Capítulo 3

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*POV's James...

Um quarto, quatro pequenas paredes, um saco de pancadas, e o silêncio.
Somente o silêncio...
E de repente... Um baque.
Surdo, assustador imponentemente tenebroso que balança as quatro pequenas paredes escuras no cômodo. As correntes presas ao teto se agitam levando consigo o peso exorbitante do saco de pancadas, elas ferem meus ouvidos surdos de ódio, e quando o saco retorna em minha direção... Meu braço estrategicamente, empenha-se em um impulso raivoso, socando-o com ainda mais força, com ainda mais determinação.

Os movimentos são ritmados, estratégicos... precisos e carregados com uma digna carga de sentimentos.
Sentimentos esses que parecem se colidir dentro da minha cabeça, deixando me tonto, deixando me louco.

A adrenalina que corre em minhas veias mantém meu corpo em pé, mantém meus olhos abertos, mantém meus braços na busca implacável de acabar com algo.

De acabar com ele...

Sinto minhas juntas reclamarem contra o couro sintético, as veias em meu antebraço pulsam e meus ouvidos não escutam mais nada, meus olhos não enxergam mais nada.

Só o escuro... Só esse maldito escuro, e a solidão.

O pequeno quarto é tomado pela escuridão e sinto que o ódio vibra pelas quatro paredes, enquanto o saco de pancadas estrategicamente pendurado em seu centro voa ritmadas vezes sofrendo com as colisões implacáveis de meus pulsos, que sangram, que lutam pelo sabor da vingança.

De repente, paro... O suor escorre desde minha testa e atravessa o supercílio alcançando meus olhos entrecerrados, cortando-me por dentro, queimando-me. Seguro o saco irrefreável com minhas mãos calejadas e doloridas cortando seu percurso enquanto recosto a testa no mesmo, limpando-a em seu couro gasto.

Meus olhos fecham se automaticamente... E uma única imagem me vem a cabeça. A mesma imagem que se recusa à me largar desde que deixei àquela maldita propriedade.

Uma garota...

Com seus cabelos dourados e sapatilhas brancas.
Seus cabelos, lembro-me de forma assombrosamente detalhada, voando junto com a brisa do vento, enquanto corria pelo jardim.
Àqueles mesmos cabelos... Os mesmos cachos que me cobriam o peito durante a noite e que logo desapareciam durante a manhã.

Um filho... Aquele bastardo conseguiu tudo.
Até mesmo um maldito filho ele conseguiu.


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Ela seria o que todos chamariam de perfeita, seus traços finos e elegantes são mais que educados enquanto sorri para tudo e todos ao mesmo tempo... os passos são cautelosos em meio ao salão, suas curvas deliciosas deslizam-se em um vestido elegante cor de rosa e os cabelos estão escondidos em madeichas grossas no alto da cabeça.
Aquele não seria um penteado que me agradaria, nem tão pouco o vestido que usava, mas enfim, meu desejo tão pouco importava pra ela.
Assim como minha presença que parecia irrelevante naquele lugar, ela nunca me olhava.
Enquanto todos me sorriam e cumprimentavam, fazendo elogios e saudações, até mesmo uma pequena festa,
Helena continuava alheia ao meu retorno.
Eu quase não entendia àquilo... até àquele momento.
Desde o momento que chegou e seus olhos continuavam os mesmos, presos em um ponto inanimado, seguindo uma única reta... e evitando, eu diria propositalmente a minha direção.
Ela estava lá, depois de anos do outro lado da sala presa nos braços de outro, ou para ser mais franco comigo mesmo, presa nos braços do mesmo.
Sempre ele...
O único capaz de estragar minha vida e meus planos com o simples ato de respirar. Eu não seria ingênuo de acusar Kendall daquela forma, mas não podia também, renunciar o ódio mortal que eu tinha de meu primo.

Bella Psicótica (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora