Capítulo 24

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CAPÍTULO 24 – A fuga de Andy Tonks

O primeiro dia na casa da minha vó foi tão monótono quanto poderia ser. Minha vontade foi de entrar na minha bolsa e passar o feriado todo lá, devorando livro por livro, mas isso estragaria meu segredo, então tive que enfrentar. Na manhã de Natal desci animada para abrir meus presentes sem esquecer de nenhum.

Ganhei muitos doces e livros, no total quatro novos livros para enfeitar minha estante e decorar meu cérebro quando eu tiver tempo para ler. Adorei todos os presentes e me animei com o de Tiago, porque veio com um cartãozinho super fofo.

Foi só chegar na noite do dia 26 pra tudo começar a dar errado. Tio Duda e sua família já foram todos embora. Papai precisou ir trabalhar hoje, porque a empresa Tonks nunca para! Jantamos na casa da minha avó materna, já que ainda estamos passando uns dias aqui. Assim que terminou o jantar, Manu subiu porque está gripada, ela sempre fica doente nessa época e Tomás subiu também porque é preguiçoso. Eu, minha mãe e minha vó ficamos para lavar a louça de forma trouxa, coisa que poderíamos fazer em 5 segundos com magia.

- E então Mayza, como anda a história daquela menina?

- Mamãe, não fale assim, Manu é sua neta

- Ah com certeza! - ela falou debochada - É filha da traição do seu marido

- Eu já expliquei para senhora milhões de vezes, mãe, Tony foi sequestrado e obliviado

- Essa invenção toda pra esconder a traição do seu marido, Mayza! Sinceramente, você merece mais do que esse tipo de homem! O que esse seu marido tem de rico, tem de mal caráter

Senti meu rosto esquentar de raiva. Como ela ousa falar assim do meu pai? Ele é a pessoa mais honrada e honesta que eu conheço na minha vida, ela não vai desrespeitá-lo assim na minha frente.

Calma, Andy! Inspira, expira, inspira, expira...

- Já disse pra deixar disso, mãe

- Eu não duvido nada que ele esteja lá com a criminosa colocando mais um par de chifres na sua cabeça, filha, não pode ser assim tão bobinha

- Meu pai não é mal caráter! Não fale assim dele – finalmente explodi!

- Cale-se, sua malcriada! – ela me olhou feio antes de voltar a falar as besteiras – E a outra filhinha dele, deve ter puxado a falta de caráter dos pais! Até inventou uma doença pra não ajudar na louça.

- Não fale assim da minha irmã – quase gritei – Nem do meu pai! Eles não são do jeito que você está falando. Você não é ninguém pra falar assim deles!

- Ah! Você ainda está aí. Está na hora de ensinar boas maneiras para essa sua filha, Mayza. Ela com certeza anda aprendendo essas malcriações nessa escola onde você os colocou! Eu já disse que esse povo estranho com quem você anda não é coisa boa

- Eles são mais educados do que a senhora, com certeza - falei

- Talvez essa aqui seja a filha da drogada, quando a cachorra tá infectada passa para os filhotes! Ou será que a outra está ensinando isso para ela? - ela continuou falando como se eu não estivesse ouvindo

Senti o vento zumbi nos meus ouvidos, cada partícula de magia no ar se concentrando em toda minha raiva.

- Aquela sua sogra também não é coisa boa, toda colorida e alegrinha, deve tomar alguma droga, ou é retardada mesmo. Agora só falta seu filho vim dar problema, também me parece alegrinho demais, muita convivência com a outra vó

- Pare de falar a assim! Pare de fingir que eu não estou aqui! – falei com a voz engasgada de tanta raiva – Mãe, não deixa ela falar assim!

- Cale a boca, sua menina enxerida – ela pegou a bengala para me bater – Não vem com esse seu gene maldito infectar minha casa

Me apaixonei por um MarotoOnde histórias criam vida. Descubra agora