Soberana luna (Completo)

7.

Era de manhã,não fiz nenhuma mala, apenas coloquei dentro de uma bolsa as coisas que eu precisaria, água, comida, uma roupa para o frio, lanterna, alguns objetos, o livro e a página do despertar. Eu estava muito ansiosa, mas não estava com medo, apenas estava tensa. Não fora difícil fugir de lá, Hänsï não sabia para onde eu iria, apenas disse a ela que iria passear no jardim do castelo e não queria que me incomodassem, a guarda não estava reforçada já que eu nunca saí de dentro, foi fácil fugir, fácil até de mais, me transformei em loba e com a bolsa na boca comecei a correr rumo ao dragão adormecido.
Já eram cinco e meia quando cheguei, eu estava fraca, e muito cansada, como eu era uma loba magra eu era mais rápida ainda, decidi que não seria uma boa ideia despertar o supremo dragão a noite, seria ao amanhecer, dormi como nunca.
Acordei cedo e já fui andando até a grande rocha, era impossível entrar ali dentro, era impossível arrastar aquela rocha ou empurrá-la, não daria para ir por cima, o que restou fora ir por baixo, me transformei em loba e comecei a cavar, quando já estava desistindo consegui sair do outro lado, saí e não tinha nada, apenas o final da pedra e nada mais, peguei o papel do despertar do dragão e li que todo dragão também é protegido por um campo de força que é quebrado com as seguintes palavras
-duãrxrs fou jaklor säbå - pronunciei em voz alta, pude ver minha vista fraquejar e minha cabeça girar, parece que coloquei um óculos, não era mais da forma de antes agora eu podia ver um pequeno túnel a minha frente, havia névoa negra em todas as partes, não conseguia enxergar nada apenas o puro breu, entrei dentro do túnel quando derrapei e caí uns 18 metros, a ansiedade batia no meu peito de forma que me sufocara e eu não conseguia gritar, caí em um estalo em cima de algo duro mas nem tanto, pude sentir aquela "rocha se mexer, abri minha bolsa e comecei a apalpar, liguei a lanterna quando soltei o maior grito da minha vida, eu estava na asa direita de um enorme dragão negro como a pelugem de uma pantera na noite, suas escamas eram gigantescas ele era muito maior que o dragão dos olhos azuis de Bruce, e mesmo em um sono profundo arrepiava-me de puro medo, a visão era aterrorizante, se uma criança o visse não conseguiria dormir em paz. Passou uma certa incerteza em minha mente, eu poderia estar cometendo o pior erro, poderia estar matando todos... Ou ... Não? Olhei para o buraco de onde caí, se eu subisse as pedras em volta conseguiria voltar escalando, olhei para o dragão novamente e lembrei da voz que ouvi no sonho. Preciso acordá-lo.