Soberana luna (Completo)

12.

  Esperei escurecer e vi que os guardas diminuíram na entrada da sela, escondi o livro dos dragões em um local no quarto e peguei minha bolsa com meus acessórios em um local estratégico para pegá-la na hora que saísse, deitei na cama e esperei Bruce vir deitar-se, ele demorou porém veio, deitou ao meu lado e pude sentir o cheiro de Hänsï e de mais alguém... Um feto, Hänsï estava grávida, eu poderia ser má mas logo pensei "ainda bem que não sou eu". Esperei Bruce roncar e me levantei, coloquei um vestido que eu já havia separado, era longo e branco, tinha um corte deixando as pernas a amostra, não era o vestido ideal para uma fuga mas era bem leve, ainda estava com meus braceletes,peguei minha bolsa de lado, desci as escadas sem fazer nenhum barulho, passei pela cozinha já olhando para porta que eu iria sair quando sinto uma mão me puxar, ufa, era Hänsï.
- suprema - ela se ajoelhou- eu preciso contar-lhe e se quiser, que tu me dês o castigo que mereço. - ela olhou em meus olhos - estou grávida e amo o senhor teu marido.
    Nossa, como alguém seria capaz de amar aquele homem?
- tudo bem Hänsï, você não merece castigo nenhum, não é sua culpa...  - que saco logo agora, preciso resgatar o homem..
- suprema me desculpe ...
E ficou nesse dilema por dez minutos, já eram quinze para uma da madrugada, até que fiquei sem paciência e ordenei:
- Vá para o seu quarto antes que eu a mate- na mesma hora ela subiu sem olhar para trás se tremendo de medo, agora eu podia finalmente colocar meu plano em ação, saí sem fazer barulho, havia dois guardas na entrada, subi no telhado e pulei na frente dos dois que foram surpreendidos, tirei minha adaga da coxa e enfiei no peito de um, quando o outro veio me agarrar virei rapidamente cortando-lhe a garganta, eu sabia mexer com facas e espadas, essa habilidade já me ajudou muito, não  fiquei sentida por matar os homens, a morte deles era a certeza de que o que eu estava fazendo naqueles segundos não teria volta, aliás cada segundo não tem volta, a cada segundo se torna parte de seu passado, sem mais distrações entrei na cela haviam muitos presos mas ó homem-dragão era o primeiro, assim que entrei ele me olhou boquiaberto, havia um guarda com as chaves no bolso, ele estava cochilando, me aproximei e peguei suas chaves sem fazer barulho, andei até a cela do homem em silêncio que era quase impossível com a cela quase alagada de água, abri seu cadeado porém ele fez um "click" muito forte acordando o guarda ainda sonolento que me olhava confuso, fiquei sem reação quando uma mão me puxou
-venha - era o homem-dragão que corria e eu corria atrás sem perceber, o guarda estava correndo atrás de nós dois e apesar disso eu não sei porque eu me sentia tão bem, meus cabelos voavam com a brisa fria da madrugada o céu estava cheio de estrelas, a lua cheia brilhava, a grama e a floresta que adentrávamos molhada com o sereno, aquilo tudo era tão bom, aquele ar fresco, aquele sentimento... Um sentimento novo que nunca senti... Liberdade.