Capítulo quatro

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( PARTE TRÊS )

O vestido tinha a cor creme, com pregas na barra de brilhantes com que dá um toque mais suave a ele que deixa grande parte das minhas costas amostra.

Eu virava e rodava de um lado ao outro em frente ao espelho olhando o vestido feito especialmente para minha festa de aniversário.

A costureira não soltava da barra com alfinetes tentando o aperfeiçoar.

- É então? - minha mãe estava logo atrás de mim e pelo espelho via seus olhos brilhar.

- bonito... - disse sem tanto me importar.

Olhos cravaram em mim, vindas de baixo onde se encontrava a costureira e atrás das minhas costas onde minha mãe me olhava sem entender o meu comportamento.

- Bonito? - pergunta sem convicção. - seu pai paga a melhor costureira, para um melhor vestido que fica expedido e você acha: Bonito?

Descendo de um banquinho que simulava o salto baixo que usaria na minha festa, arrastei o longo vestido pelo ambiente.

- É, bonito. Podemos ir embora agora?
"Diga sim, diga sim..." - pedia como um mantra.

- Tem tudo o que precisa? - ela pergunta para a costureira que assenti se levantando finalmente do chão. - Ótimo. Vá se trocar! - manda por fim se virando para mim.

Entrei em um dos provadores me livrando do aperto do vestido podendo finalmente respirar.

Não que eu não tenha gostado do vestido, ele tinha um bom caimento em mim e eu o achei lindo, mas precisava chegar em casa e ver como Tienne estava, se tinha notícias e novidades.

Minha mãe conversava com a costureira de um nome estranho que não tentei gravar. A conversa parecia não ter fim e a cada minuto podia sentir a minha cara fechar mais e mais em aborrecimento.

- Mandarei alguém buscar amanhã, logo pela manhã. - disse minha mãe.

- Sim, irei dar os últimos ajustes e amanhã estará pronto.

Últimos ajustes? Sinceramente não sei mais em que pode me Cher naquele vestido.

Logo saímos voltando ao nossos acentos no carro, sem nos falar.

O carro se põe em movimento e fecho os olhos deixando que o vento que entra pela janela bata em meu rosto.

- agora fala o que aconteceu. - diz quebrando o silêncio.

Minha resposta é curta e seca:

- Nada com que tenha que se preocupar.

Eu não quero conversar e muito menos discutir com minha mãe, sei que ela ficaria ao lado do meu pai com todo seu jeito submisso, igualmente fui criada para ser e sei que ela não fará nada.

- Filha... - diz em uma voz sofrida que logo interrompo.

- Sou sua filha? Sério? - olho em seus olhos. - meu aniversário é amanhã e finalmente minha vida tomara um rumo significativo e Qando você parou para pensar em como estou? Se estou nervosa?

Ela nada responde.

- Eu '' cansando mãe. Cansada de ver você como uma 'casca' fazendo coisas fúteis que sei que não gosta, então não aja como se fosse o fim do mundo o meu comportamento nos últimos dias.

Vejo choque em seus olhos brilhantes. Me sinto péssima, não queria deixá-la desconfortável ou mágoa - la. Sinto meus olhos marejados e abaixo o rosto sentindo um pingo cair sobre minha mão no meu colo.

Sinto meu coração acelerado. O caminho de volta a casa volta em silêncio e tenho vontade de me bater pela minha atitude para com minha mãe.

Laços EternosOnde histórias criam vida. Descubra agora