- James ?
Sussurro e minha voz parece maltratada, forçando na garganta o nome que jurei nunca mais mencionar. Ou que pelo menos acreditei nunca mais precisar.
- Isso, - diz Kendall surpreso. - você não se lembra dele? nós vivíamos juntos durante a faculdade; eu até te apresentei ele uma vez, acho que foi em uma daquelas festa do Reagan...
Kendall continuou falando enquanto andava até a cozinha com Sam nos braços, minha pequena e inofensiva Sam.
Minha lembrança constante da existência de James Maslow.
Sua pergunta chegava á ser cômica, se não fosse trágica.Como poderia esquecer àquele homem?
Como poderia esquecer o responsável por mudar minha vida completamente?
Como? me diga, como?Quando Natalie está ali, pendurada nos braços de Kendall... seus cabelos reluzindo á luz do sol que atravessa a janela da cozinha, da mesma forma em que os cabelos do homem de terno escuro e imponente brilhavam em meu jardim.
James era uma lembrança constante em minha vida. Não importa o que eu faça, não importa pra onde eu vá, ele sempre estará lá pra me lembrar do que eu fui capaz de fazer.Mas antes, ele não era nada mais que uma lembrança... Agora James Maslow é uma presença.
Aparentemente mais do que viva... Ele não anda somente no brilho dos olhos de minha filha, ele é capaz de andar, com as próprias pernas em meu jardim.
Estou desorientada, não consigo me concentrar em nada do que faço.
Durante o almoço, Kendall continua falando, ele não para de falar sobre Maslow, esse que aparentemente veio com o intuito de fazer uma visita á negócios.A notícia me deixa parcialmente tranquila, mas nada me faz esquecer o breve e tão sem sentido olhar que ele me lançou antes de ir embora. Minha distração rende na quebra de um prato e dois copos na hora de lavar a louça.
Mas ainda assim, tenho medo.
Principalmente medo...medo de que ele volte, medo de que a verdade surja, medo por mim e minha filha.
Com esses pensamentos torturando minha mente, deito a cabeça calmamente sobre o travesseiro, e tento de todas as formas relaxar meu corpo e afastar esses pensamentos para que consiga dormir. Mas os pensamentos só retornam com ainda mais força quando, Kendall apaga o abajur ao lado da cama e deita se do meu lado repousando um beijo doce em meus lábios antes de dizer;
- ah, prepare um belo vestido amanhã. James me ligou... Ele nos quer para um café da manhã á negócios. Estou ansioso para saber qual a sua oferta, tenho a impressão de que será algo grande.
~~ . ~~
Kendall desliza o carro por entre os portões majestosos da mansão Schmidt e estaciona-o por entre uma fileira de carros no estacionamento.
Fiquei impressionada quando ele me disse esta manhã, que iríamos nos encontrar com James na casa de seus pais, mas mais impressionada fiquei com o número incontável de carros que encontrei ao chegarmos lá.- Está havendo uma festa, ou algo do tipo? - Volto-me na direção de Kendall, enquanto retiro meu cinto e assisto ele fazer o mesmo com o seu.
- Parece que mamãe ficou bastante animada com a temporada de James na cidade e resolveu fazer uma pequena festa de boas vindas. Você sabe como ela é, - Kendall esboça um pequeno sorriso, enquanto arruma os botões do paletó. - Adora James como se ele fosse seu próprio filho.
Diz isso com o máximo de indiferença possível em sua voz, enquanto termina de ajeitar a gravata e sai do carro para abrir minha porta.
Observando enquanto atravessa a parte da frente do carro, percebo sua postura ereta e as mãos que insistem em alisar o terno.
Eu conheço Kendall, mais do que ninguém, e sei que ele também não está feliz com a visita de James Maslow.James é um dos primos que Kendall mais adora, o problema é que ele é também, o sobrinho que Stela Schmidt mais gosta.
Stela Schmidt não é nada mais nada menos que a mãe de Kendall, minha querida sogra e a protetora oficial de carteirinha do Maslow. E só pra constar ela é também a maior e mais insuportável no quesito perua da alta classe.
Stela adora o sobrinho, até mais do que o próprio filho. E isso sempre incomodou Kendall, desde o momento em que James Maslow resolveu se mudar para sua casa, há 6 anos atrás.
Pressiono delicadamente a mão de Kendall quando ele abre a porta para mim. E dentro desse pequeno gesto, reconforto-o com o máximo de força que consigo passar para ele naquele momento.
Subimos juntos os degraus da escada de entrada e já consigo sentir a mão que segura a de Kendall começar á suar. Junto com cada degrau que subimos, meu coração dá um pulo acelerando ainda mais minha frequência cardíaca.
Tento me convencer de que aquilo é algo sério, um problema cardíaco que precisa ser tratado urgentemente.
Mas eu sei que é mentira, sei que estou sendo hipócrita no momento em que deito minha cabeça no ombro de Kendall, tentando me asfixiar com seu cheiro e sua pureza.Eu conheço esses sintomas, estou eternamente familiarizada com eles. São todos os sintomas que sinto quando estou prestes á vê-lo.
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Notas da autora:
Helo!
Como vai? Ansiosa por mais?
Eu também, não vejo a hora de começar à esquentar as coisas.
Então... te vejo na próxima, Beijos e até mais.
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Bella Psicótica (EM REVISÃO)
RomanceEssas não são linhas que descrevem a vida de alguém, não serão palavras sobre amor ou esperança que mudarão tudo. Nada que eu diga pode fazer com que entendam pelo que passei, não posso voltar atrás, assim como não posso mudar o que sou... Essa sou...