Preocupada com a filha, Débora procurou um psiquiatra para se aconselhar sobre o que deveria fazer. Então contou sobre como a filha foi criada com muito amor, que sempre teve saúde perfeita, sobre sua convivência com os amigos, e o casamento com um rapaz ótimo e apaixonado que estava sempre perto dela, e proporcionava uma vida confortável, sem preocupações, proporcionando que ela pudesse se dedicar totalmente à dança, que era sua grande paixão. Mas agora, Beatriz está agressiva, irritada, fala coisas desconexas.
– Sabe Doutor, parece que ela ouve e vê coisas, e ataca o Heitor! Minha filha não fala mais comigo, age como se tivesse alguém perto dela controlando o que ela fala...
– Débora converse com ela e marque uma consulta, acho que é possível um horário para amanhã. É importante vermos isto logo.
Por precaução já deixou a consulta agendada e foi atrás da filha para ter uma conversa séria, com ela e com Heitor.
– Bia, filha, depois de tudo que tem acontecido eu tomei uma atitude, procurei um médico pra saber o que fazer... como agir... como agir com você filha.
– Por quê? Eu tô bem, tô ótima... olha em volta, tenho um apartamento enorme, uma carreira fantástica... E o marido, então? Maravilhoso... contas pagas, empregados, carro zero, roupas caras... E eu? E eu? Meu trabalho... futilidade. Eu não sou importante...
Após uma discussão intensa, cheia de ironia e choro, desespero... Beatriz se decidiu.
– Eu vou no tal médico. Pra quando você marcou?
– Amanhã às 09h eu passo aqui. Não quero você dirigindo por aí.
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FANTASMAS DE BEATRIZ
Short StoryNo momento em que aquela porta se abriu Beatriz pensou que esta seria sua última chance de recomeçar, de estar livre de todos os fantasmas que a perseguem. Mas não foi bem o que aconteceu, agora os fantasmas a levaram pelas mãos...