Oportunidade perdida

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Elas seguiram todo o caminho sem se falar, mas muitas coisas passavam pela cabeça de Beatriz. "E se eu falasse, contasse tudo que acontece, ela ia acreditar? Como ela vai ficar de saber do Heitor? Não, não posso. A culpa é minha, não é dele. Ele me ama, eu que não dou valor. Ele tá certo, eu tenho que parar de dançar. Eu fico me exibindo, os outros olham. Ele tá certo, eu provoco. Eu provoco, deixo ele irritado... é por isso... é por isso. É vou nesse médico e parar de dançar. Mas seu eu parar de dançar..."

Elas chegaram ao consultório, mas as ideias de Beatriz não se organizaram, ela estava mais perdida do que nunca. Totalmente sem saber o que fazer, e a ansiedade só aumentava em pensar que logo aquela porta se abriria.

Quando o psiquiatra chamou-as à sala Beatriz começou a chorar, e ter novamente falas desconexas, e acusou Heitor de ser violento com ela. Mas Débora já havia contado o quanto ele era gentil com sua filha, e na mesma hora defendeu Heitor. Ela nunca viu qualquer atitude dele que pusesse em dúvida sua conduta, já sua filha Beatriz estava cada dia mais desequilibrada.

Beatriz teve uma reação muito agressiva, ficou muito agitada, gritava. Dizia que agora ele iria pegar ela, que ela tinha que fugir. Teve reações persecutórias, e falava sozinha o tempo todo. Foi preciso várias enfermeiras para segurar e aplicar a medicação... Em seguida Beatriz foi se sentindo sonolenta, e mais tranquila. Então a mãe achou que seria melhor ir para casa, que a filha descanaria melhor em casa do que no hospital.

O psiquiatra fez a prescrição de alguns remédios para controlar este quadro, solicitou que retornassem em uma semana, e que ligasse em caso de emergência.


FANTASMAS DE BEATRIZOnde histórias criam vida. Descubra agora