Capítulo 04

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A luz fria das lâmpadas fluorescentes parecia refletir a tensão no escritório do médico legista. Dr. Robert Mallory estava mergulhado em documentos e fotos de autópsia, enquanto Cristal Sohomo aguardava com uma expressão de frustração e impaciência.

— Eu estou olhando para estas evidências há horas — disse Dr. Mallory, com um tom de exasperação. — É como se eu estivesse vendo algo que não posso entender. As marcas de mordidas nos corpos são humanas, não de nenhum animal. E o que é ainda mais chocante é que as marcas são muito específicas.

Cristal franziu a testa, tentando absorver a gravidade da situação.

— Então, se não foram feitas por um animal, quem ou o quê fez isso? — perguntou Cristal, com um tom de urgência.

Dr. Mallory balançou a cabeça, visivelmente perturbado.

— Eu não consigo explicar. As marcas são consistentes com a arcada dentária humana, mas a força necessária para causar tais ferimentos é simplesmente absurda. É como se a pessoa que fez isso não fosse... humana, de alguma forma.

Cristal respirou fundo, tentando manter a calma.

— Precisamos de uma resposta, Dr. Mallory. Não podemos simplesmente ignorar essas evidências. Refazer as análises pode nos dar alguma pista — disse Cristal, sua voz carregada de determinação.

Dr. Mallory assentiu com relutância, suas mãos mexendo nas evidências com um novo senso de urgência.

— Vou reavaliar tudo. Se encontrar algo novo, você será a primeira a saber — prometeu Dr. Mallory, com um olhar resoluto.

No hospital, Alisson estava na sala de terapia com o Dr. Steven Kwertz. As sessões de hipnose estavam se tornando cada vez mais intensas. Kwertz tentava ajudar Alisson a acessar as memórias reprimidas, mas o progresso era gradual e muitas vezes frustrante.

— Alisson, concentre-se novamente na cena que você viu. Tente lembrar de mais detalhes — pediu Kwertz, com uma voz suave e encorajadora.

Alisson estava de olhos fechados, sua respiração era irregular e seu corpo estava tenso. Ela tentava se lembrar, mas as imagens que surgiam eram fragmentadas e desconexas.

— Eu vejo Max... ele está amarrado em uma pedra. Ele está pelado e... e eu não quero olhar. Eu sinto que há algo ali, algo que eu não consigo ver — disse Alisson, a voz tremendo.

Kwertz continuou a guiá-la, incentivando-a a explorar mais a memória.

— Tente descrever o que você sente, o que você ouve. Não se preocupe com o que você vê — disse Kwertz, tentando acalmá-la.

Alisson se esforçou para lembrar, mas a imagem estava fugindo de sua mente. Ela ouvia grunidos e os gritos desesperados de Max, mas a presença que a aterrorizava era invisível e indescritível.

— Há grunidos, e os gritos de Max. Eu sinto uma presença, mas não posso vê-la. É como se algo estivesse lá, mas eu não posso enxergar — explicou Alisson, com pânico na voz.

Kwertz, percebendo a angústia de Alisson, decidiu fazer uma pausa.

— Se você precisar de um momento, pode me dizer. Vamos parar por um tempo — disse Kwertz, tentando acalmá-la.

Alisson balançou a cabeça, aliviada pela pausa. Ela se sentou na cama, tentando recuperar a compostura.

Cristal decidiu visitar o escritório do Dr. Kwertz para discutir o progresso da terapia. Ela estava ansiosa para entender melhor o que Alisson estava passando e esperava obter algumas respostas adicionais sobre a investigação.

Contos da Meia Noite: PossuídaOnde histórias criam vida. Descubra agora