Todos nós estamos constantemente perdendo algo em nossas vidas... Seja aquela viajem do sonhos que deixamos passar, aquela festa que deixamos de ir, seja o tempo que desperdiçamos, seja aquele colar que você ganhou da sua tia de aniversário, algum objeto especial que você esqueceu na mudança, pessoas, coisas, sentimentos...Enfim. Existem perdas que não fazem tanta diferença, mas outras que fazem uma diferença enorme em nossas vidas. Perdas que nos mudam pra sempre. Perdas doem. Machucam. Corroem. Nos atinge de muitas formas. Tem coisas que perdemos e que nunca mais encontramos. Eu estou falando no geral... Todos os tipos de perdas. Bom, eu acho que nunca perdi um ante querido que fizesse tanta diferença na minha vida. Mas já perdi algumas coisas importantes para mim, vou tentar me lembrar e listar algumas delas:
1- Meu ursinho chamado Ursinho, porque eu nunca pensei num nome melhor pra ele. E ele tem um grande valor sentimental pra mim. Eu o ganhei quando era bem pequena,da minha tinha que mora na Alemanha e todas as noites minha mãe fazia a "brincadeira do ursinho" pra mim. Era algo tipo, ela fazia uma vozinha engraçada e eu tinha que me esconder debaixo das cobertas para que o Ursinho me achasse, e quando ele me encontrava ele fazia cosquinhas em mim. Mas depois que me mudei, eu o perdi. E ele ficou perdido por muito tempo. Já tinha superado, quando, em uma "enchente" que ocorreu aqui em casa, (na verdade a máquina começou a vazar água e inundou praticamente a casa inteira, e com casa eu quero dizer apartamento) ele apareceu boiando. Eu fiquei muito feliz. E apesar de hoje em dia eu não brincar mais da Brincadeira do Ursinho, eu tenho um enorme carinho por ele, e agora fiquei mais responsável e decidida a nunca mais deixa-lo sair da minha vida.
2- Minha cachorrinha que morreu quando eu tinha 5 anos. O nome dela era Dorothy. Ela era branquinha e peludinha. Eu a ganhei quando uma mulher que estava sentada do lado da minha mãe no ônibus enquanto ela estava voltando para casa, perguntou a mãe se ela gostaria de ficar com a Dorothy, e minha mãe aceitou. E desde então eu a cuidei e a amei de todas as formas. Ela era como uma irmã pra mim. Quando eu estava só, ela era minha companhia. Eu quase ia perdendo ela, quando ela acidentalmente ingeriu veneno de rato. Mas felizmente ela sobreviveu. Até que eu tive que me mudar pra um condomínio que não aceitava animais, e ela latia muito a noite. Então meu pai deu ela para um amigo dele. E toda vez que eu via esse amigo do meu pai, eu perguntava sobre a Dorothy. A saudade matava. E a falta que ela fazia na minha vida também. Um certo dia, eu estava indo tomar sorvete com meus pais, e demos de cara com o amigo do meu pai e a família dele, e eu como sempre, perguntei pela Dorothy. Mal sabia eu, que aquela resposta seria o começo de uma luta contra a dor.
- Como está a Dorothy ela tá bem?-Disse eu, toda animada.
Daí o amigo do meu pai, fez uma expressão da qual eu nunca esquecerei. Era uma mistura, de tristeza, com remorso, e medo. Medo de me contar algo. Ele estava apreensivo, como se fosse dar a notícia que aliens invadiram a terra e estão levando todo o chocolate do mundo. E aí, sem mais nem menos, ele disse:
-Ela se foi...
Nunca sentira esse sentimento antes. Era uma dor insuportável. Eu não aguentei e desabei no chão. Ali na frente de todos, cai de joelhos. Não estava acreditando. Nunca tinha passado por isso antes. Ela era muito importante pra mim. E eu, uma garotinha de apenas 5 anos, mal sabia que aquilo era só uma prévia de todas as dores e perdas com qual eu teria que me dar ao longo da vida.
Sofri por um bom tempo, e até hoje ao me lembrar dela, eu derramo uma lágrima. Talvez ainda tenha restos daquela dor terrível que eu pensara ter deixado pra trás a muito tempo. Até tentei ter outra cachorrinha, mas não era a mesma coisa. Existem coisas na nossa vida que são insubstituíveis. A Dorothy com certeza é uma delas.
3- Meus irmãos. Bom, na verdade eles não passaram dessa pra melhor... Mas eu considero uma perda, todos os momentos que eu poderia ter aproveitado ao lado deles, quer dizer, tudo bem que eles são por parte de pai. Mas poxa, eu era solitária. Tudo o que eu queria era alguém pra brincar, alguém pra cuidar de mim. Eu sempre quis ter alguém mais velho que me ensinasse coisas sobre a vida, sem ser os meus pais, ou parentes... Um amigo, amiga. Bom, eu até passei um tempo em Recife, quando eu viajei com meu pai para visita-los. Foi tão legal, e ao mesmo tempo tão estranho... Você vê seu irmão e sua irmã mais velhos pela primeira vez. A gente nem sabe como agir. Fiquei confusa. Quando voltei para Fortaleza, o Lucas meu irmão mais velho veio conosco, e vivi as melhores lembranças que eu poderia ter com meu irmão. Lembro-me como se fosse ontem, de quando a gente fugia de casa para ir jogar bola no campo de areia que tinha em frente ao condomínio. E me lembrei de uma vez que fomos pegos pela vizinha, e o Lucas me defendeu assumindo toda a culpa. Isso foi muito bonitinho para mim. Depois de um tempo, ele foi embora. Depois, nunca mais tive contato com eles. As vezes queria que a Carol, minha irmã, vinhesse morar comigo. Queria ter o apoio de uma irmã mais velha. Até que eu, acabei ficando com esse papel. Quando minha irmã mais nova Isabel nasceu. Minha irmã legítima, da minha mãe e do meu pai. Então tive que ficar de babá e até hoje cuido dela. Eu acho que eu poderia ter aproveitado mais ao lado dos meus irmãos, eu sinto muita falta deles. Hoje em dia, meu irmão já é pai, e eu só descobri isso porque vi em uma rede social. Foi muito difícil perder contato com meus irmãos.
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Relaxa Garota, Você Supera...
RandomSuperar: subjugar, dominar, dobrar: superar a resistência do adversário. Fazer desaparecer, remover, resolver: superar todas as dificuldades. Cair e se levantar. Se reerguer. No meu caso: Pegar uma pá, catar os caquinhos do meu coração, e comprar u...