Capítulo 12 Bruno

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_ Tio, vem brincar comigo? - Meu sobrinho Bernardo me chamou me acordando.

_Já vou moleque! - respondi levantando e indo para o banheiro.

Meu sobrinho era tudo pra mim, depois que Alícia ficou grávida eu resolvi sumir do mapa, me mudei para perto das empresas do meu pai e não soube mais nada dela. Namorei por alguns anos com uma secretária, dormia as vezes com a irmã da ex-mulher do meu irmão entre outras que eu ficava; ninguém foi capaz de me fazer esquecer minha Lis. Sabia que ela não iria me perdoar, mas depois de uns anos tentei saber dela descobrir se ela estava com alguém e como era a criança que ela tinha tido. Para meu susto descobri que ela não morava mais em São Paulo e que o irmão dela havia morrido, mas ainda não sabia nada sobre á criança e nem o motivo da morte do Alex.

A dois anos atrás, a maluca da Geovanna me achou. Ela veio com uma história maluca que precisava do meu perdão, que não conseguia mais viver em paz, que tomava calmantes para conseguir dormir e que não sabia mais como continuar sem me dizer a verdade.

Resolvi ouvi-la e ela me contou que em uma terça-feira á tarde depois de deixar o seu pai, pastor Carlos em casa, ela ia para o shopping e quando viu Alícia atravessando a rua não pensou duas vezes e acelerou, disse que atropelou Alícia e foi embora. Quando ela me contou isso senti vontade de mata-la, que mulher louca; então depois de ouvir eu xingando ela de tudo quanto é nome ela disse que agora ela entendia a gravidade do que havia feito e que entendia se eu á odiasse para sempre, mas pediu para que eu sentasse e continuasse ouvindo o que ela tinha para fala, assenti e sentei. Ela me contou que na época ela tinha atropelado Alícia e fugido ela tinha feito achando que assim provaria o amor dela por mim, disse que matando Alícia eu iria ficar com ela. Senti muito ódio ao ouvir tudo, mas vi em seu olhar o arrependimento, vi que ela estava disposta a mudar e esquecer tudo, por isso ela veio atrás de mim pedir perdão, então eu disse que tinha perdoado e fui embora.

Não sabia mais nada da minha Alícia, nem da criança. Quando eu sai de sua casa naquele dia, eu estava disposto a fazer ela tirar aquela criança, mas depois desisti e fugi sem nenhum remorso. Quando meu irmão casou e teve o Bernardo eu me senti diferente, amava muito meu sobrinho e imaginava como teria sido se eu tivesse ao lado de Alícia quando ela teve meu filho. Mas não podemos mudar o que passou, Lucas e Catarina estavam em uma luta pelo divorcio e pela guarda o que me fazia ficar louco. Eu via o sofrimento do meu irmão, e sabia que Catarina só queria a guarda de Bernardo por causa da pensão, mas amor mesmo ela não tinha, e eu não achava justo meu sobrinho ficar nesse jogo, sabendo que amor ele só teria se ficasse com a gente.

Desci as escadas e fui para o jardim brincar com Bernardo, ele tinha vindo passar as férias comigo já que Lucas tinha ido para o Rio de Janeiro resolver os problemas com a maluca da Catarina. Iriamos para o Rio na próxima semana então eu precisava divertir bem meu sobrinho enquanto eu ainda podia ter certeza que ele estaria comigo. 


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