Me apaixonei por um Maroto

Capítulo 77

CAPÍTULO 81 - Segunda Horcrux

Depois de almoçarmos conversando sobre o surto de Ana e sobre como é estranho pensar em ser filho único, não consigo me imaginar sem os meus irmãos nem me imagino tendo apenas um filho.

- Preciso ir na biblioteca – falei me espreguiçando

- Mas hoje é sábado, Andy – Tiago resmungou

- E daí? – eu disse inocentemente

- Ah meu Merlim! – ele suspirou – Vai estudar o que?

- Transfiguração e preciso da sua ajuda porque não consegui fazer o feitiço da última aula – fiz careta

- Mas é tão simples – ele disse tomando sorvete

- Deixa de ser exibido – falei e ele deu risada

- Não tenho culpa se nasci com o dom

- Exibido – falei passando sorvete na bochecha dele

- Sou mesmo

- Você já pensou em ser animago? – perguntei lambendo a bochecha dele

- Já... Mas dá tanto trabalho e ainda tem que se cadastrar no Ministério, não é uma boa hora para eu fazer isso

- É muito perigoso fazer escondido?

- Um pouco – ele fez careta

- Você deveria tentar – ele pareceu pensar na possibilidade

- Você deveria tentar também, iríamos ser um casal de cachorrinhos – dei uma gargalhada quando pensei nisso

- Até nisso combinamos, por Merlim! – falei me levantando do sofá – Agora para de enrolação, vamos logo para biblioteca

Seguimos de mãos dadas pelos corredores da escola, porém, pouco antes de chegarmos a biblioteca, em pleno corredor do terceiro andar, escutamos sussurros vindo do banheiro da Murta que Geme.

- Não... Eu não posso fazer isso... – uma voz infantil soou

Eu e Tiago nos entreolhamos, encostados na parede escutando tudo com atenção.

Um sibilo rouco e incompreensível soou, fazendo o menino começar a chorar.

- Faça o que mandei... Agora! Se não já sabe o que vai acontecer – escutei a voz de Runey, de forma vaga como se viesse de muito longe

O menino saiu do banheiro trêmulo, assim que colocou os olhos em mim e em Tiago, o colar no pescoço dele ficou vermelho, ele mudou completamente de feições, como se estivesse sendo controlado.

Ele tentou partir para cima de mim, antes mesmo de eu puxar a varinha, Tiago o imobilizou, afinal, ele é só um menino de 11 anos.

- Quem é você e o que quer conosco? – Tiago perguntou segurando os braços do menino

Olhei fundo no fundo dos olhos dele, olhos assustados e amedrontados, diferente das feições, que estão firmes. Entrei na mente dele, segui por um corredor escuro e vazio, estou novamente naquela lembrança, dessa vez consegui ver além do lampejo. Quando a luz cessou ouvi um grito de uma garotinha, aparentemente a irmã dele. Vi o rosto de Runey, ele apontou a varinha para o garoto e murmurou algo que eu não entendi.

- Tiago, solte-o – pedi e Tiago me encarou – Pode confiar

O garoto tentou correr, assim que Tiago o soltou, mas antes de tudo isso puxei o colar com força do pescoço dele. Ele caiu desmaiado no chão. Guardei o colar no meu bolso com pressa, sentindo algo vibrar dentro dele, isso é... Estranho, me dá calafrios.