Capítulo 2.

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(É 2020 e eu tô tentando achar fan arts que se encaixem nos capítulos pra que todo mundo consiga surtar e não ficar triste quando alguém comenta sobre a mídia haha ♡)

Johannah furtivamente coloca a cabeça para dentro do quarto de Louis na terça-feira à tarde, com um grande sorriso em seu rosto. Ele não tem falado com ela desde que explicou que Harry não queria ser seu amigo, e ela o colocou num abraço e assistiu filme com ele até que ele não se sentisse mais tão triste.

Louis está tentando montar um quebra-cabeça no meio do chão do seu quarto e ele ergue seu olhar até a intrusa. Para a sua surpresa, atrás de sua mãe está Harry, parecendo um pouco envergonhado. O garoto está olhando para Louis como se ele fosse vomitar a qualquer momento, e ele arrasta desajeitadamente os pés no chão em seu pequeno espaço.

"Harry tem uma coisa para dizer a você, se você não se importa," ela o empurra para dentro do quarto com um leve cutucão e ele se vira para agradecê-la em silêncio antes dela fechar a porta e ir embora. Faz-se silêncio por um momento, Louis piscando em direção ao vizinho que ele costumava ver como um amigo e espera que alguma coisa aconteça.

Antes de qualquer coisa, Harry se senta com as pernas cruzadas no tapete e deixa seus olhos examinarem o quebra-cabeças incompleto.

"Oi, Louis," ele balbucia. "Eu, hm, eu queria dizer que eu sinto muito por ter dito que eu não queria ser seu amigo. Isso foi errado da minha parte. Eu não quis dizer isso, eu juro," ele para de falar para esperar a reação do garoto mais novo, mas o garoto de olhos azuis apenas pisca e espera que ele continue. "Eu estava chateado porque eu realmente gosto da garota que eu estava conversando e você interrompeu, e então eu fui mal com você. Eu sinto muito sobre isso." ele está enrolando as mãos em sua camiseta e focando seriamente o chão.

Louis quer jogar a caixa do quebra-cabeças nele. Ele quer gritar e chorar e sair como um furacão do quarto, ou pelo menos chutar Harry para fora dele. Ele foi humilhado pelo garoto mais velho, e ele havia feito Louis se sentir nada além de um bebê indesejado. Ele quer dizer a Harry que você deve tratar as pessoas melhor, e ele quer talvez até chutá-lo no queixo. Mas Harry está olhando para ele com lágrimas transbordando em seus olhos e um olhar tão desesperado por perdão que ele não consegue achar forças para fazer nenhuma dessas coisas.

"Está tudo bem," ele diz baixinho, também encarando o chão. A situação é séria demais para garotinhos lidarem, então eles mantêm suas vozes baixas e seus olhos fixos em outros lugares. "Eu entendo. Todos nós dizemos coisas ruins que nos fazem sentir mal por elas algumas vezes."

"Eu também sinto muito que nós nunca deixamos você brincar com a gente," o garoto de cabelos cacheados acrescenta, finalmente erguendo seu olhar diretamente para seu vizinho. Louis não sabe o que responder a isso, então ele apenas dá de ombros e pega outra peça para o seu quebra-cabeça.

"Tudo bem. Quer me ajudar a montar isso?" ele pergunta, esperando pela rejeição vir, ou a desculpa, ou a repentina necessidade de ir embora e estar em outro lugar. No entanto, Harry se aproxima mais e olha para o chão.

"Claro."

Eles gastam pelo menos uma hora, debruçando-se sobre o quebra-cabeça e reorganizando pedaços de uma figura maior, agora. Primeiramente, eles ficam na maior parte do tempo quietos, pegando as peças e colocando-as onde elas parecem se encaixar. Algumas palavras surgem aqui e ali, um pouco de cada vez, até que eles estão conversando como velhos amigos novamente. Eles riem, empurram um ao outro, e certo momento, Louis faz cócegas em Harry por ter pego a peça que da parte que ele estava montando o que termina num emaranhado de gargalhadas.

Não é muito, mas é um começo.

*

Louis tem uma forte sensação de que a mãe de Harry o pressionou para ir até a sua casa e se desculpar. No entanto, ele realmente não se importa de qualquer jeito. Afinal, apesar dos seus reais motivos, os garotos deram um espaço para ele. Pelo menos um pouquinho. Eles já não murmuram quando ele se aproxima, ou falam para ele ir para casa. De fato, na maioria das vezes, ultimamente, eles lhe deixam participar quando estão jogando futebol no jardim de alguém, ou kickball, ou apenas andando de bicicleta na rua.

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