Capítulo 21

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A data do tribunal chegou mais cedo do que Louis queria. De pé em frente ao espelho com Eleanor que ajeitava sua gravata cerca de um mês após a entrevista. Ela olhava estressada, grande bolsa embaixo de seus olhos. "Eu não acredito que eles marcaram para uma porcaria de sexta-feira", ela murmurou e puxou a gravata preta. Louis tossiu. Ela pediu desculpas e afrouxou. Louis olhava por cima de sua cabeça para seu reflexo no espelho. Ele parecia tão horrível, se não pior. Estava pálido e com os olhos vermelhos por conta das noites de sono perdidas em sessões de choro que Eleanor não sabia. Ele não havia dito para ela, apenas ligava o chuveiro todas as vezes que precisava de um momento, ou dois. Ela sempre aceitava com um suspiro e acabava passando a maior parte de seus dias sozinha, indo para o trabalho ou fazendo o jantar que Louis não comia. Ao invés disso, acabava com Louis esquentando um macarrão e comendo no banheiro, sentado na tampa do vaso sanitário com as bochechas molhadas até o queixo.

"Melhor do que nunca", Louis murmurou com um encolher de ombros olhando para Eleanor quando decidiu que ele já estava pronto. Ele não estava tão ruim, mas também não tinha muitas forças para melhorá-lo.

"Acho que sim", Eleanor cantarolou saindo do quarto, indo em direção ao banheiro para fazer sua maquiagem. Louis encarou seu reflexo no espelho mais uma vez.

Ele havia passado quase meio ano sem Harry, e Louis estava absolutamente miserável. Ele se sentia patético, inútil, e um fracasso quando ele nunca teve que ouvir esses elogios estúpidos e pegar as linhas que Harry jogava em cima dele. Louis suspirou e girou um pouco em frente ao espelho, certificando-se de que estava apresentável. Eles disseram que não duraria mais do que duas horas, por isso mesmo que Louis não queria ir, mas ele tinha que ir. Ele não queria assistir Harry ser punido por uma coisa dessas, não achava que ele merecia. O que ele fez foi errado, mas ele tinha sido bom. Louis voltou a olhar para cima novamente quando Eleanor estava na porta; endireitando seu vestido roxo. Ela olhou de volta para ele e lhe deu um pequeno sorriso. Louis fechou os olhos quando um beijo foi pressionado contra sua bochecha. "Você sabe... sua mãe e suas irmãs ligaram ontem", ela disse olhando para o reflexo dos dois no espelho. "Sua mãe vai ao tribunal".

Louis acenou com a cabeça levantando o queixo para se certificar de que se barbeou direito, "Espero que sim", murmurou.

"Jay estava trabalhando", Eleanor cantarolou enquanto saia de perto dele segurando suas mãos. Louis engoliu em seco. "Ela arrumou um emprego na França, mas quando você veio para casa ela quis sair mais cedo. Ela te falou?"

Louis riu baixinho, sacudindo a cabeça. "Você parece estar mais próxima dela do que eu."

"Mas é claro," Eleanor riu. "Ela é a mãe do meu namorado. Eu tenho que estar."

Louis riu quando Eleanor beijou seu queixo. Ele não precisava disso agora. Lembranças. Ele as odiava. "Você está pronta pra sair?" Ele perguntou enquanto a afastava gentilmente, passando as mãos por sem seus longos cabelos. Ela sorriu e inclinou um pouco a cabeça.

"Ainda esta muito cedo", ela disse, mas mesmo assim dando de ombros. "Mas eu entendo que você esta nervoso. Podemos ir agora se você quiser."

Louis acenou com a cabeça e a deixou ir, passando pelo corredor e pegando as chaves do carro que estavam em um balcão no caminho. Talvez fosse o fato de seu coração estar disparado, ou suas mãos tremendo, mas de uma coisa ele sabia. Ele precisava ver Harry de novo. Mesmo que fosse por apenas alguns segundos.

A sala do tribunal estava realmente cheia e Louis não conseguia parar de mexer sua perna, onde se encontrava a mão de Eleanor seguindo o ritmo para cima e para baixo. Louis já tinha bebido uma grande quantidade de água, por isso se acalmar realmente não era uma opção. "Louis, você tem que se acalmar," Eleanor murmurou em seu ouvido, "Eles só vão demorar um pouco, certo? Então poderemos sair daqui o mais rápido possível." O garoto de olhos azuis olhou para ela e assentiu, gostando da idéia. O lugar inteiro o fazia se estremecer e soar frio, parecia que todos ao redor podiam notar seu nervosismo. Louis olhava para a porta mais vezes do que o necessário, na esperança de ver Harry passar por ela. Mas ele nunca havia o feito. Louis se inclinou para trás e deixou Eleanor dar um tapinha em sua coxa, a garota se inclinou um pouco para ver o vislumbre do rosto de Louis. Ela sorriu quando ele retribuiu seu olhar.

Alaska - Continuação.Onde histórias criam vida. Descubra agora