estória comece.
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Mecheville
AdventurePLÁGIO É CRIME Henrique Calvi aos 11 anos de idade presenciou uma cena que marcou sua vida: a morte dos pais. Com um inimigo ocupando seu lugar no reino Mecheville , viveu 9 anos escondido no meio da floresta com Jair Valin e sua filha Margaret...