Devón - Segunda chance

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-Quantos filhos você quer ter?
-O que?
-Perguntei quantos filhos quer ter? Porque eu quero uma casa cheia de crianças parecidas com você.
Estavamos sentados na traseira da minha caminhonete olhando os Canyons banhados pela luz do sol.
-Dev, não acha que está muito cedo para falar de filhos? Nós nem sabemos como será depois da faculdade.
-Eu sei. Vou te pedir em casamento no dia da minha formatura e depois da sua vamos nos casar. Até lá terei dinheiro para comprar uma casa e nos manter sem precisar dos nossos pais.
Eu já estava planejando a um tempo. Se eu me saisse bem na faculdade um grande time me contrataria e teriamos dinheiro para viver bem sem depender de nossos pais. Nos casariamos depois da faculdade e ela poderia trabalhar para uma revista como fotografa enquanto eu jagava.
-Você pensa em se casar comigo?
-Com quem mais eu me casaria se é você que eu amo?
Beijei seus labios e ela ficou me olhando por um tempo depois virou seu olhos para a paisagem
-três.
-Três?
-Sim. Quero ter no maximo três filhos e um tem que ser menina
-Eu estava pensando em seis- falei com um sorriso torto
-Seis? Está louco Dev!! Não posso ter seis filhos
-Tudo bem, me contento com três.
-Eu te amo!
-Também te amo minha linda.

Estou sentado a um bom tempo na sala do meu apartamento olhando para o teto imaginando o momento em que finalmente a verei pessoalmente.
Por seis anos eu a vi só por fotos.
Me alistei no exercito como forma de punição por ter feito a única pessoa que me amou de verdade esperando em troca apenas ser amada da mesma forma. Sei que não a mereço, mas todos esses anos longe não foram capazes de apagar ou diminuir o que eu sentia. O que eu ainda sinto. Mas sei que vai ser dificil fazê-la me perdoar, explicar que a aposta foi uma idiotice não é o suficiente.

-Cara você tem que se acalmar. A qualquer momento ela vai passar por essas portas e não sabemos qual será a reação dela ao te ver.
Estavamos na quadra da nossa antiga escola. Onde foi o palco dos melhores e piores de muitos problemas adolescentes que tivemos. Já havia encontrado com alguns companheros de time e ver como a vida de cada um seguiu rumos diferentes é incrivel. Mike se formou em publicidade mas não mudou muito. Continua um mulherengo e vive na The Noise. Terence se formou em arquitetura mora em Paris e tem dois filhos com a Samanta da nossa turma de algebra.
Karl continua um filho da puta egocentrico e pra piorar se formou em direito e se casou com uma modelo, bonita mais fútil.
A única pessoa que eu não queria mais encontrar em minha vida também estava aqui e também era frequentadora da minha casa noturna. Tara se tornou uma mulher linda e ainda mais autoconfiante mas sua arrogancia também é maior agora. Desde que cheguei do Iraque ela não saiu do meu pé. Não consegue entender que não quero, jamais, nunca, por nada nesse mundo, algo com ela. Nem se ela fosse a ultima mulher na face da terra. Vozes se levantaram em todos os cantos e os cochichos me fizeram lembrar do refeitório quando uma fofoca começava a se espalhar. Eu sabia que era ela. Ela chegou.
Caminhei para um lugar afastado de onde eu pudesse ver a entrada e quando filamente a vi meu coração quis pular para fora enquanto meu homem das cavernas gritava para que eu a jogasse em cima dos ombros e a levasse pra casa. Para minha casa, e a jogasse na minha cama.
Ela esta com um vestido preto decotado e com uma fenda na perna e porra, ela está perfeita. Mais linda do que qualquer mulher que eu tenha visto alguma vez. Ao lado dela está sua amiga Elle Jane. Lembro dela me avisando que se eu fosse atras da Jessica para fazê-la sofrer mais ela arrancaria minhas bolas.
-Irmão, a mulher está mais espetacular. Está divina, magnifica. Deve ser crime sair de casa tão linda assim.- Dylan parou ao meu lado com uma lata de cerveja na mão e não conseguia tirar os olhos da porta.
- Cara? Se eu soubesse que ela viraria essa deusa eu teria ido atrás dela oferecendo consolo quando vocês terminaram. - Mike também estava do meu lado bebendo alguma coisa e olhando para a Jess. Serrei meus punhos e me segurei para não socá-lo bem ali. Ela ainda não era minha mas mesmo assim eu não queria esses abutres de olho nela. A devorando.
A expressao da Jess não era de felicidade nem empolgação. Ela estava com raiva por estar aqui. Ela não sorriu quando chegou nem olhou para as pessoas a sua volta. Falou algumas palavras para a Elle Jane e caminhou em direção a um mural onde estava o filho da puta do Paul. Ele sempre deu em cima dela mesmo quando estavamos juntos e quando ele a viu seus olhos assumiram um brilho que eu reconheci. Ele ainda a queria. Inferno eu ainda a queria.
Tenho certeza que todos os homens nessa droga de lugar a queria neste exato momento.
-Os anos fizeram bem a Elle - Dylan comentou olhando a loira caminhando para alguém que ela reconheceu. Tá nem todos. Ao menos meu amigo não está desejando a mulher que eu amo loucamente.
-Ela realmente está muito bonita - falei sem tirar os olhos da Jess. A forma que ela fala com aquele viado está me matando. Preciso achar uma oportunidade de me apraximar dela.

Duas horas, duas malditas horas olhando ela conversar e tirar fotos com pessoas que se aproximavam dela. Ela não esboçava alegria ao fazer isso, apenas cordialidade e aquele sorriso. sorriso que eu aprendi a identificar era o que ela usava quando não queria ser indelicada ou queria apenas que a deixassem em paz. Eu senti tanta falta da sua risada. Quando estavamos em meio a um ataque e barulhos enlouquecedores estavam por toda a parte eu fechava os olhos e imaginava a Jess sorrinda pra mim e quando o som da sua risada enchia minha mente meu coraçao se acalmava e eu conseguia pensar em tudo o que eu tinha que fazer para me manter vivo.
Ela me salvou muitas vezes.
A meia hora o homem que eu reconheci de vária fotos com ela chegou aqui e não desgrudou dela. A forma como ela sorri pra ele é verdadeira. Com carinho. Tenho tanto medo que ela o ame, não ela não pode amá-lo.
Finalmente o babaca se afasta e ela caminha para um mural cheio de fotos onde tem sua assinatura na maioria. Essa era a minha chance. Contornei algumas pessoas e passei por tras do toldo que escondia o mural com as fotos e deixava o ambiente menos iluminado e mais aconchegante. Lá estava ela olhando uma foto nossa tirada pelo babaca do Paul na arquibancada do campo depois do jogo. O jogo tinha acabado e haviamos ganhado. Vi a Jess sentada no final da arquibancada com o imbecil e alguns amigos do jornal ele estava com a máquina na mão tirando fotos dos torcedores enquanto ela ria de algo que ele dizia. Eu odiava quando alguém a fazia rir porque eu queria ser o único a fazer.
Ela estava rindo e estava encantadora. O treinador mandou o time pro vestiário e eu caminhei para minha garota, sabia que ia levar punição mas não me importava nada. Só queria chegar até ela e me tornar o motivo do riso dela. Paul virou a máquina para tirar uma foto dela rindo no momento que cheguei e beijei seu rosto.

-Dev! Parabens pela vitória - falou se virando e me abraçando.
-Linda estou sujo e suado- informei afastando a mão que segurava o capacete para que ela pudesse me abraçar melhor.
-Eu nao ligo - ela sussurrou no meu ouvido fazendo meu corpo arrepiar - você fica tão sexy assim.
Ela mordei de leve a minha orelha beijando logo abaixo fazendo meu corpo acordar.
-Jess - minha voz saiu como um sussurro baixo e grave.

-Jess...