Capítulo quatro

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( PARTE QUATRO )


Já começava a escurecer e eu ficava cada vez mais preocupada com Tienne.

Depois de voltarmos para casa, minha mãe e eu não nos falamos seguindo nosso caminho: eu para o meu quanto; minha mãe para o ateliê de pinturas.

Andava de um lado ao outro, já pensando seriamente em ir atrás de Tienne. Não era possivel que ela demorasse tanto para ir até o tal lugar, fazer o que lhe pedi para fazer e voltar.

Foi nesse momento, andando de um lado para o outro, que a vi entrar como um furacão no meu quarto.

Algo havia dado errado.

- Adorei sua brincadeirinha. - Disse nervosa jogando a mochila que havia dado a ela bruscamente na cama.

Inicialmente, não entendi.

- Mas não é brincadeira, você fez o que eu pedi? - Perguntei cautelosamente.

- Fiz, fui até o local. Andei e procurei durante o dia todo. Adivinha? - Ela pausou e esperei que continuasse. - Vamos anda! Adivinha?

Eu não sabia o que falar, então falei o obvio.

- Você achou a corsa? Então ela esta bem? - Ela me olhava não acreditando no que saia de minha boca. - Não acredito! - Surpresa tomava minhas feições, tampei minha boca com as mãos. Estava espantada. - Ela morreu? É isso? Não acredito que não sobreviveu!

Sentei na cama não acreditando que tudo que fiz foi em vão.

Minha irmã parecia perplexa em minha frente. Seus olhos irados pareciam querer me fritar com raios de calor.

- Errado! Não tinha nada lá! Nada! - Ela andava de um lado para outro, ainda sem roupas, devia ter se transformado de volta e vindo direto ao meu quarto. - Você acha legal brinca comigo? Se o pai me pegasse ele brigaria comigo, aposto que era isso que queria. Não é? 

Minha cabeça rodava conforme suas palavras vagavam pelo quarto.

- Não tinha nada lá, ta legal?

Então foi assim que nossa conversa acabou. Ela saiu do meu quarto assim como entrou. A bolsa tinha pedaços de gramas e mato. Ela foi até lá e então só tinha duas escolhas na qual acreditar: Ou eu estava ficando louca e era apenas ilusão; Ou - o que eu não queria acreditar - o cervo foi encontrado por algum predador e quando ela chegou até lá, já era tarde de mais;

Então a noite de vespera do meu aniversário acabou assim.


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