Prólogo

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Eu nunca fiquei tão feliz em ver aqueles olhos azuis. Era como se o visse pela primeira vez, da mesma maneira que o vi fumando seu cigarro e olhando-me com seus olhos penetrantes. Com seu sorriso debochado. Com aquele visual de bad boy em série. Usando uma camisa branca e por cima sua jacket preta que o deixa totalmente lindo, com uma calça preta com rasgos nós joelhos e sua bota preta.

Ele sorriu pra mim, mais dessa vez com ternura. Me olhava de cima abaixo, analisando minha feições. Provavelmente tentando achar alguma expressão de raiva em meu rosto. Mas não havia nenhuma. Havia apenas saudades.

Queria apenas abraçá-lo e dizer o quanto tinha sentindo sua falta. Que esses meses sem estar ao seu lado, foi uma tortura. Então sem que eu me desse conta, senti minha lágrimas rolarem pelo meu rosto.

Pedro parou de sorrir assim que viu minhas lágrimas. Conseguia ver em seu rosto o quanto se sentia triste é culpado, pois ele pensava que minha lágrimas eram culpa dele. Mas ele estava certo, eram culpa dele. Só que naquele momento eu não sentia raiva ou tristeza. As lágrimas eram na verdade causada pela falta que senti dele. E da burrice em achar que fica longe dele seria o melhor pra mim. Mas eu estava errada. Houve momentos em que já não aguentava mais. Precisava urgentemente do seu toque, dos seus abraços reconfortantes, de pode ouvir sua voz linda. Só que fui burra e orgulhosa demais, não quis e atrás daquilo que era importante pra mim. A raiva e a magoa falaram mais alto. Mas agora já não existia mais isso. Apenas a vontade imensa de de segura- lo e nunca mais larga.

Não pensei duas vezes, corri até ele e o abracei. Senti seus braços envolverem minha cintura e me apertarem com força contra seu corpo. Meus braços envolveram seu pescoço, e mais lágrimas desceram pelo meu rosto. Então sussurrei em seu ouvido:

- Nunca mais me deixe, mesmo que eu diga que não quero te ver. Nunca mais me abandone. Preciso de você Pedro, sempre vou precisar.

Ele me apertou mais contra seu corpo, me envolvendo naquele abraço reconfortante que eu tanto queria. Com a cabeça ainda em seu peito, retirei um braço que envolvia seu pescoço e passei minha mão delicadamente em seu rosto. Então senti suas lágrimas.

Me surpreendi. Pois sabia que ele não chorava por nada. Ouve um tempo em que eu achava que ele não tinha sentimento, que ele era um poço vazio. Mas ai me toquei, que talvez ele nunca teve algo na qual valesse a pena a chorar.

Ele não chorou mesmo depois de te ouvido seu pai grita de raiva, que não queria nunca te-lo como filho, e que ele não era filho dele. Ou quando sua mãe adoeceu e ficou em estado grave, internada na UTI. Ele não chorou, ao contrário. Ele se manteve forte pra dar forças a sua mãe. Então por que chora aqui, e desse jeito? Não fazia sentido. Teve  tantos momentos que ele poderia gasta suas lágrimas, mais nunca o fez. Mas está chorando agora. Por quê ? Foi aí que me lembrei do que ele disse quando perguntei a ele:

[...]

- Me diz uma coisa. Você nunca chora não? - perguntei .

- Por quê deveria chorar? Minha mãe não ia gosta de me ver chorando. Ela ia gosta de me ver forte e capaz de passa essa força a ela. Você não acha?

- Ah sim.. Com certeza... - fiz uma pausa olhando pra minhas mãos, então voltei a encara-lo. - Acha que algum dia você irá chora por alguma coisa?

- Todo mundo chora Meri.. Já no meu caso, eu preciso de um motivo importante. Não que minha mãe não seja importante. Não é nada disso. Só acho que chora no momento assim ao em vez de ser forte não seria do meu feitiou. - ele olhou pra mim e deu um sorriso. -Um dia acharei o motivo certo pra fazer isso. E quando eu estive certeza do motivo que fará eu derrama minhas lágrimas, irei chorar. E talvez esse motivo, seja minha verdadeira fraqueza.

[...]

Então foi aí que me toquei..
Eu era sua fraqueza..

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