IV

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2011
Enquanto eu estava cuidando dos girassóis, sinto uma mão em meu ombro, quando me viro é a minha madrasta, ela me lança um sorriso obscuro e então eu já sei oque ela quer, o medo se apossa do meu corpo, eu apenas respiro fundo e me levanto.
- Vamos pois hoje vai ser longo. - Ela fala rindo.
Sinto ódio e medo dela, eu a odiava pelo fato de me forçar a fazer certeas coisas, e medo de recusar e ela me bater que nem a última vez. Ela havia me batido tanto que eu não consegui nem me levantar, faltei na escola e passei o dia deitada com dores em todo o meu corpo.
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Me levanto e fico pensando se quero ou não ir a escola, meu corpo dizia que não mas minha mente dizia que sim. Resolvo que tenho que ir a escola para evitar certos medos. Me arrumo e Desco correndo e vou para escola, não vejo meu pai na cozinha e isso seria bom pois não queria tomar café. Hoje seria diferente pois não irei com Juca,estava me sentindo incompleta mas com raiva de Juca pelo oque ele fez ontem, ainda não entendo o por que ele disse tudo aquilo, evito pensar naquilo e vou caminhando lentamente para a escola.
- Amélie. - Escuto alguém me chamando, quando me viro lá estava Juca correndo em minha direçao. Me viro novamente e contínuo andando. - Espera... Me desculpa, eu te amo. - Ele chega até mim e segura em meu braço.
- Não desculpo, agora tchau. - Respiro fundo.
- Me desculpa, eu não quis magoa-la, eu te amo, você me completa, você é a única que me entende, que realmente quer o meu bem. - Vejo seus olhos marejados.
- Você não pensou nisso quando eu estava lá, agora vem com essa de desculpas. Você me despedaçou ontem. - Falo segurando o choro.
- Eu te amo, me desculpa. - Quando menos espero ele se ajoelha e segura minhas pernas. - Eu te amo.
- Para Juca. - Falo tentando tirar minhas pernas. - Juca ta bem, eu te desculpo.
Ele se levanta e limpa suas lágrimas, eu apenas o olho, ele sabia que odiava chamar a atenção, odeiava tudo que pudesse me expor, e por isso ele queria me expor para poder conseguir oque ele queria.
Seguimos até a escola em silêncio, estava cansada e não gostava de falar de mim para Juca. Ele é meu melhor amigo mas não conhece o lado obscuro da minha vida, ele acha que sou uma menina de 14 anos na puberdade, feliz e amorosa, era apenas isso que ele deveria achar, apenas isso.
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O dia passa lentamente, dessa vez não vou a casa de Juca e sim ele que vai a minha, isso é raro, e tenho medo que ele descubra certas coisas que podem colocar a minha vida em risco.
Almocamos e depois ficamos vendo tv, Juca me conta que chorou a noite toda por causa da nossa briga, e quando menos espero escuto a porta se abrindo.
- Amélie ? - Escuto a voz de minha madrasta.
- Aqui na sala com o Juca. - Respiro fundo.
- Olá Juca, tudo bem ? - Olga fala lançando um belo sorriso para Juca.
- Estou bem dona Olga. - Ele responde com aquele sorisso meigo.
- Amélie tem como vir aqui um minuto ? - Olga fala.
Me levanto e vou com ela até a cozinha.
- Hoje vai ser seu dia de folga, mas amanhã começa tudo de novo. Espero que você continue boazinha e calada. - Ela fala passando a mão em minhas bochechas.
- Está bem. - Me viro para ir embora.
- Você não vai me agradecer ? - Ela fala rindo.
- Te agradecer por acabar com a minha vida ? Não, não irei agradecer. - Falo e vou para a sala.
Quando chego dou um tapa na cabeça de Juca e ele me puxa para o sofá, caio em cima de seu colo, e quando menos espero ele me da um selinho. Fico desconcertada.
- Sempre quis fazer isso com você. - Ele fala rindo, o Juca estava rindo, e era algo que me deixava feliz.
- Você é um idiota mesmo. - Falo rindo.
Fico a tarde toda pensando naquele selinho e sentindo meu coração que estava despedaçado se juntar e me sentir completa ao seu lado. E fico mais feliz quando lembro do seu belo sorriso de felicidade aquilo não saia da minha cabeça.

A vida da amante de girassóisOnde histórias criam vida. Descubra agora